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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011


Cristãos no Oriente Médio.
Levados por Jesus por caminhos imprevisíveis
Notas de uma viagem pela vida cotidiana de comunidades cristãs de tradição apostólica. O milagre de uma presença indefesa e ininterrupta, entre a fidelidade à própria história e o entrelaçamento com a civilização islâmica

de Gianni Valente
(30 dias na Igreja e no Mundo)


(Fiéis em oração diante do túmulo do Santo Profeta e Precursor São João Batista em Damasco-Síria)
Na pracinha de Bab Touma, ferve o vaivém caótico e regular: o stop and go dos taxistas, as baforadas de kebab, as melodias sincopadas das canções árabes ecoando nos aparelhos de rádio sempre ligados em alguma loja. Mas basta penetrar uns poucos metros pelas ruas estreitas do que os guias turísticos chamam o “bairro cristão” de Damasco, e logo um silêncio regenerador funciona como caixa de ressonância de sons familiares e cotidianos: os passos no chão de pedras, as vozes saindo pelas janelas, o toque cadenciado dos sinos. Nas encruzilhadas e nas fachadas das casas, os oratórios de Nossa Senhora e os Cristos crucificados dão as caras com discrição na via pública e nos pensamentos absortos de quem passa. Um ou outro levanta a cabeça e faz o sinal da cruz.
No pátio da igreja de São Paulo, a paróquia de rito latino sob a responsabilidade dos franciscanos da Custódia da Terra Santa, também se respira um ar relaxado e ordinário de um espaço de Igreja em plenas férias. Num grupinho, adolescentes riem e contam piadas, largados à entrada de uma salinha. Enquanto isso, padre Raimundo Girgis, o jovem pároco, vestido de batina, está sentado no escritório paroquial revirando nas mãos o livrinho que acabou de mandar imprimir, para poder difundi-lo entre os paroquianos. No livro é narrada a história dos mártires de Damasco. A obra fala do sangue de cristãos derramado neste lugar, onde hoje, mesmo para aqueles que creem em Jesus, tudo parece convergir para uma vida calma e tranquila, a vida de quem se sente em casa. Era bem aqui, em julho de 1860, que fanáticos drusos circulavam pelas ruas matando e roubando, aos gritos de “como é bom massacrar os cristãos”. Na época, só a proteção de um emir argelino e de suas milícias impediu que o massacre virasse extermínio. Mas um traidor indicou a frágil portinha que permitiu invadir o convento dos frades. Oito deles foram mortos ali, além de três fiéis maronitas. Padre Manuel Ruiz e seus companheiros, antes do martírio, tinham-se reunido na igreja. O superior os havia absolvido de seus pecados e depois tinham tomado a comunhão, consumindo todas as hóstias consagradas, para evitar sua profanação.
Hoje, neste lugar, a história é totalmente outra. Faz décadas que em toda a Síria não há restrição nenhuma à livre expressão, mesmo pública, das práticas e das devoções daqueles que confessam Jesus, Filho unigênito de Deus. A mais recente procissão de fiéis atravessou as ruas de Bab Touma há poucas semanas, entre orações e cantos em árabe. Missas, peregrinações, colônias de férias, conferências, cursos de catecismo, acampamentos de escotismo se desenvolvem em cidades e vilarejos sem problemas. As solenidades do Natal e da Páscoa – tanto a católico-latina quanto a cristã-oriental – são dias festivos para o País inteiro. Como padre Raimundo observa, o próprio livrinho sobre os mártires de Damasco, impresso em árabe, é um sinal, pequeno mas eloquente, das voltas imprevisíveis e repentinas que a história às vezes dá por aqui. O livrinho relembra um antigo episódio de sangue: cristãos assassinados por uma seita muçulmana. No entanto, as autoridades – do governo da República Árabe da Síria, não de um qualquer neoprotetorado colonial submisso ao Ocidente – deram sem pestanejar a autorização para a publicação.

