Pessoas on line

terça-feira, 25 de agosto de 2015

No dia 29 de agosto a Igreja celebra a memória do Martírio de São João Batista
Data do Batismo do Arquimandrita João que nasceu dia 24 de junho na Natividade do Santo Precursor. 
Para ilustrar esta comemoração escolhemos esta catequese do amado Papa emérito Bento XVI

Praça da Liberdade - Castel Gandolfo
29 de agosto de 2012

Queridos irmãos e irmãs,

Na última quarta-feira de agosto recordamos a memória litúrgica do martírio de São João Batista, o precursor de Jesus. No calendário romano, ele é o único santo que comemoramos tanto o nascimento, 24 de junho, quanto a morte, ocorrida por meio do martírio. Recordamos hoje a memória voltada à dedicação de uma cripta de Sebaste na Samaria onde, em meados do século IV, já se venerava sua cabeça. O culto se espalhou por Jerusalém, nas Igrejas do Oriente e em Roma, com o título: Decapitação de São João Batista. O Martirológio Romano faz referência a uma segunda descoberta da relíquia preciosa, transportada, para a ocasião, à Igreja de S. Silvestre em Campo Marzio, em Roma.
Essas pequenas referências históricas nos ajudam a entender quão antiga e profunda é a veneração de João Batista. Os Evangelhos destacam muito bem o seu papel em relação a Jesus. Em particular, São Lucas narra seu nascimento, a vida no deserto, a pregação e São Marcos narra sua morte trágica no Evangelho de hoje. João Batista inicia sua pregação sob o imperador Tibério, no ano 27-28, e o convite dirigido às pessoas que se reuniam para ouvi-lo é o de preparar o caminho para acolher o Senhor, para endireitar as veredas tortuosas da própria vida através de uma conversão radical de coração (cf. Lc 3, 4). Mas João Batista não se limita a pregar o arrependimento, mas a reconhecer Jesus como o "Cordeiro de Deus" que veio tirar o pecado do mundo (Jo 1,29). Tem em si a profunda humildade de mostrar Jesus como o verdadeiro Mensageiro de Deus, colocando-se à parte para que Cristo possa crescer, ser escutado e seguido. Como último ato, João Batista testemunha com o sangue sua fidelidade aos mandamentos de Deus, sem hesitar ou retroceder, cumprindo até o final sua missão. São Beda, monge do século IX, diz de João Batista em sua  homilia: Para [Cristo] deu a sua vida, ainda que não tenha sido obrigado a negar Jesus Cristo, foi condenado apenas para calar a verdade (cf. Om 23..: CCL 122, 354). Mas calou a verdade, morreu por Cristo, que é a Verdade. Exatamente por amor à verdade, não cedeu a seus valores e não teve medo de dirigir palavras fortes àqueles que tinham se perdido no caminho de Deus.
Nós vemos esta grande figura, esta força na morte, na resistência contra os poderosos. Nos perguntamos: de onde nasce esta vida, esta interioridade tão forte, tão reta, coerente, gasta tão completamente por Deus a preparar o caminho para Jesus? A resposta é simples: da relação com Deus, da oração, que é o fio condutor de toda sua existência. João é o dom divino por muito tempo pedido por seus pais, Zacarias e Isabel (cf. Lc 1,13), um grande presente, humanamente inesperável, porque ambos eram avançados em idade e Isabel era estéril (cf. Lc 1,7), mas nada é impossível para Deus (cf. Lucas 1:36). O anúncio do nascimento ocorre exatamente num lugar de oração, o templo de Jerusalém, quando toca a Zacarias o grande privilégio de entrar no lugar mais sagrado do templo para fazer a oferta do incenso ao Senhor (cf. Lc 1, 8-20). O nascimento de João Batista também foi marcado pela oração: o cântico de alegria, de louvor e de gratidão que Zacarias eleva ao Senhor e que recitamos todas as manhãs nas Laudes, o "Benedictus", exalta a ação de Deus na história e indica profeticamente a missão de seu filho João, preceder o Filho de Deus feito carne, a fim de preparar seu caminho (cf. Lc 1,67-79). Toda a existência do Precursor de Jesus é alimentada por um relacionamento com Deus, especialmente o tempo vivido no deserto (cf. Lc 1,80) regiões desérticas que são locais de tentação, mas também lugar onde o homem sente a própria pobreza por estar privado de recursos e seguranças materiais e então compreende que o único ponto de referência seguro é o próprio Deus. Mas João Batista não é apenas um homem de oração, de contato constante com Deus, mas também um guia para este relacionamento. O evangelista Lucas, recordando a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, o "Pai Nosso", observa que o pedido é feito pelos discípulos com estas palavras: "Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou os seus discípulos" (cf. Lc 11, 1). 
Queridos irmãos e irmãs, celebrar o martírio de São João Batista lembra também a nós, cristãos do nosso tempo, que não podemos nos esquivar do compromisso com o amor de Cristo, sua Palavra, a Verdade. Verdade é verdade, não pode ser negociada. A vida cristã exige, por assim dizer, o "martírio" da fidelidade diária ao Evangelho, que é a coragem de deixar que Cristo cresça em nós, direcione o nosso pensamento e nossas ações. Mas isso só pode acontecer em nossas vidas se for sólido o nosso relacionamento com Deus. Oração não é tempo perdido, não é tirar o tempo das nossas atividades, incluindo as apostólicas, é exatamente o contrário: só se formos capazes de ter uma fiel vida de oração, constante, confiante, será o próprio Deus a nos dar força e capacidade para viver de modo feliz e sereno, superar as dificuldades e testemunhá-Lo com coragem. São João Batista interceda por nós, para que possamos manter sempre a primazia de Deus em nossa vida. Obrigado.





