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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016




 TEOfania de Nosso Senhor Jesus Cristo
cONSAGRAÇÃO DAS áGUAS (AGIASMÓS)


 Em vosso batismo no Jordão, Senhor, manifestou-se a adoração da Trindade; pois a voz do Pai deu testemunha, chamando-vos Filho bem-amado; e o Espírito, sob forma de pomba, confirmou a verdade desta palavra.
Ó Cristo Deus que vos manifestastes e iluminastes o mundo, glória a Vós!
Iluminando todas as criaturas pela vossa manifestação,
o oceano amargo da incredulidade fugiu;
o Jordão, correndo para a sua foz, retrocedeu, elevando-nos ao céu.
faz-nos subir, ó Cristo Deus, às alturas dos vossos divinos mandamentos,
pelas orações da vossa santíssima Mãe, e salvai-nos!
Hoje, Senhor, vos manifestastes ao Universo
e a vossa voz brilhou sobre nós,
que, conhecendo-vos, cantamos:
Viestes, aparecestes, ó Luz Inacessível!

Tanto os fiéis de tradição constantinopolitana como os de tradição romana conservaram, para o dia 6 de janeiro, uma festa cristológica muito antiga, a primeira em que se sintetizavam todos os mistérios do Senhor ao manifestar-se ao mundo. Mas quando no século IV, a data do nascimento do Senhor foi colocada no dia 25 de dezembro, por iniciativa romana, e logo em seguida aceita também pelos orientais, o conteúdo da festa do 6 de janeiro se diversificou. Para os católicos latinos o dia 6 de janeiro é o dia da Epifania, a manifestação de Cristo «luz das nações» considerada a partir da vinda dos Reis Magos em Belém. Esse evento, para os cristãos bizantinos, está incluído na comemoração global do dia 25 de dezembro. Ao passo que no dia 6 de janeiro eles celebram a "Santa Teofania" do Deus que se encarnou. É a segunda manifestação do Salvador, no início de sua vida pública, por ocasião do seu batismo no rio Jordão, que se deu num contexto trinitário, em que Deus Pai fez ouvir sua voz e o Espírito Santo apareceu em forma de pomba.
Era um dia em que os catecúmenos recebiam solenemente o batismo, como na Páscoa. Os textos litúrgicos da festa da Teofania resumem bem os mistérios fundamentais da fé cristã: encarnação do Verbo, com muitas alusões ao nascimento, e a unidade de Deus na Trindade. Os textos do «Próprio» são abundantes, também porque a pré-festa começa no dia 2 de janeiro e a pós-festa prolonga-se até o dia 14 do mesmo mês. O tropário principal, por isso o mais repetido, assim reza:
Em vosso batismo no Jordão, Senhor,
foi manifestada a adoração da Trindade;
pois a voz do Pai te testemunhou
ao chamar-vos Filho bem-amado;
e o Espírito, em forma de pomba,
confirmou a verdade dessa palavra.
ó tu, que manifestaste e iluminaste o mundo,
Cristo Deus, glória a vós!
O Kondakion da festa, também ele muito repetido, é de Romanós, o Melode.
Hoje, Senhor, vos  manifestastes ao universo,
e vossa luz brilhou sobre nós;
reconhecendo-vos, a vós cantamos:
viestes, aparecestes, o luz inacessível!
A manifestação, a «teofania», ocorreu nas águas do Jordão na hora em que Cristo foi batizado; é o que confirma também o ícone da festa, no qual vemos Cristo Jesus, despido das vestes habituais, imerso na água. À sua direita vemos João Batista, humildemente curvado, que por obediência lhe dá o batismo. A cena de fundo mostra um deserto estilizado com uma amostra de vegetação.
Do lado oposto estão uns anjos, atônitos, considerando o admirável evento. Suas mãos estão encobertas pelas extremidades dos mantos, sinal de respeito habitual, nesse caso também sinal de disponibilidade em servi-lo quando sair das águas. No alto do ícone, além do nome «Teofania do nosso Salvador Jesus Cristo», escrito em caracteres abreviados, notamos um semicírculo que indica os céus abertos e do qual desce um raio que, após a figura da pomba, torna-se tríplice, clara alusão à Trindade. No nimbo cruciforme do Cristo notam-se as três letras gregas significando «Aquele que é».
