Pessoas on line

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Os Sete Sacramentos segundo a Tradição
Católica Bizantina
Batismo: É o primeiro dos sete Sacramentos, que compõem os que chamamos de: Sacramentos da Iniciação Cristã. A saber: Batismo , Santo Crisma e Eucaristia. É o Sacramento Porta, por isso há de notar que em nossas igrejas a pia batismal está sempre junto à porta.. Sem ele os outros Sacramentos não podem ser ministrados. Pelo Batismo aderimos a Fé Cristã ensinada pela Igreja.». Por isso a Igreja Bizantina (Católica e Ortodoxa), seguindo a santa Tradição, ministra os três Sacramentos numa única celebração. No Batismo, a criança (ou o adulto) é submergido três vezes na água em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Pelo Sacramento do Batismo, o fiel morre para a vida carnal do pecado e renasce, pelo Espírito Santo, para uma vida espiritual e santa: «Eu vos asseguro: ninguém pode entrar no Reino de Deus, se nã Primeiro, «João batizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus.» (At 19, 4). Depois, Jesus Cristo, por seu próprio exemplo, santificou o Batismo quando o recebeu de João. Finalmente, depois de sua Ressurreição, deu aos Apóstolos este solene mandamento: «Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.» (Mt 28, 19-20)."Eu garanto a voçê: se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus..."ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nasce da água e do Espírito.» (Jo 3, 5).
O que se requer de quem deseja ser batizado? Arrependimento e fé. Por este motivo, também antes do Batismo se recita o símbolo da fé. «Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos pecados; depois vocês receberão do Pai o dom do Espírito Santo.»( At 2, 38). «Quem crer e for batizado, será salvo. Quem não crê, será condenado.» (Mc 16, 16). Voltados para o Ocidente(para a porta de saída da igreja), os pais e padrinhos realizam num primeiro momento a renúncia a Satanás e depois voltados para o Oriente(para o altar), fazem com velas acesas nas mãos a adesão a Cristo. Até porque nossas igrejas bizantinas são sempre construídas de modo que o sacerdote e todos os fiéis ficam com seus rostos voltados para a posição que o sol nasce todos os dias. Por isso também chamamos o Batismo de Sacramento da Iluminação. Os bebês que são batizados são despidos e mergulhados três vezes na pia batismal. Após o Batismo, são vestidos com a veste branca batismal. Os adultos são batizados com uma túnica simples para, só depois vestir a roupa batismal. Por que são, então, batizadas as crianças? Batizam-se as crianças porque a Igreja confia em seus pais e padrinhos que estão obrigados transmitir à criança a fé, desde pequena. Nos tempos do Antigo Testamento as crianças eram circuncidadas no oitavo dia depois do nascimento. O Batismo tomou lugar da circuncisão no Novo Testamento e, portanto, as crianças devem ser batizadas pequenas. Esta negativa em não batizar as crianças, segundo algumas aberrações protestantes nos dias de hoje, não tem nenhum fundamento nas Escrituras nem na Sagrada Tradição. «Em Cristo vocês foram circuncidados com uma circuncisão não feita por mãos humanas, mas com a circuncisão de Cristo, a qual consiste em despojar-se do corpo carnal. Com ele, vocês foram sepultados no batismo, e nele vocês foram também ressuscitados mediante a fé no poder de Deus, que ressuscitou Cristo dos mortos.» (Cl 2, 11-12) Destas palavras de São Paulo Apóstolo, se faz um exorcismo, para expulsar o demônio que, desde a queda de Adão tem acesso ao homem e exerce poder sobre ele, o prende e o escraviza. O Apóstolo Paulo se refere aos homens sem a graça dizendo: «Outrora vocês viviam nessas faltas e pecados, seguindo o modo de pensar deste mundo, seguindo o príncipe do poder do ar, o espírito que agora age nos homens desobedientes.»( Ef 2, 2).
A veste branca batismal significa a pureza da alma e da vida cristã. O Batismo não pode ser ministrado mais do que uma vez pois é o nascimento espiritual: o homem nasce só uma vez, por isso, é batizado uma só vez.
Santo Crisma: Imediatamente depois do Batismo, na mesma cerimônia, utilizando o óleo do Santo Crisma, o neo-batizado é ungido como rei, sacerdote e profeta do Reino de Deus. O sacerdote unge os olhos, as narinas, a boca, os ouvidos (representando os sentidos); unge o coração, as mãos e os pés dizendo: «o Selo do Dom do Espírito Santo». Assim, a pessoa inteira, corpo e alma, é consagrada a Deus e recebe o Espírito Santo. A santa Unção Crismal nos concede o dom do Espírito Santo. Desde o início da Igreja, este Sacramento sempre foi celebrado imediatamente após o Batismo. O escritor eclesiástico Tertuliano, (século II) diz: «Depois do batismo de salvação recebemos imediatamente o Santo Crisma, conforme os antigos costumes». Contudo, na Igreja católica de tradição latina, o Batismo foi separado da Crisma, passando assim a se ministrar a Santa Unção Crismal às crianças após a idade de 10 anos ou mais. A Igreja Bizantina pensa que, desta maneira, privam-se as crianças dos demais dons do Espírito Santo e da Santa Comunhão. Após o Batismo e a Confirmação, a Igreja Bizantina, seguindo a Tradição, ministra a Santa Comunhão às crianças, recordando as palavras do Senhor: «Deixai vir a mim as criancinhas.» (Lc 18, 15)
Uma vez ministrado o tríplice Sacramento à criança, o papel dos padrinhos e pais como mestres e responsáveis pela fé do pequeno cristão, torna-se relevante e fundamental. Mais que no Ocidente, os padrinhos são triplamente responsáveis pelos seus afilhados. Daí porque os pais devem escolher padrinhos que levem uma vida cristã séria e que, cujas atitudes, mostrem o quanto crêem em Deus e o quanto são fiéis à Igreja. Explica-se por isso a exigência dos padrinhos serem casados na igreja. Pais e padrinhos devem, desde cedo, transmitir às crianças os valores cristãos, por palavras e gestos concretos, como também os hábitos e costumes da Igreja.
Caso uma criança se afaste de sua fé, por causa do desleixo de seus pais e padrinhos, estes serão os primeiros responsáveis e terão que prestar contas a Deus. Algumas pessoas podem pensar que dar a Comunhão a uma criança pequenina seja uma negligência. A Igreja sempre assim o fez e sempre fará. A Igreja não pode se adaptar ao mundo no que se refere a transmissão de sua fé e Tradição. A Igreja não é do mundo; ela está no mundo como sinal, luz e dispensadora das graças divinas e dos dons do Espírito Santo.
 
