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sexta-feira, 11 de março de 2011


Durante o período da Grande Quaresma a Igreja firmemente esforça-se em despertar em nós o sentimento de arrependimento. Nós somos tocados pelas missas, os cânones e também por uma parte das leituras do Antigo Testamento que são meios para conscientizarmo-nos de nossos pecados. Os exemplos que vem do Antigo Testamento nos advertem, indicando-nos através de sua experiência milenar, o único e abençoado caminho: o caminho ao encontro de Deus.
Através de diferentes dificuldades, prolongada escravidão, graves doenças, Deus conduziu o povo até a Sua Verdade. Todo o Antigo Testamento é a história da Verdade de Deus, que castiga punindo os pecados e que também abençoa. Porém mesmo depois de tantos castigos o povo judeu freqüentemente embrutecia seu coração e não queria compreender as ordens de Deus.
Mas um embrutecimento semelhante também é possível perceber em muitos de nós. Deus nos atinge com sofrimentos, derrama dificuldades sobre corações empedrados, para que eles possam ser arados e tornados adequados para receber a graça de Deus; isto é, muitas vezes nosso coração não é receptivo à sua graça, mesmo quando Deus de forma óbvia e evidente a está nos dando. Nós ainda somos dominados pelo medo animal — o medo da morte, mas será que vive em nós o medo do Juízo de Deus? Deus espera, para que nós enxerguemos nas dificuldades que nos rodeiam, a Sua Graça, e não apenas uma série de acasos.


Comparando assim o Antigo Testamento com o momento presente, nós percebemos que naquela época assim como agora, Deus preocupa-se com as Suas pessoas, não permitindo que elas pereçam na indefinição e à margem das leis, esforçando-se de todas as formas em levá-las ao arrependimento e de todos os meios chamando-as novamente para ligarem-se a Deus — Fonte de Vida. De fato o amor de Deus ultrapassa a compreensão humana! Seu amor estende-se a tal ponto, que "por causa de seus eleitos, por causa de uma pequena porção, Ele abençoa a todo o povo" "Uma semente sagrada — é a força de todo um povo" diz o profeta Isaías, graças a ela todo um reino se perpetuará; ela é como um sólido alicerce que deve ser construído como base de um povo. Assim Deus guiava Seus servos, se manifestando ora como um severo Juiz e Carrasco, ora como O que perdoa a tudo e O que abençoa — para o bem das pessoas, para firmar a verdade na Terra. (A verdade é uma outra face do amor, e é a sua força que a defende).
Revelando tanta preocupação sobre os seus servos, não se preocupa mais ainda o Senhor com seus filhos? O Antigo Testamento é servidão e o Novo Testamento é filiação. Nós já não somos servos na casa de Deus. O servo preocupa-se somente como agradar ao seu senhorio e, a relação com ele é medida por atos: enquanto o filho tem proximidade com seu pai, preocupa-se em não magoá-lo não só através de atos, mas até com intenções, para não perder o amor paterno; seu relacionamento mede-se com sentimentos e pensamentos. Mas àquele que muito for dado, muito será exigido. "Nós somos filhos de Deus, mas ainda não nos foi anunciado, o que seremos" — fala o apóstolo; a nós, muito é dado e depende de nossa vontade multiplicar o talento dado por Deus. Em nossa vontade está o desejo de sermos os guerreiros de Cristo, combatendo em nossos corações, este campo de lutas, pela verdade de Deus. Está dentro de nossa vontade dar um inicio abençoado — pois Deus "beija até as boas intenções" e o resto faremos com a ajuda da graça de Deus.
Como meio de combate existem muitas orações a Deus — momentos criativos, que nos tiram da vida mecânica e as quais em grandes quantidades nos oferece a Santa Igreja em tocantes missas durante a Grande Quaresma. A meta da luta — é conservar a paz espiritual. Quando a paz se instala em nosso coração, então nós colocamo-nos no caminho em direção a Deus. As condições na relação com Deus são tão maravilhosas, que elas por si só tornam-se as recompensas — o Reino de Deus dentro de nós. É para isso que nos chama o Senhor, para que nós aqui mesmo na Terra, em diferentes momentos conquistássemos para nós a eternidade. Amém.

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