Oração 
  

Ó Deus, quisestes que São João Batista fosse o precursor do nascimento e da morte do vosso Filho; como ele tombou na luta pela justiça e a verdade, fazei-nos também lutar corajosamente para testemunhar a vossa palavra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O Mandilion Sagrado de Edessa


Festa dia 16 de agosto- Calendário Católico Bizantino

Uma história de Jesus que a Bíblia não contou

Nos tempos de Jesus existia uma cidade cosmopolita conhecida como Edessa, onde se desenvolveram algumas comunidades cristãs. Ela se localizava no norte da Mesopotâmia, num lugar onde atualmente se situa a Urfa, no Sudeste da Anatólia, Turquia. Uma certa vez, o rei Abgar V, de Edessa, tinha ouvido falar num certo Jesus Cristo que era conhecido por seus milagres e resolveu escrever uma carta a ele pedindo que o visitasse para curar-lhe da lepra. Em resposta, Jesus teria dito que não poderia se encontrar com o rei, mas que brevemente mandaria um discípulo em seu lugar. E foi o que aconteceu, um de seus discípulos,  Judas Tadeu (Addai), teria levado palavras de Jesus até o rei enfermo e o curado milagrosamente. O primeiro relato dessa história se deu no início do século IV, por Eusébio de Cesaréia e assim começava uma história de Jesus que não foi relatada na bíblia.

Em 384 d.C. uma escritora chamada Egeria, originária provavelmente da Galécia, uma província romana nas ribeiras mais afastadas do oceano ocidental, tinha como principal característica a quantidade de viagens que fazia por toda a Europa e Oriente Médio durante suas peregrinações em busca de novas experiências que ela costumava relatar em seus livros. Em uma dessas viagens, em especial, Egeria foi parar em Edessa, onde conheceu o bispo local que lhe ofereceu fantásticos relatos a respeito do livramento de  Edessa das mãos dos persas. Além disso o bispo teria dado a honra da escritora ser a primeira a analisar as transcrições das correspondências trocadas por Abgar e Jesus. Egeria foi levada até um portão onde um mensageiro conhecido como Ananias (que foi responsável pela entrega da carta de Abgar a Jesus) a esperava com as cartas que o bispo havia comentado e, assim, durante três dias a escritora estudou as transcrições e, também,  a cultura da cidade e das redondezas antes de partir novamente em peregrinação. O resultado disso pôde ser confirmado em parte dos relatos que ela fez de suas viagens, que foram enviados por carta ao seu convento e sobreviveram com o tempo.

