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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011




(Icone da Teofania do Senhor que integra o iconóstase da nossa Paróquia Greco Melquita Católica São Jorge em Juiz de Fora-MG)
Mensagem do nosso Arcebispo Greco Melquita Católico no Brasil Dom Fáres Maakaroum por ocasião da Teofania(manifestação=batismo) do Senhor.
(A propósito quero aqui agradecer todas as manifestações de Santo e Feliz Ano Novo que recebi do nosso arcebispo dando grande aprovação ao trabalho realizado em nossa Paróquia por mim e todos os fiéis de boa vontade. 
Ainda mais por suas palavras de incentivo e aprovação dos artigos do nosso blog e por todos os eventos paroquiais que estamos programando para este novo ano).   
«Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus todo o Meu Encanto»
(Mt. 3, 17).

Amados filhos e filhas,
          A Epifania, a “Manifestação” de Nosso Senhor Jesus Cristo, é um Mistério que tem muitas formas:
Na tradição latina identifica-o com a visita dos Magos ao Menino Jesus em Belém, e, portanto, interpreta-o sobretudo, como revelação do Messias de Israel aos povos pagãos.
Na tradição oriental, ao contrário, identificamos a Epifania no momento do Batismo de Jesus no rio Jordão. É-nos oferecida a primeira Manifestação da Natureza Trinitária de Deus: Jesus, indicado pelo Pai como Filho Bem Amado, e o Espírito Santo que desce e permanece sobre Ele.
          Também no Evangelho de João somos convidados a considerar “Epifania” as núpcias de Caná, nas quais Jesus, transformando a água em vinho, “manifestou a Sua Glória e os Seus Discípulos creram nEle” (Jo 2, 11).
          Nas palavras, que a Virgem dirigiu ao arcanjo Gabriel: “Como poderá acontecer isto?” a Mãe de Cristo e de todos os homens, nos ensina a ser "Epifania" do Senhor, na abertura do coração ao Poder do Amor e na cumplicidade total à Palavra do Seu Filho, Luz do mundo.
          Enquanto que para nós sacerdotes, todos os dias somos testemunhas e ministros da “Epifania” de Jesus Cristo na Santa Eucaristia. A Igreja celebra todos os Mistérios do Senhor neste Santíssimo e Humilde Sacramento, no qual, Nosso Senhor Jesus Cristo, ao mesmo tempo, revela e esconde a Sua Glória.
«Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo». (Mt. 28, 19). 
          Nossas Igrejas Católicas Orientais ressaltam, sobretudo, a circunstância de que todo dia 06 de Janeiro, seja denominado, em síntese, o dia do «Jordão». Consideram-no como um momento da «Manifestação » de Cristo, intimamente relacionado com o Natal. Colocamos em relevo, mais que o Nascimento de Jesus em Belém, a Sua Revelação como Filho de Deus. Revelação que se verificou com singular intensidade precisamente durante o Batismo no Jordão.
          O que João Baptista conferia nas margens do Jordão era um batismo de penitência. Mas ele anunciava: «Depois de mim, vai chegar Outro que é mais Poderoso do que eu... Eu vos batizarei em água, mas Ele batizar-vos-á no Espírito Santo» (Mc. 1, 7-8).  
          Anunciava isto a uma multidão de penitentes, que iam ter com ele para lhe confessar os seus pecados, arrependendo-se e dispondo-se a corrigir a própria vida.
          É de outra natureza o Batismo conferido por Jesus e que a Igreja, fiel ao seu mandamento, não cessa de administrar. Este Batismo liberta o homem do pecado original e perdoa os pecados, resgata-o da escravidão do mal e sela o seu renascimento no Espírito Santo; comunica-lhe uma vida nova, que é participação na Vida de Deus Pai, que nos foi doada pelo Seu Filho Unigênito, o Qual Se fez homem, morreu e ressuscitou.
          No momento, em que Jesus sai da água, o Espírito Santo desce sobre Ele em forma de Pomba e, tendo-se aberto o céu, do Alto ouve-se a Voz do Pai: «Tu és o Meu Filho muito amado, em Ti pus toda a Minha complacência» (Mc.1,11). Por conseguinte, o aconteci-mento do Batismo de Cristo não é apenas Manifestação da Sua Filiação Divina, mas é, ao mesmo tempo, Manifestação de toda a Santíssima Trindade: o Pai, a Voz do Alto, revela em Jesus o Filho Unigênito que Lhe é Consubstancial, e tudo isto se cumpre em virtude do Espírito Santo que, sob forma de Pomba, desce sobre Cristo, o Consagrado do Senhor.
          No Batismo de Jesus Cristo no Jordão, Jesus manifesta-se com uma extraordinária humildade, que recorda a pobreza e a simplicidade do Menino colocado na manjedoura, e antecipa os sentimentos com os quais, no final dos Seus Dias terrenos, chegará a lavar os pés dos discípulos e sofrerá a humilhação terrível da Cruz.
          O Filho de Deus, Aquele que é sem pecado, coloca-se entre os pecadores, mostra a proximidade de Deus ao caminho de conversão do homem. Jesus carrega sobre os Seus Ombros o peso da culpa da humanidade inteira, inicia a Sua Missão, pondo-se no nosso lugar, no lugar dos pecadores, na perspectiva da Cruz.
          Recolhido em oração, depois do batismo, enquanto sai da água, abrem-se os céus. É o momento esperado por multidões de profetas. “Se rasgásseis os céus e descêsseis!”, tinha invocado Isaías (64,1). Neste momento, parecia sugerir São Lucas, que este pedido é satisfeito.
          De fato, “o Céu abriu-se e o Espírito Santo desceu” (Lc. 3, 21-22); ouviram-se palavras nunca antes pronunciadas: “Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus todo o Meu Encanto” (v. 22). Jesus, saindo das águas, como afirma São Gregórios de Nazianzo, “vê o Céu abrir-se e separar-se, aquele Céu que Adão tinha fechado para si e para toda a sua descendência”. O Pai, o Filho e o Espírito Santo descem entre os homens e revelam-nos o Seu Amor que salva.

          Se são os anjos que levam aos pastores o anúncio do Nascimento do Salvador, e as estrelas aos Magos vindos do Oriente, agora é a Própria Voz do Pai que indica aos homens a Presença, no mundo, do Seu Filho e que convida a olhar para a Ressurreição, para a Vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte.

Sendo assim, que neste momento se faça a nossa Epifania.

Amém! Aleluia!

Minha mais autêntica maneira de amar: Minha Bênção Apostólica
Dom Farès Maakaroun
Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Greco-Melquita no Brasil

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