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sexta-feira, 24 de junho de 2011

 

Natividade do santo profeta e precursor do Senhor, o glorioso São João Batista
(Festa do onomástico e consagração sacerdotal do Arquimandita João)
(Ícone da natividade de São João Batista)
 No dia 24 de junho, os cristãos do Oriente e do Ocidente celebram o nascimento de São João Batista. Também coincide, nas duas tradições, a data em que se celebra o seu martírio em 29 de agosto. No Oriente bizantino, porém, as comemorações do grande Profeta e Precursor são sem dúvida mais numerosas.
Com relação ao nascimento, os calendários bizantinos assinalam, no dia 23 de setembro, a data da concepção do "glorioso Profeta, Precursor João, o que batizou Jesus no Jordão". Antigamente também os martirológios latinos registravam essa comemoração em 24 de setembro; porém a partir do século XV foi abolida.
Apolitikion da Festa

Profeta e precursor da vinda de Cristo,
não vos podemos louvar dignamente,
nós que vos veneramos com amor;
pois, por vosso venerável e glorioso nascimento,
a esterilidade de vossa mãe e o mutismo de vosso pai
cessaram, enquanto a encarnação do Filho de Deus
era anunciada ao mundo.
Na tradição oriental é comum iconografar São João Batista na forma de um Anjo. (Como no ícone acima)
 Com efeito "era mais que um homem", como diz o evangelho, e a palavra "mensageiro" em grego aggeloV coincide com nossa tradução". Sendo um dos santos mais venerados no Oriente bizantino, é compreensível que muitas sejam as formas de representá-lo em ícones: encontramo-lo representado sozinho, ou em episódios da sua vida, especialmente o da sua decapitação.
João é filho de Zacarias que, por causa de sua pouca fé, tornou-se mudo, e de Isabel, aquela que era estéril. O nascimento de João Batista anuncia a chegada dos tempos messiânicos, nos quais a esterilidade se tornará fecundidade e o mutismo, exuberância profética.
O evangelho lhe dá o cognome de."Batista", porque ele anuncia um novo rito de ablução (Mt 3,13-17), na qual o batizado não imerge sozinho na água, como nos ritos e nos batismos judaicos, mas recebe a água das mãos de um ministro. João pretendia mostrar assim que o homem não se pode purificar sozinho, mas que toda santidade vem de Deus.
João Batista é também lembrado como um homem de grande mortificação. Talvez tenha ele sido iniciado esta disciplina nas comunidades religiosas do deserto. Mas a tradição lembra, sobretudo seu caráter profético. Ele é profeta por um duplo titulo. Antes de tudo é profeta no sentido em que essa palavra era entendida no Antigo Testamento; aliás, João é o maior dos profetas de Israel, porque pôde apontar o objeto de suas profecias (Mt 11,7-15; Jo 1,19­28). Para realçar essa pertença de João à grande descendência dos profetas do Antigo Testamento, Lucas nos narra seu nascimento, permitindo ver através dele o perfil das grandes vocações dos antigos profetas.
Mas o profeta não é apenas o anunciador do futuro messiânico; é essencialmente o portador da palavra de Deus e a testemunha da presença dessa Palavra criadora no mundo novo.
Ele aponta para os futuros discípulos de Cristo a quem esses deveriam seguir. Mostra o Cordeiro e orienta que o sigam.

Fonte:
«O Ano Litúrgico Bizantino». DONADEO, Madre Maria, Ed. Ave-Maria


quinta-feira, 23 de junho de 2011




AS MARAVILHAS DA EUCARISTIA POR GRANDES SANTOS 

São João Crisóstomo dizia:
“Deu-se todo não reservando nada para si”.
“Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-5)”.

São Boaventura:
“Ainda que friamente aproxime-se confiando na misericórdia de Deus”.

São Francisco de Sales:
“Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.

Santa Teresa de Ávila:
“Não há meio melhor para se chegar à perfeição”.
“Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma pagar mau a hospedagem se o recebemos bem”.
“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”.

São Bernardo:
“A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”.
“Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda de amor os anjos”.

S. Vicente Ferrer:
“Há mais proveito na Eucaristia que em uma semana de jejum a pão e água.

Santo Ambrósio:
“Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance.”

São Gregório Nazianzeno:
“Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser desejado”.
“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno.”