Logo mais tarde, no ano 400 d.C., a história do contato de Jesus com o rei Abgar V ressurgiu num manuscrito sírio denominado Doutrina de Addai, que adiciona nessa história um pintor que o rei Abgar V teria enviado até Jesus para que fosse pintado um retrato do messias. Este retrato teria sido então levado até o rei que o recebeu com muita alegria, o guardando em um de seus palácios reais.
No início do século VI, um documento posterior denominado “Atos do Santo Apóstolo Tadeu” sugeriu que, na verdade, a imagem de Jesus não teria sido concebida por um pintor enviado por Abgar e sim pelo próprio Jesus Cristo ao enxugar o rosto numa toalha, no momento em que surgia diante dele o emissário do rei de Edessa. Jesus teria então entregado a toalha onde estava impressa a sua ‘imagem sagrada’ e dito a Ananias que não poderia visitar o rei no momento pois precisava terminar sua missão, em virtude da Páscoa, e mandaria um de seus apóstolos para Edessa posteriormente . Judas Tadeu foi então o escolhido para pregar o evangelho aos pagãos daquela região e ficou responsável de entregar ao rei de Edessa a toalha com a face de Jesus impressa. Ao receber a toalha das mãos de Tadeu, Abgar ficou curado da lepra e decidiu guardar a imagem de Jesus em um local de destaque no palácio.

Essa imagem de Jesus ficou conhecida pela igreja oriental como Mandilion Sagrado e foi e ainda é usado como a principal fonte de inspiração para toda a iconografia da sagrada face de Jesus, tanto no Oriente como no Ocidente cristão. Existem muitas pesquisas sérias em relação ao Mandilion Sagrado, como os amplos trabalhos de pesquisa feitos em 1970 pelo especialista em assuntos do Vaticano, Corrado Pallenberg. Em um de seus relatórios consta a descoberta de uma biblioteca do início da era cristã, durante escavações no sul da Turquia, feitas por arqueólogos ingleses e franceses. Nessa biblioteca foram encontrados, entre outros textos, fragmentos da carta do escrivão Labubna, relatando as viagens de Ananias, secretário do rei Abgar V, que reinou do ano 13 ao 50 d.C. em Edessa.
O tal documento descoberto dizia o seguinte:

“Abgar, toparca da cidade de Edessa, a Jesus Cristo, o excelente médico que surgiu em Jerusalém, salve!

Ouvi falar de ti e das curas que realizas sem remédios. Contam efetivamente que fazes os cegos ver, os coxos andar, que purificas os leprosos, expulsas os demônios e os espíritos imundos, curas os oprimidos por longas doenças e ressuscitas os mortos. Tendo ouvido falar de ti tudo isso, veio-me a convicção de duas coisas: ou que és Filho daquele Deus que realiza estas coisas, ou que és o próprio Deus. Por isso escrevi-te pedindo que venhas a mim e me cures da doença que me aflige e venhas morar junto a mim. Com efeito, ouvi dizer que os judeus murmuram contra ti e te querem fazer mal. Minha cidade é muito pequena, é verdade, mas honrada e bastará aos dois para nela vivermos em paz.” (GHARIB, Os Ícones de Cristo, p.43

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Oração à Nossa Senhora que derruba os muros:

Na Festa da Dormição da Mãe de Deus celebramos a festa anual da Irmandade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro presente a 60 anos em nossa paróquia, Cantaram vários hinos a Virgem na língua árabe e manifestaram profunda tristeza pela situação dos familiares que vivem na Síria. Atendendo ao apelo do Santo Padre o Papa Francisco e de Sua Beatitude nosso Patriarca Gregório III rezaremos diariamente esta oração.