(Igreja greco-ortodoxa de Quneitra)
A prioridade do presidente
Esse caráter imprevisível da história é algo que os cristãos de todo o Oriente Médio conhecem e respeitam há milênios. Tudo começou quando os primeiros discípulos se depararam inesperadamente com Jesus, no mar da Galileia. Afinal, é desde aquela época que existem cristãos no Oriente Médio.
No santuário de Santa Tecla, no vilarejo rupestre de Maalula, ainda hoje podemos ouvir o pai-nosso rezado em aramaico, a língua de Jesus. Nessa gruta santa, onde, segundo a tradição local, a discípula de São Paulo passava a sua vida de ascese e oração, curando os doentes com a água da fonte milagrosa, as pessoas hoje entram descalças e rezam de joelhos ou sentadas nos tapetes de damasquim, como nas mesquitas. A apostolicidade que é própria de toda a Igreja, essa dependência dos testemunhos daqueles que viveram com Jesus e o viram ressuscitado, transparece nos gestos e nas palavras habituais das religiosas ortodoxas, na delicada caridade com que a superiora, madre Pelágia, e suas treze monjas acolhem os peregrinos e cuidam dos cinquenta órfãos que a Providência e o Estado lhes confiaram. No vizinho mosteiro de Nossa Senhora de Saidnaya, onde está guardado a sete chaves um precioso ícone mariano atribuído a São Lucas, os pais árabes vêm de longe, da Jordânia e do Líbano, para batizar seus filhos, como já acontecia aqui nos primeiros séculos depois de Cristo, bem antes da chegada das tropas de cavaleiros árabes que iniciariam os séculos da civilização muçulmana.
No século VII, quando, na dinastia dos Omíadas, Damasco se tornou a capital do primeiro império islâmico, o novo poder deixava amplo espaço aos cristãos árabes e arabizados da Síria. Ao longo de setenta e cinco anos, cristãos e muçulmanos compartilharam, em regime de coabitação, a grande igreja dedicada a São João Batista, celebrando lado a lado cada um os seus ritos e liturgias, antes que o califa decidisse construir, no lugar da igreja, a grande mesquita em que ainda hoje as mulheres e os homens do islã cercam de gestos devotos o memorial que, segundo a tradição, preserva a cabeça do primo de Jesus. São João Damasceno, filho de um funcionário do califa de Damasco, foi o exemplo mais famoso dessa duradoura relevância da comunidade cristã, incorporada pela nascente civilização islâmica. “Foi graças aos cristãos da Síria que os conquistadores entraram em contato com o pensamento antigo e acolheram sua imensa herança” (J. P. Valognes, Vie et mort des chrétiens d’Orient, Paris, Fayard, 1995, p. 704).
Desde então, certamente não é possível dizer que tenham faltado também problemas, sofrimentos e tragédias imensas aos cristãos da Síria: os abusos de que foram vítimas sob os Abássidas, as ferozes represálias mamelucas que se seguiram às cruzadas, as inúmeras histórias de violência e submissão que povoam os séculos da dominação otomana, sobretudo quando “os cristãos pareciam ser o pretexto para as ingerências europeias” (ibid., p. 707). Mas hoje, e isso já há décadas, a orientação dos grupos que controlam o poder continua a ser a de um nacionalismo pan-árabe unanimista. Essa opção secularizadora abafa as discriminações com base religiosa e exalta a identidade árabe-síria como critério exclusivo sobre o qual fundamentar a unidade nacional. Imposta pelo general Hafez al-Assad, em 1970, essa linha foi retomada por seu filho Bashar – que o sucedeu na presidência do País em 2000 –, com justificativas iluminadas e medidas legais que reivindicam para o Estado leigo o papel de fiador da convivência pacífica entre as diversas comunidades confessionais. Em junho de 2006, um decreto presidencial garantiu às comunidades católicas a possibilidade de regular matérias de direito privado familiar e hereditário segundo normas e critérios não correspondentes à legislação baseada no Alcorão, que vigora para a maioria muçulmana. Ao mesmo tempo, em julho passado uma circular do Mistério da Educação sírio proibiu que as professoras usassem o véu completo nas escolas, o mesmo valendo para as alunas nas universidades públicas, como antídoto à difusão de “ideias extremistas”. Um mês antes, 1.200 professoras que trajam o niqab (o véu que deixa apenas os olhos descobertos) foram transferidas para funções burocráticas, em que não há possibilidade de contato com os alunos. “Agora, a principal questão é manter a nossa sociedade secular como é hoje”, declarou sem hesitar o presidente Assad, em 27 de maio passado, na longa entrevista para a tevê concedida ao jornalista norte-americano Charlie Rose. “Na Síria”, explicou o presidente, “temos uma diversidade rica, da qual nos orgulhamos. Mas, no fim das contas, nós fazemos parte desta região. E não podemos deixar de levar em consideração os conflitos que nos cercam. Se encontramos um Líbano sectário a oeste e um Iraque sectário a leste, com um processo de paz ainda não resolvido em nossa fronteira meridional, e ainda temos terroristas espalhados por toda a região, mais cedo ou mais tarde acabaremos por ser contagiados”.


(Igreja de Santa Tecla, discípula de São Paulo, Apóstolo em Maalula-Síria)
Santa Tecla nasceu numa família reconhecidamente pagã. Quando contava com a idade de 18 anos, foi prometida em casamento a um jovem. O apóstolo Paulo, em certa ocasião, pregou o evangelho no lugar onde Tecla vivia. Tendo escutado a pregação evangélica do Apóstolo, Tecla se converteu ao cristianismo e decidiu viver uma vida casta, desde então. Esta decisão transtornou tanto a sua mãe que, além de surrá-la, privava sua filha Tecla de se alimentar. Contudo, quando percebeu que aquela maneira de tratá-la resultada incapaz de desviá-la de sua fé em Cristo, desesperadamente atirou-a ao fogo. Deus, porém, preservou-a intacta. Tecla se fez discípula do Apóstolo Paulo e foi com ele a Antioquia. Lá, um ancião da cidade, atraído por sua beleza, tentou tomá-la a força, porém ela conseguiu fugir. Enfurecido o agressor a levou ao governador sob a acusação de ser uma cristã. O governador ordenou que a jogassem para os animais ferozes, mas os animais não a tocaram. Surpreso, o governador a interrogou, perguntando-lhe: «quem és tu, e qual é poder que vem de ti, pois nada te faz mal ?» Tecla respondeu: «Sou uma serva do Deus vivo». O administrador, então, a deixou livre e ela iniciou sua missão de anunciar o evangelho convertendo muitos  à fé cristã. Depois, se retirou a um lugar solitário, levando uma vida simples, curando os enfermos através de orações. Os médicos, enciumados pelo dom de cura da Santa, enviaram alguns jovens para atacá-la. Ela rogou ao Senhor que o protegesse daqueles homens e imediatamente a pedra onde estava sentada se abriu e a escondeu. Esta pedra que foi seu esconderijo, mais tarde foi usada como seu túmulo.

(Nosso calendário católico bizantino a comemora dia 24 de setembro)

O fantasma de Quneitra
Farid Bulos, pároco de Santa Teresinha, a igreja dos caldeus em Damasco, sabe muito bem quais foram os efeitos, também na vida dos cristãos, da espiral sectária iniciada no Iraque pela “Coalizão dos Voluntários” convocada por Bush. A guerra, oficialmente, acabou há anos, mas mais de um milhão de refugiados iraquianos ainda vivem deslocados na capital síria. Menos de 1.200 deles voltaram ao Iraque desde 2008, segundo os dados das agências locais para refugiados da ONU. Os outros sonham em transferir-se para outro lugar, para a Europa, para os Estados Unidos. Enquanto esperam o visto, vão-se acostumando ao poucos com uma precariedade crônica, feita de todo tipo de expediente para sobreviver. Com seus poucos recursos, a paróquia procurou desde o início funcionar como um centro de primeira assistência para os náufragos que vêm para a Síria sem nada, apenas as roupas do corpo, com o único alívio de terem escapado da rotina de massacres, homicídios e sequestros que marcava os dias enlouquecidos do Iraque “libertado”. Mas a situação de emergência, que acabou por se tornar condição permanente, consome, com o tempo, como as doenças incuráveis. Em Damasco, imensa sala de espera para milhares de vidas interrompidas, manifesta-se sem nenhuma máscara a fragilidade vulnerável de uma das mais sólidas Igrejas do Oriente, o desaparecimento de uma cristandade milenar chamada à fé pela pregação do apóstolo Tomé, e hoje desarraigada da própria terra em que germinou. “Já não existem padres iraquianos aqui. Os muitos que passaram, tão logo obtiveram o visto para algum país ocidental, foram embora correndo”, conta Farid, com amargura.
A sobrevivência ininterrupta das comunidades cristãs do Oriente Médio através dos séculos é um milagre da história justamente por dizer respeito a realidades humanas frágeis e sem proteção nenhuma. Essas comunidades indefesas deram provas de saber achar todos os caminhos possíveis de adaptação às mais hostis condições experimentadas no seio da civilização islâmica. Mesmo assim, fatalmente sofrem com as situações de conflito, com as provas de força que conduzem ao rompimento dos equilíbrios e dilaceram a trama da convivência social diária e pacífica. Por isso, toda guerra fomentada por estes lados é sempre uma guerra contra os cristãos. São sempre eles os primeiros a pagar, os alvos preferidos, as vítimas predestinadas. Eles não têm bairros-fortaleza para resistir, não têm milícias tribais às quais possam pedir proteção, não têm uma linha de frente de militantes rondando, como escudos humanos, por estas terras de contenda.
Quneitra, a cidade-fantasma, é um imenso lembrete do conflito que há décadas, mesmo nas fases latentes, não deixa de enredar e dificultar a vida de todas as pessoas daqui. Antes da guerra de 1967, era a capital administrativa da região que compreendia as colinas de Golan. Hoje, é apenas um monte de ruínas: tudo ficou exatamente como foi deixado pelos ocupantes israelenses, que demoliram, com minas e escavadeiras, casas e igrejas, escolas e mesquitas, depois de expulsar os 30 mil habitantes árabes, para em seguida retirar-se unilateralmente para o alto das colinas. Para chegar até aqui, é preciso atravessar a faixa de segurança ainda controlada pelos soldados da ONU, depois de passar por baixo dos bunkers israelenses, que controlam a região inteira do topo das colinas. Entre as poucas coisas que ficaram de pé, destaca-se o esqueleto da igreja ortodoxa. O governo sírio leva os jornalistas estrangeiros a excursionar até ali, e os guias militares não poupam tempo e energias para frisar essa imensa marca propositalmente não removida da devastação gratuita ordenada pelos inimigos. Entre memória e propaganda, as maquetes da região em disputa oferecem um retrato instantâneo perfeito do valor estratégico da área para o controle dos recursos hídricos. Talvez seja por isso que, também no Golan, há quem queira manter a ferida aberta a todo custo. E para isso aposta tudo na opção ilógica e surreal de congelar o tempo quase cinquenta anos atrás, num passado maligno que retira o oxigênio, a água e a luz das mil flores de paz que esperam apenas uma oportunidade para germinar nestas terras áridas.