São Tomás de Aquino:
“A comunhão destrói a tentação do demônio.

Concílio de Trento:
“Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais.”

Santo Afonso de Ligório:
“A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação, recolhimento.”
“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.

S. Pio X:
“A devoção à eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor”.
“Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam porque podemos comungar”.

Santo Agostinho:
“Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele.”
“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”
“ A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia.”
“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade.”

Papa Pio XII:
“A fé da Igreja é esta: que um só e o mesmo é o Verbo de Deus e o Filho de Maria, que sofreu na cruz, que está presente na Eucaristia, e que reina no céu.”

São Gregório de Nissa:
“Nosso corpo unido ao corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque se une ao Imortal”.

São João Maria Vianney:

“Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.

Santa Teresinha:

“Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão.”

Santa Margarida Maria Alacoque:

 
“Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós.”

São Filipe Neri:
“A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia.” 

Santa Catarina de Gênova:
“O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.

São João Bosco:

“Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante.”
Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Quereis vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus…”




sexta-feira, 17 de junho de 2011


 1º DOMINGO APÓS A FESTA DE PENTECOSTES
(19 de junho)


FESTA DE TODOS OS SANTOS
 Sendo o Espírito Santo a fonte de toda santidade; é apropriado que o nosso Rito Bizantino celebre a Festa de Todos os Santos

 Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes
importam as honras terrenas, a eles que, segundo a promessa do Filho, o mesmo Pai celeste
glorifica? De que lhes servem nossos elogios? Os santos não precisam de nossas homenagens,
nem lhes vale nossa devoção. Se veneramos os Santos, sem dúvida nenhuma, o interesse é
nosso, não deles. Eu por mim, confesso, ao recordar-me deles, sinto acender-se um desejo
veemente.

Em primeiro lugar, o desejo que sua lembrança mais estimula e incita é o de gozarmos de sua
tão amável companhia e de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem-
aventurados, de unir-nos ao grupo dos patriarcas, às fileiras dos profetas, ao senado dos
apóstolos, ao numeroso exército dos mártires, ao grêmio dos confessores, aos coros das virgens,
de associar-nos, enfim, à comunhão de todos os santos e com todos nos alegrarmos. A
assembléia dos primogênitos aguarda-nos e nós parecemos indiferentes! Os santos desejam-nos
e não fazemos caso; os justos esperam-nos e esquivamo-nos.

Animemo-nos, enfim, irmãos. Ressuscitemos com Cristo. Busquemos as realidades celestes.
Tenhamos gosto pelas coisas do alto. Desejemos aqueles que nos desejam. Apressemo-nos ao
encontro dos que nos aguardam. Antecipemo-nos pelos votos do coração aos que nos esperam.
Seja-nos um incentivo não só a companhia dos santos, mas também a sua felicidade.
Cobicemos com fervoroso empenho também a glória daqueles cuja presença desejamos. Não é
má esta ambição nem de nenhum modo é perigosa a paixão pela glória deles.

O segundo desejo que brota em nós pela comemoração dos santos consiste em que Cristo, nossa
vida, tal como a eles, também apareça a nós e nós juntamente com ele apareçamos na glória.
Enquanto isto não sucede, nossa Cabeça não como é, mas como se fez por nós, se nos
apresenta. Isto é, não coroada de glória, mas com os espinhos de nossos pecados. É uma
vergonha fazer-se de membro regalado, sob uma cabeça coroada de espinhos. Por enquanto a
púrpura não lhe é sinal de honra, mas de zombaria. Será sinal de honra quando Cristo vier e não
mais se proclamará sua morte, e saberemos que nós estamos mortos com ele, e com ele
escondida nossa vida. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela refulgirão os membros
glorificados, quando transformar nosso corpo humilhado, configurando-o à glória da Cabeça,
que é ele mesmo.

Com inteira e segura ambição cobicemos esta glória. Contudo para que nos seja lícito esperá-la
e aspirar a tão grande felicidade, cumpre-nos desejar com muito empenho a intercessão dos
santos. Assim, aquilo que não podemos obter por nós mesmos, seja-nos dado por sua
intercessão.

Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo2: Opera omnia, Edit.Cisterc. 5[1968],364-368)

 (Séc.XII)


VEJAMOS O QUE DIZ O CATECISMO DA IGREJA SOBRE A COMUNHÃO DOS SANTOS

C.48.1 Diversas espiritualidades e comunhão dos santos
§2684 Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história das Igrejas, diversas espiritualidades. O carisma pessoal de uma testemunha do Amor de Deus aos homens pôde ser transmitido, como "o espírito" de Elias a Eliseu" e a João Batista, para que alguns discípulos tenham parte nesse espirito. Há uma espiritualidade igualmente na confluência de outras correntes, litúrgicas e teológicas, atestando a inculturação da fé num meio humano e em sua história. As espiritualidades cristãs participam da tradição viva da oração e são guias indis-pensáveis para os fiéis, refletindo, em sua rica diversidade, a pura e única Luz do Espírito Santo.
O Espírito é de fato o lugar dos santos, e o santo é para o Espírito um lugar próprio, pois se oferece para habitar com Deus e é chamado seu templo.
C.48.2 Intercessão expressão da comunhão dos santos
§1055 Em virtude da "comunhão dos santos", a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios, particularmente o santo sacrifício eucarístico.
§2635 Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos santos. Na intercessão, aquele que ora "não procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos dos outros" (Fl 2,4) e reza por aqueles que lhe fazem mal.
C.48.3 Significação da comunhão dos santos
§1331 Comunhão, porque é por este sacramento que nos unimos a Cristo, que nos toma participantes de seu Corpo e de seu Sangue para formarmos um só corpo; denomina-se ainda as "coisas santas: ta hagia (pronuncia-se "ta háguia" e significa "coisas santas"); sancta (coisas santas" este é o sentido primeiro da "comunhão dos santos" de que fala o Símbolo dos Apóstolos pão dos anjos, pão do céu, remédio de imortalidade, viático...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Discurso pronunciado no Concílio de Éfeso
sobre Maria Mãe de Deus.
 São Cirilo de Alexandria
Salve, cidade de Éfeso, mais formosa que os mares, porque em vez dos portos da terra, marcaram encontro em ti os que são portos do céu! Salve, honra desta região asiática semeada por todos os lados de templos, como preciosas jóias, e consagrada, no presente, pelos benditos pés de muitos santos Padres e Patriarcas! Com sua vinda, cumularam-te de toda bênção, porque onde eles se congregam, aumenta e multiplica-se a santidade: religiosos fiéis, anjos da terra, afugentam eles, com sua presença, todo satânico poder e toda afeição pagã. Eles, repetimos, confundem toda heresia e são glórias de nossa fé ortodoxa.Salve, bem-aventurado João, apóstolo e evangelista, glória da virgindade, mestre da honestidade. Salve, vaso puríssimo da temperança, a ti virgem, confiou, na cruz, nosso Senhor Jesus Cristo a Mãe de Deus, sempre virgem!
Salve, ó Maria, Mãe de Deus, virgem e mãe, estrela e vaso de eleição! Salve, Maria, virgem, mãe e serva: virgem, na verdade, por virtude daquele que nasceu de ti; mãe por virtude daquele que cobriste com panos e nutriste em teu seio; serva, por aquele que amou de servo a forma! Como Rei, quis entrar em tua cidade, em teu seio, e saiu quando lhe aprouve, cerrando para sempre sua porta, porque concebeste sem concurso de varão, e foi divino teu parto. Salve, Maria, templo onde mora Deus, templo santo, como o chama o profeta Davi, quando diz: "O teu templo é santo e admirável em sua justiça" (Sl 64). Salve, Maria, criatura mais preciosa da criação; salve, Maria, puríssima pomba; salve, Maria, lâmpada inextinguível; salve, porque de ti nasceu o sol da Justiça! Salve, Maria, morada da infinitude, que encerraste em teu seio o Deus infinito, o Verbo unigênito, produzindo sem arado e sem semente a espiga incorruptível! Salve, Maria, mãe de Deus, aclamada pelos profetas, bendita pelos pastores, quando com os anjos cantaram o sublime hino de Belém: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade" (Lc 2,14). Salve, Maria, Mãe de Deus, alegria dos anjos, júbilo dos arcanjos que te glorificam no céu! Salve, Maria, Mãe de Deus: por ti adoraram a Cristo os Magos guiados pela estrela do Oriente; salve, Maria, Mãe de Deus, honra dos apóstolos! Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem João Batista, ainda no seio de sua mãe exultou de alegria, adorando como luzeiro a perene luz! Salve, Maria, Mãe de Deus, que trouxeste ao mundo graça inefável, da qual diz são Paulo: "apareceu a todos os homens a graça de Deus salvador" (Tt 2,1). Salve, Maria, Mãe de Deus, que fizeste brilhar no mundo aquele que é luz verdadeira, a nosso Senhor Jesus Cristo, que diz em seu Evangelho: "eu sou a luz do mundo!" (Jo 8,12). Deus te salve, Mãe de Deus, que iluminaste aos que estavam em trevas e sombras de morte; porque o povo que jazia nas trevas viu uma grande luz (Is 9, 2), uma luz não outra senão Jesus Cristo nosso Senhor, luz verdadeira que ilumina todo homem que vem a este mundo (Jo 1,9). Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem se apregoa nos Evangelhos: "bendito o que vem em nome do Senhor!" (Mt 21,9), por quem se encheram de igrejas nossas cidades, campos e vilas ortodoxas! Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem veio ao mundo o vencedor da morte e o destruidor do inferno! Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem veio ao mundo o autor da criação e o restaurador das criaturas, o Rei dos céus! Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem floresceu e refulgiu o brilho da ressurreição! Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem luziu o sublime batismo de santidade no Jordão! Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem o Jordão e o Batista foram santificados e o demônio foi destronado! Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem é salvo todo espírito fiel! Salve, Maria, Mãe de Deus, - pois acalmaste e serenaste os mares para que pudessem nossos irmãos cooperadores e pais e defensores da fé, serem conduzidos, com alegria e júbilo espiritual, a esta assembléia de entusiásticos defensores de tua honra!
Também aquele que, levando cartas de perseguição, sendo derrubado pela luz do céu no caminho de Damasco, falou sobre ti e confirmou para o mundo a fé na Trindade consubstancial, de um só Senhor, de um só batismo; de um só Pai, um só Filho, um só Espírito Santo; da substância inseparável e simplicíssima; da divindade incompreensível do Senhor Deus de Deus, Luz de Luz, Esplendor da Glória, que nasceu de Maria Virgem, conforme o anúncio do Arcanjo: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo, o Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra, e por isso o santo que de ti nascer será chamado Filho de Deus vivo" (Lc 1,35). Não somente o sabemos pelo arcanjo Gabriel; também Davi, no vaticínio que canta diariamente a Igreja, nos diz: "O Senhor me disse: és meu filho; no dia de hoje te gerei" ( Sl 2,7). Já o sábio Isaías, filho do profeta Amós, profeta nascido de profeta, o predissera: "Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho e seu nome será Emanuel, que significa Deus conosco" (Mt 1,23).
Por isso todos os que formos fieis às Escrituras, seguindo os caminhos de Paulo, ouvindo as vozes dos profetas clamar-te-ão Bem aventurada.. Todos os que formos seguidores dos Evangelhos permaneceremos como disse o profeta: seremos como “oliveira fértil na casa de Deus” (Sl 51), glorificando a Deus Pai Todo Poderoso, a seu Filho UNIGÊNITO que nasceu de Maria e ao vivificante Espírito Santo, que se comunica a todos na vida; submissos aos fidelíssimos imperadores, honrando as rainhas, discretas e santas virgens, no seu amor à fé ortodoxa de Cristo de Jesus, nosso Senhor a quem se deve a glória pelos séculos dos séculos . Amém.

