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terça-feira, 15 de março de 2016


CRISTO RESSUSCITOU!

PROGRAMA DA GRANDE SEMANA SANTA

2016 


(Rito Bizantino)


DIA 27 DE ABRIL
GRANDE DOMINGO DA SANTA E VIVIFICANTE RESSURREIÇÃO
 DO NOSSO DEUS E SALVADOR JESUS CRISTO

CRISTO RESSUSCITOU! VERDADEIRAMENTE RESSUSCITOU!

 CINCO PÃES....









 BENTO...O GRANDE ACÓLITO.
 
ISABELA...RECOLHENDO OS LOUROS DA PÁSCOA.



























 MOMENTO DE PAUSA...






















































 DESPERTOU...




















 NOSSOS AGRADECIMENTOS E PRECES AO CASAL MARIA DE FÁTIMA E DIRCEU QUE CARINHOSAMENTE CUIDAM DO PÉ DE LOURO QUE NOS FORNECE PARA CADA PÁSCOA A MUITOS ANOS! 






DEPOIS DE UMA SEMANA NA CASA DOS NOSSOS IRMÃOS O CASAL SIMONE E GERALDO COM O PEQUENO BENTO O ÍCONE DA MÃE DE DEUS FOI ENTREGUE PARA  AO CASAL MARIA JOSÉ E JOSÉ.







BENTO DESCANSANDO DEPOIS DA DIVINA LITURGIA....


 Solene Abertura das Portas e Divina Liturgia

Dia 26 de março-  ás 18:30 -GRANDE SÁBADO SANTO. Grande Vigília Pascal com a trasladação do epitáfio, benção do Fogo Novo e Divina Liturgia. 




Por entre galhos de louro ergue-se o Círio Pascal, Jesu o grande vencedor do pecado e da morte. 
 Muito próprio do Rito Bizantino o louro está presente na Festa das Festas


 Fragmento da Santa e Vivificante Cruz
 OS ÍCONES DA PÁSCOA E PENTECOSTES ORNADOS: O Tempo Pascal termina na Festa de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa 
 O PÃO E A PALAVRA: O MODO COMO O RESSUSCITADO SE MANIFESTA 

O CÍRIO PASCAL ORNADO COM O ÍCONE DA RESSURREIÇÃO






 ESTE CASTIÇAL TRAZ UM ÍCONE DA RESSURREIÇÃO E TRÊS VELAS: VERMELHA- DEUS PAI, VERDE- ESPÍRITO SANTO, AMARELA- A REALEZA DO FILHO  

 O EPITÁFIO COM A CENA DA DESCIDA DO CORPO DE NOSSO SENHOR DA CRUZ DEPOIS É COLOCADO SOBRE O ALTAR


 300 ÍCONES DA RESSURREIÇÃO COM FOLHAS DE LOURO FORAM PREPARADOS PARA SEREM ENTREGUES AOS FIÉIS












 A CHAMA RESTANTE DA QUINTA FEIRA SANTA QUE SERVIU PARA ACENDE O FOGO NOVO
SÁBADO SANTO COM A IGREJA NA PENUMBRA....


 COMO RESQUÍCIO DA PAIXÃO A CELEBRAÇÃO COMEÇA COM PARAMENTOS VERMELHOS.... 
 



 OS ACÓLITOS REPÕEM O ANTIMENSIO SOBRE O ALTAR



BENÇÃO DO FOGO NOVO PARA ACENDER O CÍRIO































































Dia 25 de março- GRANDE SEXTA FEIRA SANTA.  Ofício da Paixão-Cerimônia da descida simbólica da cruz do corpo de Nosso Senhor, embalsamamento e procissão ás 15:00 horas. 









