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sexta-feira, 17 de junho de 2011


 1º DOMINGO APÓS A FESTA DE PENTECOSTES
(19 de junho)


FESTA DE TODOS OS SANTOS
 Sendo o Espírito Santo a fonte de toda santidade; é apropriado que o nosso Rito Bizantino celebre a Festa de Todos os Santos

 Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes
importam as honras terrenas, a eles que, segundo a promessa do Filho, o mesmo Pai celeste
glorifica? De que lhes servem nossos elogios? Os santos não precisam de nossas homenagens,
nem lhes vale nossa devoção. Se veneramos os Santos, sem dúvida nenhuma, o interesse é
nosso, não deles. Eu por mim, confesso, ao recordar-me deles, sinto acender-se um desejo
veemente.

Em primeiro lugar, o desejo que sua lembrança mais estimula e incita é o de gozarmos de sua
tão amável companhia e de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem-
aventurados, de unir-nos ao grupo dos patriarcas, às fileiras dos profetas, ao senado dos
apóstolos, ao numeroso exército dos mártires, ao grêmio dos confessores, aos coros das virgens,
de associar-nos, enfim, à comunhão de todos os santos e com todos nos alegrarmos. A
assembléia dos primogênitos aguarda-nos e nós parecemos indiferentes! Os santos desejam-nos
e não fazemos caso; os justos esperam-nos e esquivamo-nos.

Animemo-nos, enfim, irmãos. Ressuscitemos com Cristo. Busquemos as realidades celestes.
Tenhamos gosto pelas coisas do alto. Desejemos aqueles que nos desejam. Apressemo-nos ao
encontro dos que nos aguardam. Antecipemo-nos pelos votos do coração aos que nos esperam.
Seja-nos um incentivo não só a companhia dos santos, mas também a sua felicidade.
Cobicemos com fervoroso empenho também a glória daqueles cuja presença desejamos. Não é
má esta ambição nem de nenhum modo é perigosa a paixão pela glória deles.

O segundo desejo que brota em nós pela comemoração dos santos consiste em que Cristo, nossa
vida, tal como a eles, também apareça a nós e nós juntamente com ele apareçamos na glória.
Enquanto isto não sucede, nossa Cabeça não como é, mas como se fez por nós, se nos
apresenta. Isto é, não coroada de glória, mas com os espinhos de nossos pecados. É uma
vergonha fazer-se de membro regalado, sob uma cabeça coroada de espinhos. Por enquanto a
púrpura não lhe é sinal de honra, mas de zombaria. Será sinal de honra quando Cristo vier e não
mais se proclamará sua morte, e saberemos que nós estamos mortos com ele, e com ele
escondida nossa vida. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela refulgirão os membros
glorificados, quando transformar nosso corpo humilhado, configurando-o à glória da Cabeça,
que é ele mesmo.

Com inteira e segura ambição cobicemos esta glória. Contudo para que nos seja lícito esperá-la
e aspirar a tão grande felicidade, cumpre-nos desejar com muito empenho a intercessão dos
santos. Assim, aquilo que não podemos obter por nós mesmos, seja-nos dado por sua
intercessão.

Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo2: Opera omnia, Edit.Cisterc. 5[1968],364-368)

 (Séc.XII)


VEJAMOS O QUE DIZ O CATECISMO DA IGREJA SOBRE A COMUNHÃO DOS SANTOS

C.48.1 Diversas espiritualidades e comunhão dos santos
§2684 Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história das Igrejas, diversas espiritualidades. O carisma pessoal de uma testemunha do Amor de Deus aos homens pôde ser transmitido, como "o espírito" de Elias a Eliseu" e a João Batista, para que alguns discípulos tenham parte nesse espirito. Há uma espiritualidade igualmente na confluência de outras correntes, litúrgicas e teológicas, atestando a inculturação da fé num meio humano e em sua história. As espiritualidades cristãs participam da tradição viva da oração e são guias indis-pensáveis para os fiéis, refletindo, em sua rica diversidade, a pura e única Luz do Espírito Santo.
O Espírito é de fato o lugar dos santos, e o santo é para o Espírito um lugar próprio, pois se oferece para habitar com Deus e é chamado seu templo.
C.48.2 Intercessão expressão da comunhão dos santos
§1055 Em virtude da "comunhão dos santos", a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios, particularmente o santo sacrifício eucarístico.
§2635 Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos santos. Na intercessão, aquele que ora "não procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos dos outros" (Fl 2,4) e reza por aqueles que lhe fazem mal.
C.48.3 Significação da comunhão dos santos
§1331 Comunhão, porque é por este sacramento que nos unimos a Cristo, que nos toma participantes de seu Corpo e de seu Sangue para formarmos um só corpo; denomina-se ainda as "coisas santas: ta hagia (pronuncia-se "ta háguia" e significa "coisas santas"); sancta (coisas santas" este é o sentido primeiro da "comunhão dos santos" de que fala o Símbolo dos Apóstolos pão dos anjos, pão do céu, remédio de imortalidade, viático...

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