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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Hierarquia na Igreja Oriental

A Igreja está alicerçada sobre uma rocha que desafia todos os tempos e esta rocha é o próprio Cristo, cabeça da Igreja. Ele mesmo fundou a Igreja, que é uma sociedade que tem como missão perpetuar sua vida e sua doutrina sobre a terra. Sendo que é uma sociedade orgânica surgiu a necessidade de organizá-la, nascendo assim as comunidades.
No fim do século I terminou a época dos Apóstolos e assim se iniciou a época dos "Epíscopes" (bispos). No século II foram instituídos os Bispos para cada Igreja local. No século III a Igreja já estava melhor organizada, tendo em cada metrópole um Bispo. Com o crescimento cada vez maior e rápido das comunidades cristãs, principalmente após o Edito de Milão (3 I 3), quando Constantino estabeleceu a liberdade de religião, a Igreja sentiu necessidade de ter uma boa estrutura a fim de guardar todo o seu patrimônio espiritual.
Patriarcas:
No decorrer dos séculos IV e V, as divisões civis causaram também as divisões eclesiásticas, as metrópoles civis tornaram-se também metrópoles religiosas: Cesaréia na Palestina, Alexandria no Egito, Antioquia no Oriente... Dentro desta divisão e organização é que surgiu os "Patriarcas" para administrar  a Igreja que se desenvolvia rapidamente e que passou a ser a jurisdição máxima, dentro da Igreja Ritual Oriental. No fim do século IV a Igreja contava com cinco Patriarcados (Pentarquia): Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia, e Jerusalém.
Em termo de jurisdição na tradição oriental, o Patriarca (Pai dos pais) é um bispo eleito em Sínodo, reconhecido pelo direito eclesiástico e a ele compete uma honra singular (singulari honore prosequendi sunt), com ampla jurisdição sobre seu Pa­triarcado. O Patriarca possui uma sorte de "primado" que difusa de São Pedro, fazendo assim com que todas as outras Igrejas tenham seus sucessores sobre a Sé de Roma. Pedro em Jerusalém, Pedro em Antioquia, Pedro em Alexandria e Pedro em Roma. Lembramos que neste círculo de cidade "Petrina", Jerusalém é onde Pedro pela primeira vez exerceu e manifestou seu primado. Dessa forma, os Patriarcas participam de uma sorte de "primado petrino", pois foi Pedro quem fundou estes Patriarcados, e sendo de origem Petrina, as Sés Patriarcais herdaram não somente um primado, mas também uma participação e solicitude universal na Igreja Universal.
Com o passar do tempo surgiram na Igreja outras Patriarcados conforme as necessidades: No século XVII, foram formados os Patriarcados de Babilônia na Mesopotâmia (Iraque); de Moscou (Nova Constantinopla e terceira Roma) na Rússia; No século XIX, surgiram diferentes Patriarcados nacionais na Europa Oriental, na medida em que os países se tornaram independentes; o último em data foi formado na África, o Patriarcado de Addis Abbeba (Etiópia), separado do Patriarcado de Alexandria em 1960.
Catholikós:
Nas antigas Igrejas (Mesopotâmia, Persa, Armênia e Geogiana) o respectivo Patriarca recebe o titulo de "Catholikós". O Catholikossato (palavra grega - pronuncia: Casolicossato), é uma província eclesiástica como o Patriarcado e o seu titular é o Catholikós (pronuncia: Casolikós), titulo auferido aos chefes espirituais das antigas Igrejas da Mesopotâmia (Persa), Armênia e Geórgia. Nestas Igrejas, Catholikós possui o mesmo grau de Patriarca.
Arcebispo Maior:
O titulo de Arcebispo Maior na Igreja Ortodoxa é auferido a todos os dirigentes de uma Igreja autocéfala, quando por algum motivo não foi eleito um Patriarca. Na Igreja Católica Oriental, segundo o direito expresso no Motu próprio "Cleri Sanctitati" (1957), o Arcebispo Maior é unido a uma Sé Metropolitana que está fora de um Patriarcado determinado, e este é reconhecido pelo Pontífice Romano e pelo Concilio Ecumênico; o Arcebispo Maior possui direitos similares aos de um Patriarca.