O sonho de Homs
No entanto, basta nos afastarmos do Golan para perceber que o encanto se quebra. As fórmulas mágicas que queriam petrificar a Síria como um membro do gueto dos Estados bandidos já não funcionam. De Damasco a Alepo, do mar até as planícies do Eufrates, tudo fala de um país consciente de sua grande história, habitado por um povo jovem que volta a se posicionar na linha de partida, impaciente para disparar, rumo ao futuro.
Os primeiros dez anos do “jovem” Assad no poder devem ser interpretados e percebidos como uma saída progressiva do isolamento e da marginalidade internacional, uma fase de passagem, em que se estabeleceram as premissas para um iminente “renascimento” sírio. A liderança política parece empenhada em libertar-se gradualmente de uma certa rigidez anti-histórica de cunho soviético. E tem recuperado sua autoridade nos cenários geopolíticos, consolidando as alianças tradicionais ao mesmo tempo em que busca a todo custo novas parcerias com todos os outros sujeitos geopolíticos regionais, numa espécie de frente comum de autodefesa contra os riscos do “contágio” iraquiano. A Síria intensifica as relações com o Iraque (que está construindo um imenso centro cultural no centro de Damasco), sem renegar os laços tradicionais com o outro grande polo regional representado pela Arábia Saudita; relança em bases novas as relações com o Líbano do presidente Michel Suleiman e do premiê Saad Hariri, visando arquivar uma longa e controversa temporada de tensões e venenos; mantém canais de diálogo com o Hezbollah e com os grupos divididos do poder palestino, inclusive o Hamas; e, sobretudo, consolida uma aliança inédita com a Turquia de Erdogan, inaugurada pelo acordo de livre comércio sírio-turco de 2004 e desenvolvida com a abertura das fronteiras entre os dois países e a assinatura de dezenas de acordos de natureza econômica.
É justamente no terreno econômico que o novo e irrequieto dinamismo sírio se exibe com maior exuberância. A supervisão governamental sobre a economia procura libertar-se dos entraves de um estatalismo retrógrado, buscando interessar os capitais estrangeiros e privados com boas oportunidades de investimento. O cenário de estabilidade político-social do País é apresentado como garantia de negócios seguros, a salvo das turbulências de outras regiões do Oriente Médio. Até os sírios que enriqueceram na diáspora voltam para investir nos grandes projetos de requalificação urbana, como a imensa obra que vem livrando o centro de Alepo de quilômetros quadrados de ocupações informais decadentes e em risco de desabar. Ao mesmo tempo, o Ministério do Turismo expõe com satisfação uma montanha de dados que atestam o crescimento exponencial do setor. Mas o que puxa o sonho do iminente boom econômico são sobretudo as cinco cidades industriais que o governo quer construir, praticamente do nada, nos próximos cinco anos. Áreas de desenvolvimento intensivo, com um regime fiscal tax free para favorecer os investidores, dotadas de infraestrutura de vanguarda, com centros habitacionais satélites em que os trabalhadores possam viver com dignidade. Hassia, a cidade industrial que deve nascer perto de Homs, por ora é apenas um amontoado de projetos, mapas, maquetes e peças publicitárias tridimensionais feitas no computador. Mas dentro de cinco anos haverá quase oitocentas empresas de todos os setores concentradas na planície semidesértica em que será erguida.
Os primeiros que chegaram foram os chineses e os iranianos. Contornando o embargo americano, eles começaram a produzir carros para os países árabes. Na fábrica da Hmisho, técnicos chineses e operários sírios trabalham lado a lado, produzindo miniutilitários de sete mil euros. Na área residencial dessa “nova” Homs, industrial e tecnológica, o plano regulador prevê a instalação de bancos e hotéis, escolas e centros esportivos, hospitais e centros comerciais. Além das mesquitas, serão construídas igrejas também. Num país assim, sem a necessidade de migrar para conseguir emprego, paz e uma vida melhor, os cristãos também poderão continuar a sentir-se em casa, se Deus quiser.

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