 TOALHA UNGIDA COM PERFUME RECOLHIDO SOBRE A "PEDRA DA UNÇÃO" QUE ESTÁ NA ENTRADA  DA IGREJA DO SANTO SEPULCRO SOBRE A QUAL O PRECIOSO CORPO DE JESUS FOI COLOCADO PARA SER PREPARADO PARA O SEPULTAMENTO


 RELICÁRIO CONTENDO O PEQUENO FRAGMENTO DA PRECIOSA E VERDADEIRA CRUZ


 APÓS O ÍCONE DO CRUCIFICADO SER RETIRADO DA CRUZ ASSIM COMO FIZERAM COM NOSSO SENHOR, FOI ENROLADO NUM LENÇOL E UNTADO COM PERFUME.





 COMO LEMBRANÇA DO SANGUE DE JESUS E SUAS FERIDAS AS PÉTALAS VERMELHAS COBREM O ESQUIFE...DEPOIS SÃO LEVADAS PELOS FIÉIS QUE FAZEM CHÁ...É MUITO COMUM ENTRE NÓS ORIENTAIS SERVIR CHA DE ROSAS DESTA OCASIÃO














DO MESMO PERFUME TAMBÉM OS FIÉIS SÃO ASPERGIDOS, AO CANTO: "AS PORTADORAS DE AROMAS FORAM BEM CEDO AO VOSSO SEPULCRO,Ó CRISTO DEUS, LEVANDO AROMAS, NÃO A UM MORTO MAS AQUELE QUE VIVE" 








 AQUI O "ANTIMENSIO" É MOSTRADO AOS FIÉIS; ESTA PEÇA CONTÉM A CENA DAS DESCIDA DO PRECIOSO CORPO DE NOSSO SENHOR DA CRUZ É ABENÇOADO PELO PATRIARCA NO INÍCIO DO SEU MINISTÉRIO E DISTRIBUÍDO AOS SACERDOTES PARA QUE SOMENTE SOBRE ESTA "ANTE MESA" SE CELEBRE A DIVINA LITURGIA (Santa Missa), POIS ESTE DIVINO ATO CONTÍNUA A MORTE E A RESSURREIÇÃO DE JESUS, AGORA COMO A PEDRA DO SEPULCRO ELE É COLOCADO SOBRE O ESQUIFE





 EM PROCISSÃO OS FIÉIS ACOMPANHAM O ESQUIFE EM SILÊNCIO NA ENTRADA DA IGREJA ELES PASSAM POR BAIXO PARA RECORDAR O QUE DISSE SÃO PAULO:"VÓS FOSTES SEPULTADOS COM CRISTO PELO BATISMO..."

























Dia 24 de maço- GRANDE QUINTA FEIRA SANTA. Divina Liturgia da Ceia Mística, Lava pés, Proclamação dos Doze Evangelhos ás 19:00 horas.







 Virgem das dores...
 Fragmento da Santa e Preciosa Cruz 
















 











 


























ESTA CHAMA FOI A ÚLTIMA E ÚNICA QUE RESTOU ACESA AO FINAL DA SÉRIE DOS DOZE EVANGELHOS QUANDO NO FINAL DE CADA PROCLAMAÇÃO IAM SENDO APAGADAS: COM ELE SE ACENDERÁ O FOGO NOVO NA VIGÍLIA PASCAL