“Santíssima Mãe de Deus, dirigimo-nos a vós como Mãe da Igreja, Mãe de todos os cristãos que sofrem e de todas as minorias perseguidas. Vos suplicamos, por vossa ardente intercessão, que façais cair esse muro, os muros de nossos corações e os muros que produzem ódio, violência, medo e indiferença entre os homens e entre os povos.
Vós, que mediante vosso Fiat, esmagastes a serpente antiga, congregai-nos e uni-nos sob vosso manto virginal, protegei-nos de todo mal e abri para sempre em nossas vidas a porta da esperança.
“Fazei que nasça em nós e neste mundo a civilização do amor que pende da cruz e da ressurreição de vosso Divino Filho, Jesus Cristo, Nosso Salvador, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

(Esta oração está escrita em francês em um muro na Terra Santa junto a um ícone da Virgem)
KONIGSTEIN, 06 Ago. (ACI).- Diante do sofrimento vivido em meio à perseguição, os cristãos na Síria encontram no chefe da Igreja Greco-Católica Melquita, Patriarca Gregório III Laham, a presença constante da Igreja ao lado deles. Em recente visita à sede internacional da Obra de caridade pastoral Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), em Königstein, na Alemanha, o Patriarca contou como tem buscado apoiar esses cristãos. “Nós, pastores, permaneceremos com o nosso rebanho, para morrer por eles e com eles. Vamos ficar para que as pessoas possam ter a vida”. Na Síria, a população ainda sofre com a guerra civil, iniciada em março de 2011. Desde então, a Ajuda à Igreja que Sofre tem apoiado projetos de apoio pastoral e ajuda humanitária no país, num valor de 29 milhões de reais. Desde que começou o surto de violência na Síria, a situação humanitária tem se deteriorado continuamente. A violência levou ao assassinato de milhares de pessoas, algumas alvejados deliberadamente. Cerca de 9 milhões de pessoas vivem nas regiões em guerra e são afetadas por ela direta ou indiretamente. Condições cada vez piores e a violência cada vez maior fazem com que seja mais difícil os civis encontrarem refúgio em outras cidades. Em meados de 2014, a ONU estimou que cerca de 10,8 milhões de pessoas na Síria tinham necessidade de assistência humanitária e 6,8 milhões são refugiados, a metade deles crianças. O número total de refugiados sírios registrados ou em aguardo de registro nos países vizinhos já passa dos 3,2 milhões de pessoas. Dentro do país, a ajuda internacional está reduzida devido ao número limitado de entidades autorizadas a fornecer assistência humanitária na Síria. Ao site da AIS, o Patriarca explicou que, apesar de todo o mal e sofrimento que foi causado ao povo na Síria, não gosta de ouvir a palavra inimigo. “Pode-se dizer que alguém é um assassino. Isso é um fato objetivo quando uma pessoa já matou outra pessoa. Ao fazer isso ele lhe causou feridas. Mas quando você fala de ‘inimigos’, você está expressando seus próprios sentimentos internos. É algo que está dentro de você mesmo, em vez de estar nele”. O estado de medo e o horror entre os sírios aumenta diante dos terríveis relatos sobre o Iraque e a atuação do Estado Islâmico, que tem objetivo de estabelecer um califado sob a lei islâmica. Mesmo frente ao terror causado por jihadistas, o Patriarca afirma: “O grupo Estado Islâmico e os bandidos são pessoas que precisam de nosso amor. Eu os exorto a seguirem o caminho junto conosco!”. Gregório III faz um balanço de como está a situação atualmente no país. “A guerra fez com que muitos fugissem. Cerca da metade da população está em fuga. Os acontecimentos no Iraque foram um choque que agravou esta situação. As pessoas estão com medo do terror avançar. Mas por outro lado há também muitos que permanecem aqui e reconstroem suas vidas. As Igrejas estão cheias, há o trabalho com jovens, há procissões, cerimônias, as crianças estão indo para a escola”. Por isso, disse ser impensável deixar o país. O chefe da Igreja Greco-Católica Melquita não desliga seu telefone. Quando algo acontece em algum lugar, ele recebe telefonema pedindo para entrar em contato com autoridades ou para dar outro tipo de assistência. Para alguns, em desespero e tristeza, basta procurar o conforto dele e lhe pedir uma oração. “Temos de continuar neste caminho. As pessoas têm confiança em nós. Devemos estar lá, e mostrar-nos dignos dessa confiança. Devemos manter o nosso serviço de amor e devoção”. À AIS, o Patriarca relatou episódios que demonstram sua prontidão em estar próximo aos cristãos sírios. Um dos casos que recordou foi quando teve que dar para uma mãe a notícia de que seu filho sequestrado havia sido assassinado. Ele não sabia como levar a notícia. Quando chegou na casa da família, todos rezaram a oração do Pai-Nosso juntos. Depois que falou as palavras “Seja feita a vossa vontade”, o Patriarca ficou em silêncio. Segundo lembrou, a mãe compreendeu imediatamente o que tinha acontecido e o abraçou. “Eu fui capaz de levar para ela a notícia de uma forma espiritual. Para ela, a minha presença significava a presença da Igreja, da fé. Sob essa luz, esse momento foi transformado”.