Voltemos aos textos litúrgicos nos quais encontramos a explicação da festa. Num dos textos das Vésperas, São João Damasceno (†749) afirma:
Querendo salvar o homem perdido, Senhor Deus,
não desdenhastes assumir a forma de um escravo,
pois a vós convinha assumir a nossa natureza em nosso favor.
De fato, enquanto eras batizado na carne, ó Libertador,
nos tornavas dignos do perdão.
A vós clamamos, pois:
Benfeitor, Cristo nosso Deus! Glória avós!
São Cosme de Maiúma (†760), no Cânon Matutino explica:
«O Senhor que tira a impureza dos homens, purificando-se por eles no Jordão, fez-se voluntariamente semelhante a eles, permanecendo contudo o que era; e ilumina os que estão nas trevas, porque recobriu-se de glória.»
E evoca o ensinamento profético:
«Isaías proclama: Lavai-vos, purificai-vos, despojai-vos da vossa malícia perante o Senhor; vós que tendes sede aproximai-vos da água viva. Cristo de fato vos asperge com a água renovando os que se aproximam com fé, e batiza no Espírito para a vida eterna.»
Por fim, nas Laudes, assim se expressa o Patriarca Germano (†733):
Luz da luz, Cristo nosso Deus,
resplandece ao mundo;
Deus se manifesta, povos, adoremo-lo.
Ao ser batizado no Jordão, Salvador nosso,
santificaste as águas,
aceitando a imposição das mãos de um servo,
e sanaste as paixões do mundo.
Grande é o mistério da tua economia!
Senhor, amigo dos homens, glória a ti
A verdadeira luz apareceu e a todos ilumina.
Cristo, superior a toda pureza, é batizado conosco;
infunde a santidade
na água que se torna purificação para as nossas almas.
Tudo o que vemos é terrestre,
tudo o que contemplamos é mais sublime que os céus.
Mediante a ablução vem a salvação,
mediante a água vem o Espírito,
mediante a descida na água vem a nossa subida a Deus.
Admiráveis são tuas obras, Senhor! Glória a ti!
Uma cerimônia muito antiga, a bênção da água, caracteriza a festa do dia 6 de janeiro. Após o ofício das Vésperas, ou depois da Liturgia eucarística, celebrantes e fiéis dirigem-se a um curso de água, uma fonte, ou então a uma bacia de água colocada no meio da igreja, enquanto o coro canta:
A voz do Senhor ecoa sobre as águas dizendo:
Vinde, recebei todos do Cristo que se manifestou:
o Espírito de sabedoria, o Espírito de inteligência,
o Espírito do temor de Deus.
E acrescenta o tropário da festa (já apresentado na p. 49). Seguem as leituras bíblicas, entre as quais Mc. 1:9-11, uma longa prece litânica, na qual se pede também para que a água sirva para a «cura da alma e do corpo».
O sacerdote acrescenta uma antiga e longa oração e mergulha por três vezes a cruz na água dizendo:
Tu mesmo, Senhor,
santifica agora esta água com o teu Santo Espírito.
Concede a todos aqueles que a usam
a santificação, a bênção, a purificação e a salvação.
A água é bebida em parte pelo povo e, com ela, o sacerdote asperge os fiéis e suas casas. Aqui não se trata da bênção da água para o batismo, embora se encontrem referências bíblicas comuns.
O tema do Cristo, luz do mundo, que insistentemente aparece nos textos litúrgicos da festa, explica o porquê da denominação «Festa das luzes» dado às vezes a essa solenidade. Nela vibra também um sentido cósmico: «Hoje resplandece toda a criação... as criaturas celestes fazem festa unidas às terrestres...» e o convite se estende até nós, para que possamos «tomar parte na alegria do mundo» redimido e iluminado pelo nosso Senhor Jesus Cristo.


