Oração à
Nossa Senhora que derruba os muros:
Na Festa da Dormição da Mãe de Deus celebramos a festa anual da Irmandade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro presente a 60 anos em nossa paróquia, Cantaram vários hinos a Virgem na língua árabe e manifestaram profunda tristeza pela situação dos familiares que vivem na Síria. Atendendo ao apelo do Santo Padre o Papa Francisco e de Sua Beatitude nosso Patriarca Gregório III rezaremos diariamente esta oração.
“Santíssima
Mãe de Deus, dirigimo-nos a vós como Mãe da Igreja, Mãe de todos os cristãos
que sofrem e de todas as minorias perseguidas. Vos suplicamos, por vossa
ardente intercessão, que façais cair esse muro, os muros de nossos corações e
os muros que produzem ódio, violência, medo e indiferença entre os homens e
entre os povos.
Vós, que
mediante vosso Fiat, esmagastes a serpente antiga, congregai-nos e uni-nos sob
vosso manto virginal, protegei-nos de todo mal e abri para sempre em nossas
vidas a porta da esperança.
“Fazei
que nasça em nós e neste mundo a civilização do amor que pende da cruz e da
ressurreição de vosso Divino Filho, Jesus Cristo, Nosso Salvador, que vive e
reina pelos séculos dos séculos. Amém.
(Esta oração está escrita
em francês em um muro na Terra Santa junto a um ícone da Virgem)
KONIGSTEIN,
06 Ago. (ACI).- Diante do sofrimento
vivido em meio à perseguição, os cristãos na Síria encontram no chefe da Igreja Greco-Católica
Melquita, Patriarca Gregório III Laham, a presença constante da Igreja ao lado
deles. Em recente visita à sede internacional da Obra de caridade pastoral
Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), em Königstein, na Alemanha, o Patriarca contou
como tem buscado apoiar esses cristãos. “Nós, pastores, permaneceremos com o
nosso rebanho, para morrer por eles e com eles. Vamos ficar para que as pessoas
possam ter a vida”. Na Síria, a população ainda sofre com a
guerra civil, iniciada em março de 2011. Desde então, a Ajuda à Igreja que
Sofre tem apoiado projetos de apoio pastoral e ajuda humanitária no país, num
valor de 29 milhões de reais. Desde que começou o surto de violência na Síria,
a situação humanitária tem se deteriorado continuamente. A violência levou ao
assassinato de milhares de pessoas, algumas alvejados deliberadamente. Cerca de
9 milhões de pessoas vivem nas regiões em guerra e são afetadas por ela direta
ou indiretamente. Condições cada vez piores e a violência cada vez maior fazem
com que seja mais difícil os civis encontrarem refúgio em outras cidades. Em
meados de 2014, a ONU estimou que cerca de 10,8 milhões de pessoas na Síria
tinham necessidade de assistência humanitária e 6,8 milhões são refugiados, a
metade deles crianças. O número total de refugiados sírios registrados ou em
aguardo de registro nos países vizinhos já passa dos 3,2 milhões de pessoas.
Dentro do país, a ajuda internacional está reduzida devido ao número limitado
de entidades autorizadas a fornecer assistência humanitária na Síria. Ao site
da AIS, o Patriarca explicou que, apesar de todo o mal e sofrimento que foi
causado ao povo na Síria, não gosta de ouvir a palavra inimigo. “Pode-se dizer
que alguém é um assassino. Isso é um fato objetivo quando uma pessoa já matou
outra pessoa. Ao fazer isso ele lhe causou feridas. Mas quando você fala de
‘inimigos’, você está expressando seus próprios sentimentos internos. É algo
que está dentro de você mesmo, em vez de estar nele”. O estado de medo e o
horror entre os sírios aumenta diante dos terríveis relatos sobre o Iraque e a
atuação do Estado Islâmico, que tem objetivo de estabelecer um califado sob a
lei islâmica. Mesmo frente ao terror causado por jihadistas, o Patriarca
afirma: “O grupo Estado Islâmico e os bandidos são pessoas que precisam de
nosso amor. Eu os exorto a seguirem o caminho junto conosco!”. Gregório III faz
um balanço de como está a situação atualmente no país. “A guerra fez com que
muitos fugissem. Cerca da metade da população está em fuga. Os acontecimentos
no Iraque foram um choque que agravou esta situação. As pessoas estão com medo
do terror avançar. Mas por outro lado há também muitos que permanecem aqui e
reconstroem suas vidas. As Igrejas estão cheias, há o trabalho com jovens, há
procissões, cerimônias, as crianças estão indo para a escola”. Por isso, disse
ser impensável deixar o país. O chefe da Igreja Greco-Católica Melquita não
desliga seu telefone. Quando algo acontece em algum lugar, ele recebe
telefonema pedindo para entrar em contato com autoridades ou para dar outro
tipo de assistência. Para alguns, em desespero e tristeza, basta procurar o
conforto dele e lhe pedir uma oração. “Temos de continuar neste caminho. As
pessoas têm confiança em nós. Devemos estar lá, e mostrar-nos dignos dessa
confiança. Devemos manter o nosso serviço de amor e devoção”. À AIS, o
Patriarca relatou episódios que demonstram sua prontidão em estar próximo aos
cristãos sírios. Um dos casos que recordou foi quando teve que dar para uma mãe
a notícia de que seu filho sequestrado havia sido assassinado. Ele não sabia
como levar a notícia. Quando chegou na casa da família, todos rezaram a oração
do Pai-Nosso juntos. Depois que falou as palavras “Seja feita a vossa vontade”,
o Patriarca ficou em silêncio. Segundo lembrou, a mãe compreendeu imediatamente
o que tinha acontecido e o abraçou. “Eu fui capaz de levar para ela a notícia
de uma forma espiritual. Para ela, a minha presença significava a presença da
Igreja, da fé. Sob essa luz, esse momento foi transformado”.