REDAÇÃO CENTRAL, 28 Ago. 15  “Onde está o mundo? Onde está a ONU? Onde está a proteção do patrimônio internacional? Onde estão seus organismos? Eu não entendo. Andam comendo demais e tirando fotos. O que estão fazendo? Estão conversando pelo Facebook e pelo WhatsApp. Onde estão?... Ainda não chegou nada no Oriente Médio”.
Este é o clamor do reverendo Fadi Rabbat, líder ortodoxo natural do Líbano, durante sua viagem a fronteira entre esse país e a Síria nos últimos meses. Ele testemunhou pessoalmente as condições desumanas e o desespero no qual estão vivendo os cristãos no Oriente Médio.
Através de uma entrevista telefônica concedida ao Grupo ACI, do México onde mora, o Arquimandrita, em lágrimas, expressou: “O problema é que não existe nenhuma luz de esperança ou uma saída para esta situação. É impossível descrever o que testemunhei. Me pergunto: somos humanos ou nos tornamos animais?”.
“A maioria de países católicos ou protestantes ficam quietos diante desta miséria e deixam seus irmãos na desgraça, na tristeza e em perigo. Me refiro aos países como os Estados Unidos e vários países da Europa, menos o Vaticano. Também na América Latina, os chefes de estado estão calados. Onde está o mundo?”
Um membro da Igreja Ortodoxa de Antioquia explicou também que na Síria a “situação é muito mais perigosa”. As pessoas precisam de medicamentos, de médicos, faltam materiais nas escolas, entre outras coisas “muito simples, mas básicas dos direitos humanos”.
Em Aleppo, estão sem água e sem luz, as pessoas ficam quatro, cinco ou seis dias sem beber água.
Rabbat denunciou ainda a grave situação das mulheres cristãs no país que, com frequência, são estupradas e abusadas pelo Estado Islâmico.
“Estupram as mulheres em público. Estamos vendo como vendem as mulheres, assim como são vendidos dólares no Oriente Médio. Outra vez voltamos a época da escravidão… Me pergunto onde estão os organismos internacionais que protegem os direitos humanos”, relatou Rabbat.
Sobre a situação dos cristãos, o reverendo ortodoxo disse ao Grupo ACI que, “lamentavelmente”, cerca de 83% da população foi obrigada a sair do país. Indicou ainda que a maioria fugiu para o Líbano, mas atualmente este país já não tem local para acolhê-los e a possibilidade de conseguirem trabalho é muito difícil.
Apesar de todas estas dificuldades, as pessoas continuam rezando, vão às Igrejas e se reúnem nas casas para partilhar a Palavra de Deus. Inclusive, fez menção ao matrimônio dos jovens sírios que se casaram em Homs, em uma igreja sem teto, e que este acontecimento “simbolizou uma expressão de nossa fé em Cristo Jesus, que está sofrendo conosco”, disse o líder ortodoxo.
“Sempre penso que o que está acontecendo é algo bom para a Igreja porque o sangue dos mártires a fortalece…Tomara que todo mundo entenda o que significa o sofrimento para a pessoa humana porque todos nós somos parte do corpo de Cristo”.
Em seguida, Rabbat comentou que muitos cristãos não têm dinheiro para fugir e que eles também não querem ir embora do seu país, porque “é como sua casa”.
Na opinião do líder ortodoxo, existem interesses internacionais para que o conflito no Oriente Médio continue e, portanto, a venda de armas. Disse ainda que antes haviam boas relações entre cristãos e muçulmanos.
“A Igreja estava construída exatamente ao lado da mesquita; mas tudo isto que está acontecendo gerou uma grande mudança de opiniões. Vivemos mais de 1.500 anos juntos e não tivemos nenhum problema, estávamos vivendo em paz”, manifestou Rabbat.
“Basta ver as armas usadas pelos fanáticos do ISIS com as quais matam os cristãos e outros grupos para saber quem é o responsável diante da humanidade. É muito triste ver que um fanático muçulmano mata um cristão utilizando uma arma feita por outro cristão”.
Expressou sua indignação pelo silêncio da comunidade internacional ante o massacre de cristãos no Oriente Médio.
A respeito da iniciativa de #ChristianBells de tocarem os sinos das Igrejas a fim de apoiar os cristãos perseguidos, o líder ortodoxo comentou que foi um “gesto muito bonito e simbólico, mas precisamos uma efetiva atuação política”.
“O gesto de tocar os sinos foi algo bom, pois estamos em comunhão com eles, mas não podemos dizer a uma pessoa que está com o estômago vazio ‘toquei um sino por você’”, concluiu Fadi Rabbat