O ANO LITÚRGICO BIZANTINO 
Madre Maria Donadeo



CIRCUNCISÃO DE JESUS
01 DE JANEIRO


Vós, que estais sentado nas alturas em um trono de fogo, 
com vosso Pai eterno e vosso Espírito Divino, 
quisestes nascer na terra de vossa Mãe, 
a Virgem que não conheceu varão. 
Por isso fostes também circuncidado como homem no oitavo dia. 
Glória, pois, aos vossos bondosos desígnios; 
glória à vossa economia; 
glória à vossa condescendência, 
ó único Amigo da humanidade
!

Circuncisão masculina é a remoção do prepúcio do pênis humano. No procedimento mais comum, o prepúcio é aberto, as aderências removidas e a pele separada da glande. Posteriormente é colocado um grampo próprio para estabilizar o pênis e a pele do prepúcio é cortada. O procedimento também pode ser realizado sem um instrumento próprio. Para diminuir as dores e a ansiedade pode por vezes ser usada anestesia local ou de aplicação tópica, embora a anestesia geral seja também uma opção em adultos e crianças. Na maior parte dos casos, a circuncisão é uma cirurgia planeada e realizada em bebes e crianças por motivos culturais e religiosos.

Há oito dias atrás estávamos celebrando a Festa da Natividade de Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, segundo a carne, conforme o costume dos judeus, no oitavo dia o menino deve ser circuncidado. Recebe em seu pequeno pênis uma cisão circular, daí o nome circuncisão. Para adiantar o assunto e facilitar a compreensão dos nossos leitores este sinal serve como que uma identidade de ingresso de todo menino judeu na sociedade civil do seu povo, imprimindo-lhe o sentido de pertença ao Povo Eleito. Aqui podemos pensar no início do novo Ano Civil, que começa exatamente neste dia; primeiro de janeiro.  Convenhamos tomar a Epístola do Sano Apóstolo Paulo aos Colossenses que é proclamada na Divina Liturgia deste dia: “Irmãos, cuidado para que ninguém escravize vocês através de filosofias enganosas e vãs, de acordo com tradições humanas, que se baseiam nos elementos do mundo, e não em Cristo. É em Cristo que habita, em forma corporal, toda a plenitude da divindade. Em Cristo vocês têm tudo de modo pleno. Ele é a cabeça de todo principado e de toda autoridade. Em Cristo vocês foram circuncidados com uma circuncisão não feita por mãos humanas, mas com a circuncisão de Cristo, a qual consiste em despojar-se do corpo carnal. Com ele, vocês foram sepultados no batismo, e nele vocês foram também ressuscitados mediante a fé no poder de Deus, que ressuscitou Cristo dos mortos. De fato a nossa entrada no Povo de Deus, o Novo Israel, não se deu por uma circuncisão humana, mas pelo Espírito Santo que nos foi dado quando fomos batizados. Aqui volta mais uma vez o tema do Batismo muito caro em nossa Liturgia Bizantina no Tempo do Natal. Retira-se agora não o prepúcio, mas tudo aquilo que de inconveniente paira sobre nossos corações nos impedindo de viver segundo a virtude do Espírito Santo de Deus. Desta maneira prosseguimos nestes dias cantando:
Vós que fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes. Aleluia! (3 vezes)
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
De Cristo vos revestistes. Aleluia!
Vós que fostes batizados em Cristo ...
Cantando e caminhando na direção do ícone da Teofania, que na Festa do Batismo de Jesus, vamos renovar a alegria do Batismo que recebemos, quando fomos divinizados por Aquele, cujo nascimento tomou nossa humanidade.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

DIVINA LITURGIA DO NATAL 

 SOLENIDADE DA NATIVIDADE SEGUNDO A CARNE DO NOSSO DEUS E SALVADOR JESUS CRISTO

SÁBADO DIA 24
18:30 Ofício das Vésperas
19:00 Divina Liturgia

DOMINGO DIA 25
18:30  Ofício das II Vésperas
19:00 Divina Liturgia




A PALAVRA SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS 
 PEDRAS DA GRUTA DE BELÉM











ÍCONE DA NATIVIDADE DO SENHOR
 PÃES  QUE FORAM ABENÇOADOS NO FINAL DA LITURGIA






 ÍCONE DA TEOFANIA DO SENHOR,  ORNADO PARA A FESTA DA CONSAGRAÇÃO DAS ÁGUAS







 PARAMENTOS SOBRE O ALTAR PARA A PARAMENTAÇÃO SOLENE DO SACERDOTE












 BATISMO E CRISMA DE HEITOR, GABRIELLE E EMANUELLE

















NATAL
“A festa da divina mistura” (São João Crisóstomo)
O tempo do Natal em nossa liturgia bizantina começa no dia 24 de dezembro, quando extasiados diante do ícone da Natividade, segundo a carne, do Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, todos os fiéis se reúnem na Santa e Divina Liturgia. Este tempo nos faz percorrer por alguns dias até o ícone da Teofania de Senhor; que na tradição bizantina é a Festa do Batismo de Jesus (06 de janeiro). Já na noite santa na Liturgia da Vigília começamos a cantar as palavras do Santo Apóstolo Paulo extraídas da Carta aos Gálatas:  "de fato todos vós que fostes batizados no Cristo, vos revestistes do Cristo"
VÓS TODOS QUE FOSTES BATIZADOS NO CRISTO. VOS REVESTISTES DO CRISTO, ALELUIA!

Assim repetimos por três vezes no lugar do canto do Triságion: Santo Deus, Santo Poderoso, Santo Imortal...Assim fica evidente o quanto o Tempo do Natal é por excelência um Tempo Batismal. E aqui se convém perguntar sobre esta profunda relação entre o Natal do Senhor e o Batismo que recebemos. Entra as palavras de São João Crisóstomo citadas acima. No Natal Deus desceu para tomar nossa natureza e no batismo nos elevou á sua condição divina. Agora está tudo misturado. Deus se faz homem e o homem se diviniza. Enquanto Ele toma nossa natureza ao mesmo tempo nos dá seu Espírito. Enquanto Deus nasce aqui em baixo, nós nascemos do alto. No dia 06 de janeiro na Festa da Teofania do Senhor, procedemos a Consagração das Águas.  A partir das águas do Batismo do Senhor damos início a benção anual das casas por ocasião do Ano Novo Civil.

A propósito neste ano de 2016 durante a Divina Liturgia da Vigília teremos a celebração de três batizados.