 Os apóstolos, para transmitir os dons do Espírito Santo, usavam o gesto da imposição das mãos (At 8, 14-16). Os sucessores dos apóstolos (os bispos) além da imposição das mãos, introduziram a unção com o santo óleo do crisma (santo mirrom-perfume), inspirados nas passagens do Êxodo e Reis: Ex. 30,25; Reis 1,39. Na Igreja Católica de tradição bizantina o ministro do Santo Crisma é aquele que celebra o batismo: seja o padre, seja o bispo. O Santo Crisma é usado nas Ordenações episcopais, é consagrado exclusivamente pelas mais altas autoridades eclesiásticas de uma Igreja local: geralmente os metropolitas ou patriarcas.
Na Unção Crismal, o celebrante unge a fronte do fiel (para santificar a mente e os pensamentos); unge o peito (para santificar o coração e os desejos); unge os olhos, orelhas e lábios (para santificar os sentidos); unge as mãos e os pés (para santificar as ações e o comportamento do fiel).

. 



Eucaristia: Imediatamente após o Batismo e a Unção Crismal, o sacerdote ministra o Sacramento da Eucaristia (Corpo e Sangue de Cristo) ao novo cristão. No caso do Batismo de um adulto, não há a necessidade da Confissão Sacramental para receber pela primeira vez a Eucaristia, uma vez que o Batismo apaga todos os pecados. A Igreja dispensa o Sacramento da Confissão como preparação para a Eucaristia às crianças até a idade de 7 anos. Contudo, o jejum prescrito, deve ser observado por todos, inclusive por elas.