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Festa da Dormição da Santíssima Mãe de Deus

(Padroeira da nossa Eparquia Greco Melquita Católica Nossa Senhora do Paraíso)



Dia 15- Sábado

18:30 horas- Vésperas Solenes e Unção dos Penitentes.

19:00 horas- Divina Liturgia.

21:00 horas- Ofício Mariano "Akhatistos"

Dia 16- Domingo

06:00 horas- Canto dos Salmos ( Ofício das Matinas)

08:00 horas- Oração da Manhã (Laudes)

09:00 horas- Divina Liturgia (única do dia) 

Batismo do Enzo, filho do amigo Hudson, jogador do São Paulo Futebol Clube
 Epitáfio da Mãe de Deus

 
 Durante a noite inteira pessoas revesavam na Adoração a Jesus Eucarístico


 A meia noite cantamos o ''Akáthistos"





 

































 








































ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO A NOITE 

INTEIRA.


Que idade tinha a Theotókos (Mãe de Deus) Quando ela repousou no Senhor?
No disco, ao lado da Prósfora (Cordeiro); figura a Virgem Maria, esta partícula triangular do lado direito (esquerdo de quem olha)
A Mãe acompanha o Filho na obra da Redenção continuada no Divino Sacrifício da Santa e Divina Liturgia (Santa Missa) 
 Pelo Professor Dr. Spyridon Kontoyiannes,
Professor de Teologia na Universidade de Atenas
Tradução Arquimandrita João

Como a tradição da nossa Igreja ensina, a dormição da Theotokos teve lugar na casa de São João Evangelista, onde a Santíssima Virgem teria ficado, juntamente com seu irmão Tiago e sua mãe Salomé que tinha um parentesco com a Theotokos, de acordo com o episódio conhecido de Cristo na cruz (João 19: 26-27). A Theotokos foi informada sobre sua  iminentes dormição por um anjo, três dias antes do evento, e assim ela foi capaz de se preparar e dar-lhe duas peças para duas peças a vizinhas viúvas.

Quando Santa Virgem adormeceu e seus olhos estavam fechados, os Apóstolos, que havia sido milagrosamente reunidos em Jerusalém, dos "confins da terra", levaram seu corpo  para o jardim da sua família no Getsêmani, onde seus pais, Joaquim e Ana, tinham sido enterrados, e enterrou-o lá. Durante o transporte do seu corpo, judeus fanáticos tentaram derrubá-lo, mas eles ficaram milagrosamente cegos. Apenas um deles foi capaz de tocar o esquife, mas uma espada invisível cortou suas duas mãos.

