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sexta-feira, 20 de maio de 2011

DOMINGO DA SAMARITANA

Continuamos na maravilhosa esteira deste Tempo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, iniciando cada semana com um evento novo. Desta vez é o Domingo da Samaritana. Na Divina Liturgia de quarta-feira passada: Mesopentecostes; Jesus já anunciava ser Ele a Fonte da água Viva: o Espírito Santo. A história dos patriarcas e de suas lutas pela sobrevivência no meio do deserto serve de horizonte para João narrar este encontro de Jesus com a samaritana. Tal como os pais da fé, que ergueram poços e cisternas no deserto e tornaram a vida possível, Jesus é apresentado como o portador de um dom tão precioso como a água. Mas o texto usa, igualmente, outros simbolismos bíblicos, tal como a mulher infiel anunciada pelo profeta Oséias, figura do sincretismo e da idolatria religiosa da Samaria, ou as imagens da semeadura e da colheita como figuras do reino de Deus. Tudo isso culmina na profissão de fé que encerra o texto – “Nós cremos e conhecemos que este é realmente o Salvador do mundo” -, onde “crer” e “conhecer” têm a dimensão de experiência profunda de fé.
Kondakion da Samaritana a ser recitado na Divina Liturgia deste  4ºdomingo da Páscoa.
A Samaritana, tendo ido com fé ao poço,
Vos viu, ó Água da Sabedoria;
e saciada por Vós a sua sede, herdou o Reino Eterno do Céu.
A samaritana torna-se, assim, símbolo do(a) catecúmeno(a) e do(a) discípulo(a) de Jesus, de quem aceita o dom que o Senhor oferece, e que realiza em seu itinerário aquilo que o Senhor profetiza: aquele que beber da água que eu lhe darei nunca mais terá sede, e a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna. O discípulo torna-se o adorador em espírito e verdade e, exatamente por isso, detentor de um dinamismo missionário e evangelizador, tal como a mulher samaritana que dizia para todos: “Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz: será que ele não é o Cristo?”. Esta mulher, no início do evangelho, evoca a pessoa de Maria Madalena, que, na manhã da ressurreição, trará para o mundo a boa notícia da páscoa de Cristo.

Igreja em Antioquia, onde outrora foi a casa de São Pedro, Apóstolo. 

O Santo Batismo, neste domingo, nos é apresentado, não como algo acabado, mas como uma relação a ser construída, tal como o diálogo vivido entre Jesus e a samaritana, que se estende a muitos. Por isso, é melhor dizer que somos batizados, mais do que fomos batizados. Toda celebração que participamos, seja molhando nossas mãos na pia de água benta, seja participando de um rito de aspersão, deixamos que o símbolo da água nos conduza para dentro do mistério do nosso batismo. Ela nos aponta para o espírito que deve animar continuamente a nossa existência batismal: lembremos que, tal como a água, o espírito é derramado.


Um sacerdote bizantino mergulha a cruz numa fonte de água, no rito próprio da Consagração das Águas na Festa da Epifânia-Batismo do Senhor em 06 de janeiro, segundo o Rito Bizantino

 Mergulhados na água - e a palavra “batismo” significa “imersão” e “mergulho” -, somos mergulhados no Cristo, em sua morte e ressurreição, celebrada e realizada em nós em cada assembléia litúrgica. Por isso a leitura da epístola deste domingo é um trecho do Livro Atos dos Santos Apóstolos no qual é descrito que foi em Antioquia da Síria que pela primeira vez o discípulos de Nosso Senhor, foram chamados de “CRISTÃOS” Desde o dia glorioso do nosso Batismo, trazemos este maravilhoso nome.
Este é o poço de Jacó, que a propósito:  foi notícia novamente por volta no início dos anos 80 do último século, quando um grupo de fanáticos judeus invadiram a capela ortodoxa contruida sobre o local e barbaramente assassinaram o monge que habitava lá em guarda do templo. Este monge é hoje um Santo Mártir, São Philemon do Poço de Jacó, seu corpo está incorrupto na capela do Seminário do Patriarcado Ortodoxo de Jerusalém.

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