Como se preparar para receber a Santa Comunhão:
·   Para receber o Sacramento da Santa Eucaristia é preciso estar preparado por meio de oração, jejum, bom comportamento e por meio da confissão sacramental.
·   Por meio de orações: O fiel que deseja comungar na Divina Liturgia, deve antes se preparar, em sua casa ou na Igreja, rezando, lendo as Sagradas Escrituras e participando do Ofício das Vésperas, no cair da tarde de sábado, se houver.
·   Por meio do Jejum: Desde a primeira hora do dia que se vai comungar, não se deve ingerir nenhum alimento (exceto beber água), observando momentos de oração e de silêncio. Para as celebrações dos Pré-santificados, na semana da Quaresma, jejua-se a partir do meio-dia para se comungar depois das Vésperas. A abstinência de alimentos e bebidas para a participação da Eucaristia deve ser ensinada às crianças desde já cedo.
·   Por meio da Confissão: Se desejamos comungar, devemos ir à Confissão, antes ou depois da Vigília Noturna (ou Vésperas) procurando, com o coração aberto e sincero, um sacerdote para recebermos o perdão sacramental. Antes porém, devemos procurar aqueles a quem ofendemos e pedir-lhes o perdão e a paz. Não sendo possível a Confissão na véspera, é necessário fazê-lo antes da Divina Liturgia.

Quantas vezes, no ano, devemos comungar?
«Em verdade vos digo: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.» (Jo 6, 54-55)
A Igreja não tem uma resposta pronta para esta questão


Os cristãos dos primeiros séculos comungavam todos os domingos. Com o passar do tempo, mudaram as normas em relação a devoção cristã e, nem sempre para melhor. Para aquela pessoa que conhece o Evangelho e a doutrina da Igreja, é desnecessário explicar a importância de recebermos o Corpo e Sangue de Cristo, sem o que não podemos herdar a vida Eterna, conforme nos disse o Senhor no Evangelho de São João, capítulo 6.
Os fiéis sabem que a aproximação do santo Cálice exige preparação, purificação da alma dos pecados e das paixões. Assim reza o celebrante na Divina Liturgia de São João Crisóstomo: «Ninguém que está submetido às luxurias e às paixões da carne é digno de aproximar-se de Ti, ó Rei da Glória». A Igreja deixa a critério do fiel e de seu confessor a freqüência à comunhão, mas é bom lembrar que o hábito de comungar tanto quanto for possível, pois desta forma estaremos sempre na Graça de Deus.
Eis aqui algumas normas para o momento da comunhão:
·   Muitos fiéis costumam fazer uma reverência diante do santo Cálice, antes de comungar; outros preferem receber de joelhos as Sagradas Espécies.
·   Quando as Portas Santas se abrem, fazemos o sinal da Cruz e já nos encaminhamos para a fila da comunhão. Lá, colocamos as mãos cruzadas sobre o peito, a direita sobre a esquerda, e assim devemos permanecer até chegar nossa vez de comungar.
·   Primeiro comungam os que ajudam no altar, depois os monges, em seguida as crianças e, por fim, os adultos.
·   As mulheres costumam usar véus pretos, quando casadas, ou brancos, quando solteiras, ao aproximar da Comunhão.
·   Ao aproximar do cálice, devemos dizer nosso nome para o sacerdote e, em seguida, recebemos na boca, pelas mãos do sacerdote celebrante, o Corpo e Sangue de Cristo.
·   Somente pode dar a Eucaristia quem A consagrou (o celebrante, ou concelebrantes, quando houver), pois Jesus, na última Ceia, «tomou o pão, abençoou e distribuiu aos seus discípulos». Ele mesmo é Quem consagra. Ele mesmo é Quem distribui. Ele mesmo Se dá pela vida do mundo. Por isso, não há em nossa Igreja os "ministros da comunhão".
·   Alguns fiéis, após comungarem, costumam beijar o cálice. Não devemos tocar com as mãos o cálice, nem beijar a mão do sacerdote nesta hora, nem, tão pouco, beijar ícones ou falar com alguém ao sair da fila.
·   Ao comungar, levamos em nosso corpo o próprio Deus. Por isso o respeito, o silêncio e a meditação são fundamentais, e mostram o quanto cremos na Eucaristia.
·   Na tradição eslava, logo após a comunhão se recebe o "antidoron"(pão bento). Já na tradição grega, o "antidoron" é recebido somente no final da Divina Liturgia.
·   Não é permitido comungar mais que uma vez num mesmo dia.
·         Ao voltar para casa, deve-se evitar barulhos, gritarias, discussões, pois carregamos em nós Cristo Jesus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentar