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sábado, 14 de maio de 2016

Domingo de Todos os Santos.
(22 de maio, domingo após Pentecostes)
No 1º domingo depois de Pentecostes, a Igreja de tradição constantinopolitana ((bizantina) conclui o tempo pascal exaltando "Todos os Santos," evidenciando assim que é o Espírito Santo o principal artífice da santidade humana.
Como a descida da terceira Pessoa da Santíssima Trindade sobre os apóstolos reunidos com Maria no cenáculo mostrou a renovação, a iluminação daquelas criaturas que se tornaram grandes santos, no Oriente pareceu oportuno celebrar, no domingo depois de Pentecostes, também todos os demais cooperadores da graça divina, santificados e aperfeiçoados na força do Espírito vivificante do Senhor. As principais orações repetidas na festa de Todos os Santos são as seguintes:
Tropário de Todos os Santos
"A vossa Igreja revestiu-se, como de púrpura e de linho, do sangue dos mártires do mundo inteiro e por intermédio deles invoca Cristo Deus: tendem piedade do vosso povo; concedei às vossas cidades a paz, e às nossas almas copiosa misericórdia."
Kontákion de Todos os Santos
"ó Senhor e Criador, quais primícias da natureza o universo vos oferece os teóforos mártires. Pelas suas súplicas, ó Misericordioso, e pela intercessão da vossa divina Mãe, governa e conserva em paz a vossa Igreja."
Essas que citamos são orações bastante conhecidas, porque a primeira é retomada a cada dia na Hora das Completas e a segunda repete-se especialmente aos sábados, dia dedicado sempre a todos os santos e a todos os falecidos. Nota-se o destaque dado aos mártires, carcaterística de toda a cristandade do primeiro milênio, diversificada, mas ainda unida numa única Igreja indivisa. Resta-nos uma homilia de São João Crisóstomo, em honra de todos os santos, pronunciada justamente num 1º domingo depois de Pentecostes.
A palavra grega mártyr pode ser traduzida por "testemunha," e sem número são os "testemunhos" dados a Deus em grau eminente por aqueles que nós chamamos de santos. Também o Oriente bizantino conhece diversas categorias de santos, lembrados, por exemplo, neste tropário, também cantado aos sábados:
Tropário de Todos os Santos (2º tom).
"Apóstolos, mártires e profetas; pontífices, confessores e justos, e vós, santas mulheres, que levastes a bom termo o bom combate e conservastes a fé, pela benevolência que desfrutastes junto ao Senhor, rogai a ele por nós - vo-lo suplicamos, - para que, por sua bondade, salve as nossas almas."
A festa de Todos os Santos, tanto no Oriente como no Ocidente, foi instituída também para honrar os amigos de Deus, exemplares em sua vida cristã, que não obtiveram uma canonização oficial. Explica-nos o professor G. Fëdotov, ortodoxo estudioso dos santos russos:
"A Igreja sabe da existência de santos desconhecidos, cuja glória não é manifestada nesta terra. A Igreja nunca proibiu uma prece privada, um dirigir-se, na oração, aos justos que já se foram e que não são por ela exaltados. Nesta oração dos vivos pelos mortos e aos mortos, que pressupõe uma oração de resposta dos mortos para os vivos, exprime-se a unidade da Igreja celeste e terrena, aquela comunhão dos santos de que fala o Credo dito 'apostólico'. Os santos canonizados representam somente um círculo restrito, delimitado ao centro da Igreja celeste."
O teólogo Serghij Bulgakov, na sua apresentação da ortodoxia, confirma quanto foi acima citado:
"Na festa de Todos os Santos se faz memória em primeiro lugar de todos os santos no seu conjunto e, em segundo lugar, de todos os santos mesmo os não exaltados [com beatificação ou canonização]. A santidade alcançada significa antes de tudo a saída de uma condição de incerteza rumo à vitória, com a qual são liberadas forças para a ação, para o amor orante. Os santos podem nos ajudar através dessa força de espiritual liberdade no amor por eles alcançada. Ela lhes dá o poder de interceder junto de Deus na oração, e também no amor operante para com as pessoas. Deus concede aos santos, como também aos anjos, a capacidade de realizar a sua vontade na vida dos homens através de uma ajuda atuante, mesmo que habitualmente invisível. Eles são as mãos de Deus, com as quais Deus cumpre as suas obras... O saber que os santos rezam conosco e por nós ao Cristo nos impele a incluir nessa oração também o dirigir-se a eles para a sua súplica e ajuda: pela oração aos santos o nosso espírito se expande."
As partes próprias do domingo de Todos os Santos, juntamente com os temas dominicais da ressurreição de Cristo, apresentam uma ampla reflexão-oração expressa em dezenas de hinos ora de louvor, ora de súplica, que às vezes evocam juntas as várias categorias dos eleitos e às vezes se concentra sobre as benemerências particulares de cada grupo.
"Vinde, fiéis, exultemos de alegria, celebremos piedosamente neste dia a solenidade de todos os santos e veneremos a sua gloriosa memória dizendo: Salve, apóstolos, profetas e mártires, pontífices, justos, bem-aventurados e santas mulheres; orai ao Cristo pelo mundo inteiro para que lhe conceda a paz e às nossas almas a salvação."
Ao lado dessa evocação geral, damos exemplo da evocação de um grupo específico:
"Como aos antigos profetas, a vós foi concedido contemplar antecipadamente os bens futuros, objeto do vosso desejo; e pela nobreza do vosso coração vos purificastes com uma vida santa, ó Padres teóforos iluminados pela força do Espírito."
Nos textos afirma-se também que se celebra a memória de "todos aqueles cujo nome foi escrito no livro da vida," e não faltam referências à Mãe de Deus pela qual "os homens se tornaram concidadãos dos anjos" e que é celebrada "pelo coro de todos os santos."
Para concluir, eis o tropário com o qual começa o cânon de Todos os Santos que cada um poderá repetir como oração pessoal:
Tropário:
"Cantando a multidão dos vossos santos, Senhor, pelas suas súplicas, peço-vos que ilumineis com a vossa luz o meu espírito, pois Vós sois a inacessível luz que com o seu fulgor afasta as trevas do erro, ó Verbo de Deus, doador de luz."

Holy Protection Russian Orthodox Church
2049 Argyle Ave. Los Angeles, California 90068

Editor: Bishop Alexander (Mileant)


Comemoração de todos os fiéis defuntos.


É espontâneo pensar na celebração romana do Dia de finados do dia 2 de novembro. A ela correspondem, na liturgia bizantina, dois dias de Finados: no sábado antes do domingo de Carnaval na Quaresma e no sábado que precede o domingo de Pentecostes. Diversas orações são iguais nas duas celebrações, entre as quais o tropário principal:
Tropário dos defuntos (8º tom).
"ó único Criador que em vossa profunda sabedoria e por amor dos homens governais o universo e atribuis a cada criatura o que lhe convém, concedei, Senhor, o descanso às almas dos vossos servos, pois em vós puseram a sua esperança, ó nosso Autor, Criador e nosso Deus."
Encontramos o correspondente tropário mariano também em outras oportunidades:
Theotókion
"ó Mãe de Deus ilibada, vós sois a salvação dos fiéis: em vós vemos o nosso baluarte e porto de salvação: intercedei com benevolência junto ao Deus que gerastes."
O kontákion dos defuntos mais repetido durante o ano todo e especialmente aos sábados, dia dedicado a todos os santos e a todos os falecidos, assim reza:
Kontákion (8º tom).
"Concedei, ó Cristo, às almas dos vossos servos o descanso com os santos, lá onde não existe nem dor, nem tristeza, nem gemido, mas vida sem fim."
Nas duas comemorações bizantinas de todos os defuntos repete-se a seguinte oração:
"Somente vós, ó Senhor, sois imortal, autor e criador do gênero humano; nós, mortais, plasmados com a terra, para a terra voltaremos, como prescrevestes dizendo: 'És pó e ao pó voltarás'. Transformemos as lamentações fúnebres em cantos de Aleluia."
O "Aleluia" é uma invocação que na liturgia do Ocidente caracteriza o tempo pascal, ao passo que no Oriente repete-se inúmeras vezes nos Ofícios para defuntos, nos tempos de jejum e penitência, sendo freqüentemente repetida três vezes tanto pelo sacerdote como pelo coro. Também é freqüente na liturgia bizantina a súplica a Deus para que perdoe as "culpas voluntárias e involuntárias." Um exemplo é o kontákion que se segue, rezado em todas as Horas no Sábado dos Defuntos antes de Pentecostes:
Kontákion
"Aos que já nos deixaram, Salvador imortal, transfere-os desta morada temporânea para os tabernáculos dos vossos eleitos e fazei com que descansem com os justos. Se enquanto homens eles pecaram nesta terra,vós, ó Senhor, que desconheces o pecado, perdoai-lhes as faltas voluntárias e involuntárias, pela intercessão da Theotókos que vos gerou, para que com uma só voz possamos cantar para eles: Aleluia!"

Domingo do santo Pentecostes


















 JESUS:Pão e Palavra
 















 Cada fiel tomou um envelope contendo como inspiração o nome de um dos FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO










































Do domingo de Pentecostes já falamos, pois faz parte das Doze grandes festas - das quais três com data móvel, porque ligadas à Páscoa. Não é, porém, com essa data que termina o Pentikostárion, o livro litúrgico desse importante ciclo do ano. No fim dos dias de pós-festa, depois de uma semana especial e solene em que está abolido qualquer jejum penitencial, temos uma outra típica festa bizantina.
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Editor: Bishop Alexander (Mileant)