REDAÇÃO
CENTRAL, 28 Ago. 15 “Onde está o mundo?
Onde está a ONU? Onde está a proteção do patrimônio internacional? Onde estão
seus organismos? Eu não entendo. Andam comendo demais e tirando fotos. O que
estão fazendo? Estão conversando pelo Facebook e pelo WhatsApp. Onde estão?...
Ainda não chegou nada no Oriente Médio”.
Este é o clamor do reverendo Fadi Rabbat,
líder ortodoxo natural do Líbano, durante sua viagem a fronteira entre esse
país e a Síria nos últimos meses. Ele testemunhou pessoalmente as condições
desumanas e o desespero no qual estão vivendo os cristãos no Oriente Médio.
Através de uma entrevista telefônica
concedida ao Grupo ACI,
do México onde mora, o Arquimandrita, em lágrimas, expressou: “O problema é que
não existe nenhuma luz de esperança ou uma saída para esta situação. É
impossível descrever o que testemunhei. Me pergunto: somos humanos ou nos
tornamos animais?”.
“A maioria de países católicos ou
protestantes ficam quietos diante desta miséria e deixam seus irmãos na
desgraça, na tristeza e em perigo. Me refiro aos países como os Estados Unidos
e vários países da Europa, menos o Vaticano. Também na América Latina, os
chefes de estado estão calados. Onde está o mundo?”
Um membro da Igreja Ortodoxa de Antioquia explicou também
que na Síria a “situação é muito mais perigosa”. As pessoas precisam de
medicamentos, de médicos, faltam materiais nas escolas, entre outras coisas
“muito simples, mas básicas dos direitos humanos”.
Em Aleppo, estão sem água e sem luz, as
pessoas ficam quatro, cinco ou seis dias sem beber água.
Rabbat denunciou ainda a grave situação
das mulheres cristãs no país que, com frequência, são estupradas e abusadas
pelo Estado Islâmico.
“Estupram as mulheres em público. Estamos
vendo como vendem as mulheres, assim como são vendidos dólares no Oriente
Médio. Outra vez voltamos a época da escravidão… Me pergunto onde estão os
organismos internacionais que protegem os direitos humanos”, relatou Rabbat.
Sobre a situação dos cristãos, o
reverendo ortodoxo disse ao Grupo ACI que, “lamentavelmente”, cerca de 83% da
população foi obrigada a sair do país. Indicou ainda que a maioria fugiu para o
Líbano, mas atualmente este país já não tem local para acolhê-los e a
possibilidade de conseguirem trabalho é muito difícil.
Apesar de todas estas dificuldades, as
pessoas continuam rezando, vão às Igrejas e se reúnem nas casas para partilhar
a Palavra de Deus. Inclusive, fez menção ao matrimônio dos jovens sírios que se
casaram em Homs, em uma igreja sem teto, e que este acontecimento “simbolizou
uma expressão de nossa fé em Cristo Jesus, que está sofrendo conosco”, disse o
líder ortodoxo.
“Sempre penso que o que está acontecendo
é algo bom para a Igreja porque o sangue dos mártires a fortalece…Tomara que
todo mundo entenda o que significa o sofrimento para a pessoa humana porque
todos nós somos parte do corpo de Cristo”.
Em seguida, Rabbat comentou que muitos
cristãos não têm dinheiro para fugir e que eles também não querem ir embora do
seu país, porque “é como sua casa”.
Na opinião do líder ortodoxo, existem
interesses internacionais para que o conflito no Oriente Médio continue e,
portanto, a venda de armas. Disse ainda que antes haviam boas relações entre
cristãos e muçulmanos.
“A Igreja estava construída exatamente ao
lado da mesquita; mas tudo isto que está acontecendo gerou uma grande mudança
de opiniões. Vivemos mais de 1.500 anos juntos e não tivemos nenhum problema,
estávamos vivendo em paz”, manifestou Rabbat.
“Basta ver as armas usadas pelos
fanáticos do ISIS com as quais matam os cristãos e outros grupos para saber
quem é o responsável diante da humanidade. É muito triste ver que um fanático
muçulmano mata um cristão utilizando uma arma feita por outro cristão”.
Expressou sua indignação pelo silêncio da
comunidade internacional ante o massacre de cristãos no Oriente Médio.
A respeito da iniciativa de
#ChristianBells de tocarem os sinos das Igrejas a fim de apoiar os cristãos
perseguidos, o líder ortodoxo comentou que foi um “gesto muito bonito e
simbólico, mas precisamos uma efetiva atuação política”.
“O gesto de tocar os sinos foi algo bom,
pois estamos em comunhão com eles, mas não podemos dizer a uma pessoa que está
com o estômago vazio ‘toquei um sino por você’”, concluiu Fadi Rabbat
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