Cardeal Oriental:
O Cardeal é um Prelado que na Igreja católica faz parte do Sagrado Colégio dos Cardeais. Estes são nomeados pelo Papa durante um consistório e são os mais altos dignitários da Igreja católica.
Na origem os Cardeais eram simples auxiliares do Papa e eram escolhidos entre os sacerdotes e os diáconos da cidade de Roma. Depois do século XII eles constituíram o Sagrado Colégio e passaram a ser Conselheiros do Papa, tornando assim os colaboradores direto do Pontífice. Notamos que a evolução da importância do Cardeal, o auge foi durante a separação ente o Oriente e Ocidente.
O título de Cardeal na hierarquia da Igreja Oriental católica é recente e foi decisão do Papa Paulo VI no consistório de fevereiro de 1965, com o Motu Próprio "Ad Purpuratorum Patrum Collegium". Nesse consistório foram nomeados Cardeais quase todos os Patriarcas das Igrejas Orientais Católicas, passando estes a ter um lugar especial no Sagrado Colégio dos Cardeais, no entanto, não foram escritos ao número do Prelado Romano e não possuem sede titular em Roma.
Para os Patriarcas Orientais de tradição não-bizantina, o título de Cardeal representa uma grande honra. Mas em se tratando de ecumenismo, este título a um Patriarca é negativo, e inferior a dignidade Patriarcal, que tem origem Apostólica, enquanto o título de Cardeal tem uma origem recente e foi instituído pela Igreja Romana. (Sempre que este título e função foram oferecidos aos nossos Patriarcas Greco Melquitas Católicos; estes recusaram; cardinalato é um título, patriarcado é uma função)
Metropolita:
Metropolita o mesmo que Arcebispo de uma metrópole (Arquidiocese), que tem jurisdição canônica sobre as outras Dioceses e Bispos.
Eparca:
Eparca o mesmo que Bispo. Na antiguidade Greco-romana, Eparquia significava prefeitura, província e o Eparca Prefeito. No direito Grego moderno, Eparquia significa distrito e no direito canônico oriental Eparquia (diocese) corresponde a uma circunscrição eclesiástica dirigida por um Eparca (Bispo).
Ordinário:
Título auferido a um Bispo da Igreja latina, que passa a ter jurisdição sobre os fiéis orientais católicos residentes fora do Patriarcado e que não possuem uma hierarquia formada no país de imigração. Os sacerdotes e os fiéis orientais católicos, neste caso fazem parte de um Ordinariato.
Exarca:
Os Exarcas são bispos que representam Patriarca. Os Exarcas tem jurisdição sobre o Exarcado Apostólico, que no direito canônico oriental corresponde a uma circunscrição eclesiástica que está fora do território Patriarcal e que não foi ainda constituído Eparquia (diocese) por motivo de um baixo número de fiéis ou outro motivo. Exarcado Apostólico corresponde à Administração Apostólica. O Exarca Apostólico é encarregado de missão, nomeado pelo Patriarca ou pelo Bispo e depende juridicamente da Sé Apostólica Romana e não do Patriarca ritual, apesar do mesmo participar do Sínodo de sua Igreja ritual (católico).
Abuna:
Palavra árabe que significa "Nosso pai", corresponde ao título de padre. Na Igreja Etíope (Rito Alexandrino) corresponde ao título de bispo.
Arquimandrita:
O título Arquimandrita, no passado correspondia ao Superior de um Mosteiro, sinônimo de Abade (Higúmeno). Atualmente é um título de honra eclesiástica auferido a um sacerdote conforme suas responsabilidades dentro da Igreja. Corresponde ao titulo de Monsenhor da Igreja latina.
Protossincelo:
Título honorífico auferido a um sacerdote da Igreja Oriental, e segundo o novo Direito Canônico Oriental, é o Vigário Geral da Diocese (cf. Cano 245-251).

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