Muitos dos fiéis, no entanto, em muitas ocasiões, levantaram a questão: quantos anos tinha Nossa Senhora quando ela adormeceu? Para encontrar a idade dos Theotokos no momento da sua dormição temos de tomar os acontecimentos de sua vida, um por um, como eles não são mencionados pelo Novo Testamento recorremos a tradição da nossa Igreja.

1. No que diz respeito à data do nascimento da Theotokos, a Menaia para a Igreja de acordo com a tradição, é 08 de setembro do ano 16 aC.

2. Seu noivado celebrado  por Zacarias seu parente (Lucas 1:36) com São José, que também era seu parente (Lucas 1:27 3: 23s), ocorreu quando Santa Virgem tinha 14 anos.

3. Sua Anunciação, que ela daria à luz o Filho e Palavra de Deus pelo Arcanjo Gabriel ocorreu no ano 1 aC, ou seja, quando a Santa Virgem tinha completado seu 15º ano.

4. Por isso, quando ela deu à luz a nosso Senhor Jesus Cristo ela tinha 16 anos.

5. No derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, em maio do ano 33 dC, A Santa Virgem tinha completado 48 anos e esteve presente juntamente com os Apóstolos no Cenáculo de Jerusalém (Atos 1: 14, 2: 1 e ss).

Todos os fatos acima mencionados relativas à vida da Theotokos são fornecidos por Lucas, o Evangelista em seu Evangelho e em seu livro dos Atos dos Apóstolos, em combinação com os grandes eventos e sagrados da Igreja, porque a Santa Virgem era a pessoa mais venerado na Igreja primitiva como a Mãe do nosso Salvador e Deus.

Assim, quando no ano AD 48/49, outro grande e sagrado evento teve lugar na Igreja, o Sínodo Apostólico e Lucas não diz se Nossa Senhora estava presente. Ele não faz menção, não por desprezo ou irreverência para com Ela, mas simplesmente porque por seu silêncio, ele indica que ela tinha adormecido um pouco mais cedo do que a convocação do Sínodo Apostólico em AD 47 ou 48/49. Teria sido impensável e irracional se o primeiro historiador da Igreja deliberadamente ignorou a pessoa que deu à luz o Redentor do mundo; a pessoa a quem os seres humanos há mais de dois mil anos "foram transformandos, depois de Deus" e considerá-la como sua "fortaleza e proteção indissolúvel." O silêncio de Lucas, o Evangelista, neste caso, significa nada mais do que Nossa Senhora tinha adormecido. Ela adormeceu e foi transportada para o céu como a Mãe do nosso Deus e nossa Mãe a vida com a idade de 62/63.

O único apóstolo que estava ausente do funeral do Theotokos foi Tomé. No entanto, quando chegou três dias depois e foi para a sepultura da Theotokos, ele não encontrou seu corpo lá, mas apenas suas roupas no sepulcro. No túmulo do Theotokos um magnífico templo foi erguido que é atribuído à Santa Helena. Após a destruição do templo bizantino os imperadores Marciano (450-457) e Pulquéria ergueram o templo que ainda hoje existe.


Foi neste templo em Gethsemane que São João Damasceno elaborou os seus célebres Hinos e Homilias em defesa da  Theotokos . É com ele que nós também cantamos hoje: "Vamos louvá-la hoje com canções sagradas ... Vamos honrá-la com uma vigília durante toda a noite ... Vamos agradecê-la com pureza de alma e corpo ... Vamos chorar com Gabriel, o primeiro líder dos anjos ... Salve, através de quem a morte está sendo deixada de lado e a vida triunfando”