Tríduo conclusivo da semana santa.
O escritor ortodoxo russo, V. llyne, num de seus livros escreveu que o conjunto dos ofícios dos últimos três dias da Grande semana são a "resposta de amor da Igreja Esposa ao amor sacrifical e redentor do Cristo seu Esposo, a recepção solene da cruz, do evangelho, do cálice eucarístico e da glória da ressurreição que ilumina."
São inúmeros e extensos os temas tratados pelo "próprio" litúrgico desses dias e não é fácil resumi-los. Limitar-nos-emos acenando a alguns textos seguindo os ofícios dia por dia.
O Sinaxário, na Quínta-feíra santa, diz:
"Hoje celebramos o santo Lava-pés, a Ceia mística, a sublime oração e a traição."
O tropário principal, cantado três vezes nas Matinas, sublinha os dois primeiros temas:
"Enquanto os gloriosos discípulos eram iluminados, na hora do lava-pés da Ceia, o pérfido Judas mergulhava nas trevas da sua avareza e tramava entregar a ti, o juiz justo, nas mãos de juízes iníquos. Olhe só este homem, que por amor do dinheiro acaba se enforcando! Foge (ó fiel) do cobiçoso, que tanto ousou contra o Mestre! Senhor, que és bom com todos, glória a ti!"
Observem a expressão "os discípulos iluminados no Lava-pés;" lembrando que o Batismo no Oriente é chamado o sacramento da "Iluminação," há quem afirme que na hora em que Cristo lavou os pés a seus apóstolos, estes receberam o sacramento do batismo antes da ceia eucarística.
A divina liturgia (missa) é celebrada conforme o formulário de São Basílio, usado somente dez vezes durante o ano. Ele é mais extenso que o formulário de São João Crisóstomo, usado habitualmente. O evangelho que se proclama é composto de uma série de trechos extraídos dos vários evangelistas, sendo a perícope mais longa do ano e compreende a narração completa da última Ceia, a traição de Judas e aprisão noturna de Jesus, que estava em oração no jardim das Oliveiras. O hino dos Querubins e a antífona da comunhão são substituídas por um canto cujo texto é usado quotidianamente como oração preparatória à comunhão. Eis as palavras:
"Ó Filho de Deus, recebe-me neste dia na tua mística ceia: eu não desvendarei os mistérios aos teus inimigos; nem te darei um beijo como Judas, mas como o ladrão arrependido, eu te peço: lembra-te de mim, Senhor, quando entrares no teu Reino."
Essa última frase é muito conhecida dos fiéis orientais, usada outrossim como versículo responsorial durante a recitação das Bem-aventuranças evangélicas. Como também "Divinos mistérios" usa-se freqüentemente como sinônimo da eucaristia.
A cerimônia do lava-pés, que se faz logo em seguida, é reservada somente às igrejas catedrais onde o bispo lava os pés de doze sacerdotes; e nas sedes mais importantes, a cada três ou quatro anos durante a Liturgia se faz a santificação do sagrado crisma (myron).
Na noite da quinta-feira santa, antecipa-se o ofício das Matinas da sexta-feíra santa, isto é, o Ofício dos Doze Evangelhos da Paixão, com grande participação dos fiéis que escutam a leitura segurando na mão uma vela acesa. O Evangeliário é levado solenemente no meio da igreja, instalado numa estante especial e incensado; e daquele lugar é feita a leitura. Depois de cada evangelho os fiéis cantam:
"Glória à tua compaixão (os eslavos cantam: 'à tua grande paciência'), Senhor!"
Lindos os textos litúrgicos que se intercalam, entre outros apresentamos o que se canta após o quinto evangelho:
"Hoje foi suspenso no madeiro aquele que suspendeu a terra sobre as águas. Com uma coroa de espinhos foi coroado o Rei dos Anjos. Foi envolvido numa púrpura mendaz aquele que envolve o céu em nuvens. Foi esbofeteado aquele que salvou Adão no Jordão. Foi perfurado por cravos o Esposo da Igreja. Foi transpassado pela lança o Filho da Virgem. Adoramos a tua paixão, ó Cristo; oh!, mostra-nos também a tua ressurreição!"
Na Grande sexta-feira não se celebra nem a liturgia eucarística nem a dos Pré-santificados. As Horas de prima, terça, sexta e nona tornam-se Horas régias; cada uma delas se compõe de três salmos completos, três leituras bíblicas e outros hinos litúrgicos. O kontákion repetido a todas as Horas tem um caráter mariano:
Kontákion:
"Vinde todos celebrar quem por nós foi crucificado! Ao vê-lo no madeiro Maria dizia: Embora carregues a cruz, tu és o meu Filho e o meu Deus."
Às Vésperas, em que se fazem três leituras veterotestamentárias e a leitura do evangelho (composição de trechos tirados de Mateus, Lucas e João), segue-se o rito da Sepultura. O celebrante incensa três vezes cada lado do santo Epitáphion, retângulo de pano que leva pintada e bordada a figura do Cristo Morto, chegando às vezes ao tamanho natural. O Epitáphion, após colocado sobre o altar, é depositado sobre uma mesa (ou túmulo) adrede, preparada no centro da igreja, e onde permanecerá até o início da vigília pascal. O povo vai numeroso venerar o Cristo Morto, colocando flores em profusão e beijando o livro dos evangelhos e as chagas de Cristo, enquanto o rosto dele está coberto por um véu. Cantam-se dois tropários: o primeiro lembra a deposição feita pelo "nobre José" do "corpo imaculado" de Jesus no "sepulcro novo," enquanto que o segundo é já um prenúncio da ressurreição.
Chega o grande e santo Sábado no qual - citando o que diz o livro litúrgico, - "se celebra o sepultamento do corpo divino e a descida ao reino dos mortos do Senhor, Deus e Salvador nosso Jesus Cristo." A parte mais característica das celebrações é o ofício das Matinas (= órthros) com os célebres Enkómia, tão queridos pela piedade popular ortodoxa. Em geral tal ofício é antecipado para a noite da sexta-feira santa. É típico das culturas mediterrâneas, ao velar o morto, tecer o elogio, a lamentação e a exaltação do falecido. Junto ao sepulcro do Cristo, representado no Epítáphion, a liturgia sugere elogios e lamentações, intercaladas a versículos do salmo 118 e a outros textos de grande profundeza espiritual e beleza artística, entre os quais numerosos são os de cunho mariano. Além dos dois tropários já cantados no fim das Vésperas, acrescenta-se o seguinte:
"Quando desceste à morte, ó Vida imortal, então o hades foi morto pelo fulgor da tua divindade; quando fizeste ressurgir os mortos das profundezas dos abismos, as potências celestes cantavam: ó Cristo nosso Deus, doador da vida, glória a ti!"
Os temas que mais ocorrem nas celebrações litúrgicas do sábado santo são a morte e a espera, o pranto e o louvor ao Doador da vida. Unida ao ofício das Vésperas, que contém cerca de 15 leituras bíblicas (desde Gênesis, Êxodo, Josué, Isaías, Sofonias, Jeremias, Daniel). está a liturgia eucarística de São Basílio. É uma liturgia batismal; de fato, em lugar do Triságio, antes da epístola, se canta por três vezes um versículo de São Paulo aos Gálatas (3:27): "Vós todos, que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Aleluia!"
Não é raro encontrar, nas composições litúrgicas do Oriente, textos que exprimem em forma de diálogo os sentimentos dos protagonistas. Eis um exemplo de como o mesmo Jesus se exprime:

"Não chores por mim, ó Mãe, ao ver no túmulo o Filho que sem sêmen concebeste em teu seio. Ressurgirei, de fato, e serei glorificado e, sendo Deus, elevarei à glória sem cessar os que te exaltam com fé e amor." Madre Maria Donadeo


Dia 23 de março- GRANDE QUARTA FEIRA SANTA. Divina Liturgia ás 19:00 horas com a Solene Benção dos Santos Óleos do Batismo, Enfermos e Penitentes. 
 
 VASOS COM OS SANTOS  ÓLEOS


























 Em nossa Igreja Greco Melquita Católica essa benção é reservada aos Sacerdotes; enquanto que a confecção do Santo "miron" Crisma é prerrogativa do nosso Patriarca Gregório III em Damasco (Síria) que nos enviará depois da Páscoa .
Na quarta-feíra santa se comemora a unção de Betânia: na liturgia dos Pré-santificados se lê (Mt: 26,6-16), com o episódio da mulher que derramou ungüento precioso sobre a pessoa de Jesus, para nós exemplo de amor e de arrependimento. Mas os hinos litúrgicos têm referências constantes também aos demais evangelhos, com cenas similares. O kontákion, repetido a cada Hora menor, faz uma aplicação pessoal do tema central:
"Pequei mais que a meretriz, ó Deus Bom, mas não vos ofereci torrentes de lágrimas. Prostro-me, agora, diante de vós, adorando-vos em silêncio, e beijando com amor vossos pés imaculados, para que Vós, ó Senhor, perdoe minhas culpas, a mim que clamo: O Salvador, tirai-me da lama de minhas ações!"
Respigando algumas expressões das Laudes notamos o contraste entre a cortesã que, conforme diz o Sinaxário, "derramando o perfume sobre o corpo de Cristo antecipa a unção de Nicodemos," e a figura de Judas que contemporaneamente "faz acordos com os iníquos" e "sai para vender aquele que não tem preço." Outro texto litúrgico da quarta-feira santa, digno de ser assinalado, é de autoria da monja Cassiani (ou Cássia) que viveu em Constantinopla no século IX:
"A mulher caída em muitos pecados sente a vossa divindade, ó Senhor, e assumindo o papel de mirrófora vos oferece antes da sepultura o myron com as lágrimas..."
Como em qualquer oficio ou celebração bizantina, aparecem diversas orações marianas e, enquanto se pensa na vinda do Esposo, significativamente o Cânon de André de Creta nas Completas (em grego: Apódipnon) da quartafeira santa termina invocando a Mãe de Deus assim:
"Somente Vós vos revelastes Tálamo celeste e Esposa sempre virgem..."
Nas Laudes da segunda-feira santa um texto sintetiza os sentimentos desses dias sagrados:

"O Senhor, indo ao encontro de sua paixão voluntária, dizia no caminho aos Apóstolos: 'subamos a Jerusalém e o Filho do homem será entregue como está escrito.' Eia, pois, também nós subamos com ele, com as mentes purificadas. Deixemo-nos crucificar e morrer por ele aos prazeres da vida, para com ele viver e ouvir da sua boca: Não vou mais à Jerusalém terrestre para padecer, mas vou ao meu Pai e ao vosso Pai e comigo vos levarei à Jerusalém celeste, no Reino dos céus."

Dia 20 de março- DOMINGO DE RAMOS. Divina Liturgia com Benção e Procissão de Ramos e Apresentação dos 60 jovens que irão receber posteriormente o Sacramento do Santo Crisma  ás 09:00 horas. (Única celebração do dia)
O domingo que antecede a grande solenidade da Páscoa - dito Domingo de Ramos seja no Oriente como no Ocidente - é a primeira das três festas com data móvel que, junto às nove com data fixa, já apresentadas, completam o grupo das Doze grandes festas do ano litúrgico bizantino.
A Semana Santa na tradição constantinopolitana começa com o Sábado de Lázaro, no dia anterior ao Domingo de Ramos, cujo tropário principal é repetido em todas as Horas do domingo junto a outro, próprio do dia, que repete a aclamação dirigida a Jesus na sua entrada em Jerusalém.
2º Tropário da festa: "Sepultados convosco pelo batismo, Cristo nosso Deus, por vossa ressurreição, nos tornamos dignos da vida imortal. Por isso a Vós cantamos em alta voz: Hosana no mais alto dos céus; bendito o que vem em nome do Senhor!"
"Festa esplêndida e gloriosa" é chamada pelo Triódion bizantino e de fato pode-se notar um tom festivo e alegre em seus textos, ao passo que para os católicos romanos a Missa do dia é velada de certa tristeza com a leitura que se faz da paixão de Cristo. Na liturgia eucarística bizantina se lê o Evangelho de João (12:1-8), com o episódio de Marta e Maria e da entrada de Jesus em Jerusalém.
"Alegrai-vos e permanecei na alegria, cidade de Sião; permanecei na alegria e exultai, Igreja de Deus, pois o vosso Rei se aproxima" (do oficio de Vésperas). "O Senhor Deus apareceu-nos! Celebrai juntosesta festa: vinde jubilosos, adoremos Cristo e aclamemo-lo: Bendito o que vem em nome do Senhor nosso Salvador!" (do ofício de Matinas).
Também para o Domingo de Ramos temos um testemunho da peregrina Etéria sobre como se desenvolvia, em meados do século IV, a reunião dos fiéis na basílica do Eleona no Monte das Oliveiras, e a procissão que lhe seguia, com o povo agitando ramos de palmeira ou de oliveira até ao Calvário e à basílica da Anástasis (isto é, da Ressurreição, a mesma que os católicos latinos chamam de Santo Sepulcro). A Procissão dos Ramos de Jerusalém espalhou-se em seguida por quase todas as Igrejas do Oriente e do Ocidente, mas somente poucas conservaram esse costume. Os textos litúrgicos bizantinos repetem o desenrolar-se do evento, contemplam ao mesmo tempo o fato visível e a realidade eterna, como neste breve hino que se segue.
Kontákion: "Nos céus assentado num trono, aqui na terra montado num jumentinho, ó Cristo Deus, acolhei os louvores dos anjos e as aclamações das crianças que gritam: Bendito  sois Vós que vens soerguer o Adão decaído."
Não faltam aplicações para os fiéis de hoje:
"Com ramos espirituais de palmeira, com a alma purificada, aclamamos a Cristo como os meninos, com fé gritando ao Senhor em alta voz: Bendito sois Vós, ó Salvador! Espiritualmente vos tornastes o novo Adão e viestes para salvar o Adão da antiga maldição, conforme o vosso beneplácito, ó Amigo dos homens!"
Existe mais um tropário que se poderia definir de central na festa, repetido em diversos momentos no decorrer dos Ofícios:
"Hoje a graça do Espírito Santo nos reuniu. Todos, carregando a tua cruz, dizemos: Bendito o que vem no nome do Senhor! Hosana nas alturas!"
"O triunfo de Jesus na cidade santa na véspera da Páscoa é um grande mistério. Contemplando os textos bíblicos, as profecias, os evangelhos, a liturgia sempre descobre neles novas facetas. A entrada de Jesus em Jerusalém é uma teofania, na linha das antigas teofanias do Antigo Testamento. A glória de Deus entra na cidade santa (Ez. 43:4), mas humilhada na humildade do rei manso, do Cordeiro (Jo 1:29), que vem para ser imolado. Com as crianças, os discípulos, as multidões, os povos, todas as criaturas participam desse rito de entronização: as forças angélicas, os elementos cósmicos."
Durante o oficio matutino (nos países eslavos, freqüentemente antecipado para a noite anterior após as Vésperas, numa única celebração que forma a Grande vigília) o sacerdote dirige-se ao meio da nave central para benzer os ramos de palmeira ou de oliveira que, como na liturgia latina, são considerados símbolos de vitória e de ressurreição. Os fiéis aproximam-se para recebê-los das mãos dele, enquanto beijam o ícone alusivo à festa que fixa visualmente os dados da narração evangélica. No entanto o coro está cantando o cânon, repetindo, provavelmente várias vezes, o tropário que transcrevemos, com evidentes remissões ao Antigo e ao Novo Testamento.
Tropário:"O povo de Israel se dessedentou na pedra dura, aberta sob o vosso comando e que fez jorrar água e Vós, ó Cristo, eras essa pedra e a vida; sobre ela foi fundada a Igreja que clama: Hosana! Bendito sois Vós que vens!"








































  












  













































  





  
 O ÍCONE DE NOSSA SENHORA TRAZIDO DE ÉFESO (TURQUIA) CONTINUA VISITANDO NOSSAS FAMÍLIAS...


Dia 19 de março- Início da Grande Semana Santa.
SÁBADO DE LÁZARO - ás 18:30  horas -  Ofício pelos Falecidos (Trazer os nomes dos falecidos que serão depositados no Santo Sepulcro em Jerusalém) e Divina Liturgia. 


Ó Cristo Deus, dando-nos, antes da vossa Paixão, 
uma garantia da ressurreição geral, 
ressuscitastes Lázaro dos mortos; 
por isso, nós também, como os filhos dos hebreus, 
levamos os símbolos da vitória, clamando: 
Ó vencedor da morte, hosana nas alturas! 
Bendito o que vem em nome do Senhor!


























































































« Tendo completado o percurso dos 40 dias... nós suplicamos ver a Semana Santa da vossa paixão. »
  É com essas palavras, cantadas nas vésperas da sexta-feira de Ramos, que termina a quaresma, e que entramos na comemoração anual dos sofrimentos de Cristo, de sua morte e de sua ressurreição. Ela começa no sábado de Lázaro. A festa da ressurreição de Lázaro, somada à da entrada do Senhor em Jerusalém, é chamada nos textos litúrgicos: "Prelúdio da Cruz." É portanto no contexto da grande semana que o significado desta festa dupla fica mais claro. O tropário comum à esses dois dias nos diz:


« Ressuscitando Lázaro, o Cristo confirmou a verdade da Ressurreição Universal. »
   Aqueles que estão familiarizados com a liturgia bizantina, conhecem o caráter singular e paradoxal dos ofícios desse sábado de Lázaro. Esse sábado é celebrado como um domingo, quer dizer que se celebra aí o ofício da Ressurreição quando, normalmente, o sábado é consagrado à comemoração dos defuntos. A alegria que ressoa no ofício sublinha o tema principal: a vitória próxima de Cristo sobre o Hades. Na Bíblia, o Hades significa a morte e seu poder universal, a noite inevitável e a destruição que traga toda a vida, envenenando com suas trevas devastadoras o mundo inteiro. Mas eis que, pela ressurreição de Lázaro, "a morte começa a tremer"; é o começo de um duelo decisivo entre a vida e a morte, um duelo que nos dá a chave de todo o mistério litúrgico da Páscoa. Para a Igreja primitiva, o sábado de Lázaro era, o "anúncio da Páscoa"; de fato, esse sábado proclama e já faz aparecer a maravilhosa luz e a paz do sábado seguinte: o grande e santo Sábado, o dia do túmulo vivificante que dá a vida.
   Compreendemos logo que Lázaro, "o amigo de Jesus," personifica cada um de nós e toda a humanidade, e que Betânia, "a casa" do homem Lázaro, é o símbolo de todo o universo, habitat do homem. Todo homem foi criado amigo de Deus e chamado a esta amizade divina que consiste no conhecimento de Deus, na comunhão com ele, o compartilhar da mesma vida: "A vida estava nele, e a vida era a luz dos homens" (Jo. 1,4). E portanto este amigo bem amado de Deus, criado por amor, ei-lo destruído, aniquilado por um poder que Deus não criou: a morte. Deus é afrontado em sua obra por um poder que a destrói e torna nulo seu desígnio. A criação é apenas tristeza, lamentação, lágrimas e finalmente morte. Como é possível? Essas questões se encontram latentes no texto detalhado que João nos faz da vinda de Jesus à tumba de seu amigo. "Uma vez chegado à tumba de seu amigo," diz o evangelista, "Jesus chorou" (Jo. 11,35). Por que ele chora, uma vez que ele sabe que dentro de um instante ele ressuscitará Lázaro à vida?