terça-feira, 14 de junho de 2011

DIVINO PAI ETERNO
No Domingo de Pentecostes, um grupo de 50 fiéis da nossa Paróquia Greco Melquita Católica São Jorge em Juiz de Fora-MG, liderados pelo Arquimandrita João, participaram na cidade do Rio de Janeiro da Santa Missa presidida pelo Padre Robson do Santuário do Divino Pai Eterno em Trindade-GO.
Arquimandrita João e Mons. Laudares, Vigário Episcopal.

Momentos da Concelebração


sábado, 11 de junho de 2011

“QUANDO CHEGOU O DIA DE PENTECOSTES...”

Esta era, para os judeus, que a chamavam “festa das semanas”, a festa das primícias da colheita: “festa das semanas” pois ela caía sempre 7 semanas mais um dia, após a Páscoa, de onde seu nome grego de “Pentecostes” ou do 50º dia. Comemorava-se esse 50º dia, festa agrícola por excelência, através da oferenda de sacrifícios especiais; as oferendas eram recomendáveis.
Ele revestia-se, assim, de um caráter familiar: todas as pessoas da casa, incluindo os escravos, deveriam tomar parte no festim. Ao agradecer a Deus pela colheita, Israel não deveria esquecer que ele próprio havia sido pobre e escravizado no Egito. O Pentecostes enquadra-se, portanto, no ciclo das festividades pascais, o qual fecha solenemente.
Jesus, tendo tornado-Se primícia da humanidade, envia Seus discípulos a juntar o resto da colheita, e Pentecostes não é senão a inauguração desse trabalho espiritual que ocupará, a partir de agora, toda a duração do tempo: a colheita dos séculos!
Celebrada 50 dias após a Páscoa, Pentecostes era também uma festa “jubilar”, a exemplo do ano jubilar celebrado a cada 50 anos: ela é também a festa da libertação da escravatura, fruto da intervenção redentora de Deus. O ano jubilar comportava 3 obrigações: repouso da terra, retorno do solo aos primeiros proprietários e libertação dos escravos. Josefo acrescenta (antiguidades 3,12,3) até mesmo a extinção das dívidas. Jesus apresentou-Se como o Libertador (Lc. 4,21).
Dons do Espírito Santo
 No dia de Pentecostes, os discípulos, por sua vez, iniciam seu papel de arautos da liberdade, da salvação total das almas e do grande perdão. Pelo Espírito Santo, nós retornamos à graça e amizade de Deus, à liberdade dos filhos de Deus, à herança e à posse do Reino. Festa da liberdade e da redenção, Pentecostes nos convida a um reconhecimento e à alegria.
Na tradição judaica posterior a Nosso Senhor, atribuía-se essa data de Pentecostes à promulgação da Lei dita por Moisés sobre o Sinai (historicamente o acontecimento coloca-se no 3º mês após a saída do Egito e, portanto, no mínimo 60 dias após a Páscoa). Para nós, Pentecostes é a proclamação da nova humanidade, o Evangelho que sucede a Lei. Como diz Santo Isidoro, é a festa do Evangelho. Da mesma forma que no Sinai, há também aqui o som do trovão, o fogo proveniente do céu e a força do Espírito Santo. E no entanto, grande é a diferença: a Lei era somente para o povo judeu; o Evangelho é para todas as nações, ou melhor, para todos os homens, sem distinção de nação, de raça, de cultura ou de religião. A Lei era inscrita em uma pedra, o Evangelho é impresso em nossos corações.
Nosso reconhecimento – para nós cristãos – deve ser superior ao dos judeus, de que a nova lei é a mais magnânima. Deus, nela, nos chama a uma intimidade mais estreita, mais definitiva, mas gratuita.

Na liturgia, esse dia tomou as características de uma festa da Trindade, sendo a descida do Espírito Santo festejada sobretudo no próprio dia da festa. Às Vésperas (dia anterior) recita-se, e de joelhos, uma série de longas orações (rito da genuflexão), de caráter penitencial bastante acentuado. Se em nossas Igrejas Bizantinas não temos o costume de ajoelhar, este é o único dia, em sinal de profunda piedade.
Duas idéias principais se desprendem do ofício do dia. A primeira é a descida da Santidade Divina, para unir todos os povos na confissão da Trindade. O Espírito Santo possui uma obra a realizar na Igreja e os fiéis devem abandonar-se à sua ação. Ao comunicar-se, Ele santifica as almas; elas vivem a partir de então, a vida do Cristo em união à Santíssima Trindade.
A segunda idéia é que apenas os apóstolos receberam o Espírito Santo, para transmiti-lo aos fiéis. Portanto, aquele que, deliberadamente, procurar o Dom do Espírito Santo fora da Igreja não conseguirá chegar à participação da vida divina. A festa de Pentecostes encerra a cinqüentena pascal. Ela é seguida de um período pós-festa, durante o qual nos é permitido comer de todos os alimentos, mesmo à quarta e à sexta-feira. Ela termina no sábado seguinte.
Da Ascenção do Senhor ao Domingo de Pentecostes nossa Paróquia está em Adoração Eucaristica, o que motivou o atraso na postagem de tal Festa.