Arquimandrita João no Eleon


Certa vez, quando a Virgem Maria estava rezando no monte Eleon, perto de Jerusalém, apareceu-lhe o Arcanjo Gabriel com um ramo de figueira em suas mãos e diz a ela que dali a 3 dias a sua existência na Terra estará terminada e que Jesus Cristo virá buscá-la para a levar com Ele. Cristo fez tudo de maneira a que nessa época todos os apóstolos vindos de países diferentes estivessem todos em Jerusalém. No momento do seu final, uma luz intensa iluminou o quarto onde estava a Virgem Maria. Jesus Cristo, rodeado de Seus anjos surgiu e recebeu a sua alma puríssima. Os apóstolos sepultaram o sagrado corpo da Virgem Maria, de acordo com a sua vontade, ao pé da montanha Eleon, no Jardim Gethsemani, na mesma caverna-túmulo onde estavam sepultados os corpos de seus pais e também de José. Durante o funeral aconteceram muitos milagres. Apenas por tocarem o caixão da Virgem Maria, cegos começavam a ver, maus espíritos eram expulsos dos possuídos e todas as doenças curadas. Três dias após o funeral da Virgem Maria, chega a Jerusalém, atrasado, o apóstolo Tomé. Tomé estava muito triste porque não conseguira despedir-se da Mãe de Cristo e do fundo da alma desejava orar e prestar homenagens em seu túmulo. Quando abriram a caverna, onde a Virgem Maria havia sido sepultada, não encontraram o seu corpo, somente os véus utilizados no funeral. Impressionados, os apóstolos voltaram para suas casas. À noite durante as suas orações eles ouviram anjos a cantar. Olhando para cima, os apóstolos viram no alto, no ar, a Virgem Maria cercada de anjos, iluminada por uma intensa luz celestial. Ela disse aos apóstolos: "Alegrem-se, Eu estou com vocês todos os dias!" Esta sua promessa de ajudar e defender os cristãos Ela mantém até os dias de hoje, assumindo-se como nossa Mãe celeste. Em virtude de seu imenso amor e ajuda poderosa, os cristãos desde épocas antigas consideram-na e procuram-na em busca de ajuda, chamando-a medianeira incansável de todos os cristãos existentes, alegria de todos os que sofrem, Aquela que mesmo após a sua morte, nunca nos abandonará.
Desde os tempos mais antigos, a exemplo do profeta Isaías e de sua parente Isabel, os cristãos passaram a chamá-la de Mãe de Cristo e Mãe de Deus. Esta denominação vem do fato de Ela ter dado vida e corpo Àquele Que sempre foi e sempre será o Deus verdadeiro. A Sagrada Virgem Maria é por si só um grande exemplo para ser seguido por todos os que querem agradar a Deus. Ela foi a primeira quem se decidiu inteiramente a dedicar a sua vida a Deus.
Ela demonstrou que a sua voluntária condição de Virgem está acima da vida em família e do casamento. Seguindo o seu exemplo, a partir dos primeiros séculos, muitos cristãos optaram por viver as suas vidas na castidade, virgindade, em orações, jejum e pensamento em Deus. Assim surgiu e se consagrou a prática dos conventos e mosteiros. Que pensar do mundo contemporâneo, que absolutamente não valoriza e até humilha a virtude da castidade, virgindade, esquecendo as palavras de Cristo: "Há eunucos que a si mesmo se fizeram eunucos por amor do reino dos céus. Quem pode compreender, compreenda!" (Mat.19:1-2) ?!. Resumindo este breve relato da vida terrena da Sagrada Virgem Maria, é necessário dizer que Ela, em seu momento máximo de graça e alegria, quando foi escolhida para ser a Mãe do Salvador do mundo e também no momento da sua máxima dor aos pés da cruz (conforme profecia de Simeão "Seu coração foi dilacerado") demonstrou total autocontrole. Assim, Ela demonstrou toda a força e beleza de suas bençãos e graças: Fé inabalável, paciência, coragem, esperança em Deus e amor a Ele, aceitação. Por isso nós, cristãos, temos um imenso respeito, admiração e consideração por Ela e esforçamo-nos por imitá-La nos seus exemplos.
Bispo Aleksandr Mileant
Traduzido por Boris Poluhoff