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quinta-feira, 24 de março de 2011

A Beleza Litúrgica da Grande Quaresma






















Cenas da Liturgia dos Dons Pré-santificados na noite da quarta-feira dia 23 de março.
Se alguém quiser viver a riqueza litúrgica, a grandeza maravilhosa e mística da Grande Quaresma, tal pessoa deve tentar toda forma de superficialidade, comum em certas igrejas. A grandeza é o que todos nós vemos e reconhecemos nos domingos da Grande Quaresma. Há realmente uma distinção entre esses domingos e os outros durante o resto do ano. Os temas especiais e festivos, a hinografia, a Liturgia de São Basílio, o Grande, que é realizada em vez da Liturgia de São João Crisóstomo, dão uma cor distinta. No entanto, os domingos da Grande Quaresma é um oásis dentro da Igreja e de cada pessoa. Essencialmente eles não são encontrados fora dela. O verdadeiro charme da Grande Quaresma é sentido no "mar" ou "deserto estéril", como os Padres chamam de Grande Quaresma, ou melhor, no seu ciclo de cada dia, de segunda a sexta das seis semanas que se forma.
Nossa Igreja bizantina, sempre viu a forma ideal de adoração nos serviços monásticos, razão pela qual ao longo do tempo os serviços litúrgicos  foram substituídos pela composição realizada nos mosteiros. São ofícios mais requintados. No entanto, especialmente durante a Grande Quaresma se nota o quanto oculto dos mosteiros foram transferidos para as igrejas  mundo afora. Afinal, os fiéis não podem se aventurar no deserto, por isso os serviços do deserto mudou-se para as cidades. A Igreja quer nestes dias devotos fazer que  seus membros leigos, saboreiam a beleza mística dos serviços monásticos  para formar com os fiéis leigos um pequeno monastério. E isso não foi sem propósito. No sistema monástico os serviços litúrgicos durante o período do jejum se encontram no ponto culminante de todo o ano. Poucas pessoas são capazes de segui-los. Eles não têm tempo disponível, nem a disposição necessária da alma. Em contrapartida nos mosteiros, onde o culto a Deus é o centro da vida monástica e o interesse principal dessas pessoas dedicadas são os serviços eclesiásticos, especialmente no período da Grande Quaresma, tornou o alimento e a única ocupação dos monges. Por isso, já ouvimos pessoas dizendo que nossos ofícios são demorados. É que o ritmo monástico difere do deste mundo “rodeado de trevas” e movido pelo compasso da agitação, especialmente marcante na mentalidade ocidental, onde tudo deve ser rápido e prático e se ater aos elementos da vida presente. Vida eterna? Liturgia celeste? Ah! Deixa pra depois. Infelizmente para não poucos leigos e eclesiásticos; a Grande Quaresma é um período normal, que está entre a Páscoa e o Carnaval.

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