sábado, 4 de junho de 2011



MENSAGEM DE DESPEDIDA DO NOSSO ARCEBISPO
POR OCASIÃO DE SUA VIAGEM AO LÍBANO PARA PARTICIPAR
DO SÍNODO ANUAL DE NOSSA IGREJA
GRECO MELQUITA CATÓLICA
SOB A PRESIDÊNCIA DE SUA BEATITUDE NOSSO PATRIARCA
GREGÓRIO III
Caros Monsenhores, Padres, Consagrados, Membros do Conselho das Igrejas Greco-Melquitas e Fiéis de Nossa Igreja Católica Apostólica Greco-Melquita.
Estou feliz em informar a todos a ocasião da minha viagem ao Oriente para o Sínodo dos Bispos de toda a nossa Igreja no Oriente e no Mundo, em que participarei ativamente.
Estou sinceramente agradecido a Deus porque esta ocasião do Sínodo se exprime, de maneira particularmente significativa, a Catolicidade da Nossa Igreja Católica Greco-Melquita.
As propostas, que apresentarei, serão objeto de reflexão atenta, a fim de extrair delas todos os aspectos que possam contribuir para uma Presença mais eficaz e cada vez maior da Igreja Católica Apostólica Greco-Melquita no Brasil de hoje.
Aproveito de boa vontade esta ocasião, para exprimir a minha proximidade espiritual a todos nesta minha ausência.
Juntos, rezemos para que as dificuldades, com que nos confrontamos, em cada dia, especialmente no Oriente, possam encontrar uma solução sempre satisfatória em Harmonia e Paz.
Garanto a todos que seguirei todos os dias com minhas orações por cada um, em comunhão com toda a Nossa Igreja.
Neste encontro de todos os Bispos, de intensa comunhão fraterna, peço que dirijam suas orações.
Confio cada um de vocês à Especial Proteção da Mãe de Deus, a Quem a nossa Igreja dedica uma Devoção muito especial.
 Queira a Virgem Santíssima dirigir o Seu Olhar Materno sobre o nosso Ministério e sobre os nossos queridos fiéis.
Com estes sentimentos, concedo a todos, como especial afeto, a minha Bênção Apostólica.
Até Breve,
† Dom Farès Maakaroun
Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Greco-Melquita
no Brasil.

 
São Paulo, 03 de Junho de 2011.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO


No trigésimo nono dia após a Páscoa o Oriente bizantino celebra, ao mesmo tempo, o "encerramento" ou "conclusão" da festa da Ressurreição de Jesus Cristo - da qual se retomam quase todos os textos litúrgicos - e a Pré-festa da Ascensão de Nosso Senhor.
Tropário da festa
"Subistes glorioso ao céu, ó Cristo nosso Deus, enchendo de júbilo os discípulos com a promessa do Espírito Santo e confirmando-os com a vossa bênção, pois Vós sois o Filho de Deus, o Redentor do mundo."
O triunfo do Salvador que, com o seu corpo glorificado, volta para o céu para sentar-se à direita do Pai, era celebrado em Jerusalém com grande solenidade desde a mais remota antiguidade. Encontramos testemunhos num fragmento de Eusébio († 325) e no relato vivaz da peregrina Etéria. O Monte das Oliveiras em Jerusalém, onde se realizou o evento, já de per si convidava a uma comemoração festiva, que bem cedo se estendeu às demais Igrejas.
O conteúdo da festa é sintetizado pelo kontákion que, juntamente com o tropário acima apresentado, será repetido por oito dias após a Ascensão.
Kontákion
"Tendo cumprido o plano salvífico sobre nós, e reunido as criaturas terrestres às celestes, ascendestes ao céu em glória, Cristo nosso Deus, sem contudo vos afastares de nós, mas permanecendo conosco clamas aos que vos amam: Eu estou
convosco e ninguém prevalecerá contra vós!"

Não obstante se trate de uma separação entre o Mestre e seus discípulos, os textos litúrgicos conservam o caráter alegre da festa, como neste:

"... Vós que, na vossa ascensão, cumulastes de júbilo os apóstolos e a Mãe que vos gerou, fazei-nos dignos também a nós da alegria de vossos eleitos, graças aos seus rogos e à vossa grande misericórdia."