   Os hinógrafos bizantinos não souberam compreender o sentido verdadeiro dessas lágrimas, atribuindo-as à sua natureza humana, uma vez que, de sua natureza divina ele detinha o poder de ressuscitar os mortos. Entretanto, a Igreja Oriental (católica e ortodoxa) ensina claramente que todas as ações de Cristo são teândricas, isto é, ao mesmo tempo divinas e humanas, sendo as ações do único e mesmo Deus-Homem, o Filho de Deus encarnado. É o Homem-Deus que vemos chorar, é o Homem-Deus que fará sair Lázaro de seu túmulo. Ele chora. . . são lágrimas divinas; ele chora porque contempla o triunfo da morte e da destruição da criação saída das mãos de Deus. "Ele já cheira mal," dizem os judeus, como para impedir Jesus de se aproximar do corpo; terrível advertência que vale para todo o universo, para toda a Vida. Deus é Vida e Doador de Vida, ele chamou o homem para esta realidade divina da vida, e eis "que ele cheira mal." O mundo foi criado para refletir e proclamar a glória de Deus, e eis "que ele cheira mal!" No túmulo de Lázaro Deus encontra a morte, a realidade da antivida, da destruição e do desespero. Ele se encontra face à face com seu Inimigo que lhe arrebatou a criação, que era sua, para tornar-se o Príncipe. Nós que seguimos Jesus se aproximando do túmulo, entramos com ele na sua Hora, aquela que ele anunciou frequentemente como o apogeu e o cumprimento de toda sua obra. Neste curto versículo do Evangelho: "Jesus chorou," é a Cruz que é anunciada, sua necessidade e seu significado universal. Compreendemos agora que é porque "Jesus chorou," melhor dizendo porque ele amava seu amigo Lázaro, que ele tem o poder de o chamar à vida. A ressurreição não é a simples manifestação de um poder divino, mas antes o poder de um amor, o amor tornado poder. Deus é Amor e Amor é Vida, ele é criador de vida. . . É o Amor que chora sobre o túmulo e é o Amor também que dá a vida; lá está o sentido das lágrimas divinas de Jesus. Elas nos mostram o amor de novo à obra, recriando, resgatando e restaurando a vida humana presa das trevas: "Lázaro, sai para fora!..."
   Eis porque esse sábado de Lázaro inaugura ao mesmo tempo a cruz como supremo sacrifício de Amor, e a ressurreição como seu último triunfo:
« Cristo é para todos alegria, verdade, luz e vida, Ele é a ressurreição do mundo, n'Ele o amor apareceu para aqueles que estão na terra, imagem da ressurreição,  concedendo a todos o perdão divino. » (Kondákion do Sábado de Lázaro) Protopresbítero Alexander SCHMEMANN. 
Professor e teótogo ortodoxo (1921-1983) 
In: "O mistério pascal: comentários litúrgicos", pp. 7-9
Como Nosso Senhor ressuscitou seu amigo Lázaro, seu túmulo em Betânia ficou para sempre vazio. São Lázaro tinha 30 anos quando foi ressuscitado, e segundo a tradição, viveu mais 30 anos depois disso. Após o Martírio de Santo Estêvão, Lázaro, Marta e Maria fugiram para a Ilha de Chipre, sendo seu primeiro Bispo, consagrado pelo próprio Apóstolo São Paulo. Foi com grande surpresa que, em 1972, durante uma restauração abaixo do altar da Igreja de Larnaka, (Chipre) fora visto, com muito espanto, um túmulo de mármore, com a inscrição "Lázaro, Ressuscitado no quarto dia, Amigo de Cristo". Fora então desvendado o grande mistério que rondava os ossos de São Lázaro: quando o Imperador Leão, O Sábio, teve o idéia de levar os ossos de Lázaro de Chipre para Constantinopla, os habitantes de Larnaka entregaram ossos de outro morto ao Imperador, enquanto os verdadeiros permaneceram todo o tempo em sua sepultura. Após sua segunda morte, São Lázaro fora enterrado na cidade de Larnaka, Chipre, sobre seu túmulo foi construída uma Igreja, Em 890 o Imperador Leão, O Sábio, do Império Romano do Oriente, transferiu as Relíquias de São Lázaro para Constantinopla. Em troca dos ossos do Santo, Leão mandou construir uma rica igreja em Lanarka, dedicada a São Lázaro, que até hoje existe.