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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Início do Triodion

Três semanas antes dos quarenta dias (Grande Quaresma) que antecedem a Páscoa, a Igreja Católica Bizantina (E Ortodoxa)  inicia o «Triodion» . Este nome é originado de uma coleção de livros litúrgicos que preparam os fiéis por meio de orações solenes para a Festa das festas do cristianismo: a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Neste tempo, as leituras, as orações e as súplicas enfatizam a importância da oração, do jejum e da penitência como importantes ingredientes do amadurecimento espiritual.
Domingo dia 13 /02/2011: Domingo do Publicano e do Fariseu.



FARISEU E PUBLICANO   
(Lc 18,10-15)
Amados meus,
O que acabamos de ouvir sobre o Fariseu e o Publicano me faz perguntar a todos:
O que realmente sabemos do Jesus terreno, da sua vida, dos seus ensinamentos, da sua paixão?
        Pode ser útil ter presente em nossas mentes que existem dois modos de conhecer Jesus e, mais em geral, dois modos de conhecer uma pessoa. São Paulo escreve na Segunda Carta aos Coríntios: “De modo que, desde agora em diante, a ninguém conhecemos segundo a carne. Ainda que tenhamos conhecido a Cristo desse modo, agora já não O conhecemos assim” (5,16).
Conhecer “segundo a carne”, de modo carnal, significa conhecer de modo apenas exterior, com critérios superficiais: pode-se ter visto uma pessoa diversas vezes, conhecer portanto as suas feições e os diversos pormeno-res do seu comportamento: como fala, como se move, etc. Contudo, mesmo conhecendo alguém desta forma, não o conhecemos realmente, não se conhece o núcleo da pessoa. E sabem por quê?
Porque só com o coração se conhece verdadeiramente uma pessoa. De fato, os Fariseus e os Saduceus conheceram Jesus de modo exterior, ouviram o Seu Ensinamento, conheceram muitos pormenores acerca dEle, mas não O conheceram na Sua Verdade. Depois da Transfiguração, Jesus pergunta aos Apóstolos: “Quem dizem as pessoas que Eu sou?” e “Quem dizeis vós que Eu sou?”. O povo conhece-O, mas superficialmente; sabe diversas coisas acerca d'Ele, mas não O conhece realmente. Ao contrário, os Doze, graças a um amor louco que chama em causa do coração, compreenderam pelo menos na substância e começaram a conhecer quem é Jesus. Também hoje existe este modo diverso de conhecimento: há pessoas doutas que conhecem Jesus nos Seus Muitos Pormenores e pessoas simples que não conhecem estes pormenores, mas conheceram-nO na Sua Verdade: “o coração fala ao coração”.
Amados meus, a parábola, do Fariseu e do Publicano, narrada por Jesus, nos sinaliza que todos nós poderíamos ser tentados, como o Fariseu, a recordar a Deus os nossos méritos, talvez pensando na nossa vida de sacrifícios e concessões ao Próximo. Mas, para subir ao Céu, para que nossas orações sejam ouvidas por Deus, devem partir de um coração humilde, simples e bom. Antes de tudo dando Graças a Deus, não pelos nossos méritos, mas pelo Dom da Fé que Ele nos concedeu. Reconhecendo-nos pequenos e necessitados de Salvação e de Misericórdia; reconhecendo que tudo provém Dele e que só com a Sua Graça se realizará aquilo que o Espírito Santo nos guia a ser feito nesta vida. Só assim poderemos verdadeiramente ser Ricos, mais Justos e mais Capazes de Trilhar os Caminhos do Senhor.
A parábola do Fariseu e do Publicano (Lc 18, 9-14) oferece um ensinamento igual ao de São Paulo, quando insiste sobre a exclusão obrigatória de qualquer vanglória em relação a Deus. Também as frases de Jesus sobre os Publicanos e as Prostitutas, mais disponíveis que os Fariseus a acolher o Evangelho (Mt 21, 31; Lc 7, 36-50), e as suas opções de partilha da mesa com eles    (Mt 9, 10-13; Lc15,1-2) encontram plena correspondência na Doutrina sobre o Amor Misericordioso de Deus pelos pecadores (Rm 5, 8-10; e também Ef 2, 3-5).
Sim, pelos pecadores, que não pensam em Jesus como numa Pessoa do passado.
Sim, pelos pecadores, que conhecem certamente a Grande Tradição sobre a Vida de Jesus, as Suas Palavras, a Sua Morte e a Sua Ressurreição, mas não tratam tudo isto como coisas do passado; e sim como realidade do Jesus Vivo.
As Palavras e as Ações de Jesus, para cada um de nós, não podem pertencer ao tempo histórico, ao passado. Jesus vive e fala agora conosco e vive para nós. É este o verdadeiro modo de conhecer Jesus e de acolher a Tradição acerca dEle.
Nós pecadores devemos aprender a conhecer Jesus,  não como uma Pessoa do passado, mas como Nosso Senhor, que hoje está conosco e nos mostra como viver e como morrer.

Amém! Aleluia!
  Dom Farès Maakaroun
Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Greco-Melquita no Brasil
Domingo dia 20: Domingo do Filho Pródigo.
Sábado da Abstinência de Carne: Comemoração de todo os fiéis defuntos.
Domingo dia 27: Domingo do Juízo final.

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