A Virgem Santíssima e os apóstolos estão bem visíveis no ícone da festa, que há mais de um milênio acompanha a celebração litúrgica da festa da Ascensão. Basta pensar que remontam ao século V e VI as assim chamadas "galhetas de Monza," que fazem parte do tesouro da catedral daquela cidade, e em cujo lado arredondado está pintado o evento da Ascensão semelhante ao que vemos pintado nos ícones dos séculos sucessivos até aos pintados em nossos dias. Vamos nos deter um pouco para examinar o ícone da Ascensão que atualmente se encontra exposto na Galeria Tretjakov de Moscou.


 No alto, inscrito num círculo com raios luminosos, a figura do Cristo em sua majestade; o círculo é sustentado por dois anjos. No registro inferior, separado inclusive por tufos de árvores de oliveira que emergem de um fundo rochoso, dois grupos de apóstolos para os quais "dois homens em brancas vestes" dirigem as palavras que encontramos nos Atos dos Apóstolos: "Homens da Galiléia, que estais aí a contemplar o céu? Esse Jesus, que vos foi arrebatado, virá do mesmo modo que para o céu o vistes partir" (1:11). A idéia da segunda vinda de Jesus se encontra no "próprio" da festa, inspirando uma súplica. Diz um katísma:

"Levado pelas nuvens do céu, após ter deixado a paz aos habitantes da terra, subistes ao céu e vos sentastes à direita do Pai, consubstancial a Ele e ao Espírito; mesmo tendo-vos mostrado na carne, de fato permanecestes sem mudança. Por isso aguardas o cumprimento de cada coisa para voltar à terra para julgar o mundo inteiro. justo juiz, Senhor, poupa as nossas almas e concede aos vossos servos o perdão dos pecados, Vós que sois Deus misericordioso."

Voltando a observar o ícone da festa, o que nos chama a atenção é a centralidade da Mãe de Deus, o destaque que os dois "em brancas vestes" lhe dão, separando-a ligeiramente dos apóstolos. Depois da subida ao céu de Jesus, Maria Santíssima toma-se o centro moral da Igreja, por ela tão bem representada num gesto de orante, com as mãos erguidas em sinal de súplica. E também nos textos litúrgicos bizantinos da festa da Ascensão a Virgem tem um destaque bem mais marcante em relação à liturgia ocidental. Um destes textos explica tal afirmação:

"... convinha de fato que aquela que, como Mãe, tinha sofrido mais que qualquer outro na vossa paixão, fosse cumulada de alegria acima de qualquer outra alegria, na glorificação do vosso corpo..."

Ademais, todas as Odes do Cânon terminam com uma prece mariana, o que não acontece nas demais festas maiores do Senhor. Por vezes é uma prece de súplica:

"Imaculada Mãe de Deus, intercedei incessantemente junto do Deus que de Vós tomou carne sem que se afastasse do seio do Pai, para que salve de toda tentação os que criou" (Ode primeira);
Ou então é uma exaltação:
"Salve, Mãe de Deus, Genitora de Cristo Deus: hoje, ao ver subir com os anjos aquele que gerastes, Vós o exaltas" (Ode nona).

Outros temas poderiam se observar nos textos litúrgicos, mas nos limitaremos a dois. A missão terrena de Jesus, chegada ao seu cumprimento, se une à promessa de enviar o Espírito Santo.e mais vezes se reza: "...envia, Senhor, o teu santíssimo Espírito, que ilumina nossas almas."
E no começo da Litia:
"Subindo aos céus de onde viestes, não nos deixeis órfãos, Senhor; desça sobre nós o vosso Espírito, portador de paz ao mundo; contemplem os filhos dos mortais as obras do vosso poder, ó Amigo dos homens."

Enfim, devemos lembrar que o triunfo de Cristo é agora também o de seus seguidores para os quais ele foi "preparar um lugar" no seu Reino, aliás na unidade de seu Corpo místico também nós já fazemos a nossa entrada no céu. Isso é afirmado num hino do ofício matutino:

"Vós que descestes dos céus à terra e, como Deus, reerguestes a estirpe de Adão humilhada nos grilhões do Hades, com a vossa ascensão, ó Cristo, fazei-a subir ao céu e sentar-se convosco no trono do vosso Pai, pois Vós sois compassivo e amigo dos homens."