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segunda-feira, 15 de agosto de 2011



DIVINA LITURGIA NO MOSTEIRO SANTA CRUZ
Monjas Beneditinas
Véspara da Dormição da Mãe de Deus.



Homilia proferida durante a Santa e Divina Liturgia
Com a graça de Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, quero saudar na pessoa de nossa querida irmã Madre Paula, Abadessa, todas as demais irmãs desta maravilhosa comunidade monástica beneditina, que para todos nós é tão cara. Queridos irmãos e irmãs; Povo de Deus. Quantas vezes já ouvimos tal expressão: o ideal de um homem é escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore. Pois bem, com nosso Deus e Salvador Jesus Cristo não foi diferente, sendo Ele verdadeiramente Deus e Homem realizou neste mundo tais obras. Através de sua pessoa e missão escreveu com a própria vida o Livro do Santo Evangelho, tornou-nos por Ele filhos e filhas de Deus pelo Santo Batismo, por fim plantou a maravilhosa árvore de sua Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Com seu tronco vemos representada a solidez da doutrina, a beleza e disciplina litúrgica, dos ensinamentos fundados na Tradição e Escrituras que elevam os homens da terra para o céu; as ramagens que pelos seus ramos e folhas sempre vicejantes estão para nós como os vários ministérios e pastorais e as diversas ações que cobrem a todos com a graça divina, onde toda a humanidade encontra abrigo seguro. As flores desta árvore estão para nós como os Santos Sacramentos que embelezam e perfumam nossa vida em cada fase da nossa existência com o suave perfume da graça divina e por fim os frutos do Espírito Santo que nos saciam com a vida mesma do Nosso Senhor. E as raízes? Alguém se lembra? Alguém as vê? Pensaram que já ia me esquecendo deste elemento tão necessário para uma árvore? E qual sua real função? Podemos queridos irmãos e irmãs, considerarem que as raízes desta árvore que como disse o Salmista “a mão direita do Senhor plantou”, corresponde a riqueza da vida religiosa, consagrada, e de modo especial nesta modalidade da vida contemplativa da Ordem Beneditina. Não é bom para uma árvore ter suas raízes expostas. Para a segurança e vitalidade de uma árvore requer que elas estejam bem fincadas e profundamente penetradas na terra. Agora entendemos a razão desta maravilhosa inspiração do nosso Santo Pai São Bento, patrono do monaquismo no Ocidente.  A modalidade da vida religiosa beneditina como tantas outras na vida da Igreja pertencem as sua raízes que no escondimento diário de um estilo de vida discreto e silencioso tende a sugar pela Oração aquela seiva tão necessária para a vitalidade da Igreja presente num mundo tão atarefado que muitas vezes submete seus membros a atividades mesmo pastorais que muitas das vezes; “que saem do nada par lugar algum”  como no dizer do Apóstolo: “atarefados em nada fazer”.  A vida monástica beneditina corresponde as raízes desta árvore que Nosso Senhor plantou neste mundo, mediante uma lógica que para este século parece uma loucura; conciliar trabalho e oração, mediante aquele mote que sempre foi sinal de uma vida beneditina autêntica: Ora et Labora, através do qual se faz do trabalho uma oração e da oração um trabalho, especialmente o trabalho de interseção em favor da humanidade pelos ciclos das Horas Canônicas, unindo suas vozes ás dos anjos e santos através dos Salmos. Uma vez plantada uma árvore e especialmente suas raízes não mudam de um terreno a outro, quero aqui recordar aquele precioso voto de estabilidade que se somam aos outros já consagrados na Tradição como Obediência, Pobreza e Castidade. Não é comum ver um monge ou uma monja que se compraz na vida religiosa autêntica, andando pelas ruas, imersos nas mais variadas atividades, ainda que fossem religiosas, pastorais, ou experimentando este ou aquele ambiente. Essa é a missão dos comuns dos batizados.   Queridos irmãos e irmãs, precisamente nesta Divina Liturgia, através do Santo Evangelho nos deparamos com uma das tantas visitas que Nosso Senhor fazia em Betânia na alegria da casa dos irmãos Marta, Maria e Lázaro. Dirigindo sua palavra a Marta Nosso Senhor diz: “Marta, Marta, andas muito agitada. Maria sua irmã escolheu a melhor parte e esta nunca lhe será tirada. Assim Nosso Senhor garante a sua Igreja que esta parte escolhida pelas filhas de São Bento e Santa Escolástica nunca lhes será tirada. Ele mesmo garante a fidelidade a estas mulheres corajosas que a despeito de um mundo em busca de uma produção cada vez mais exposta a ferrugem, cobiçada pelos ladrões e vulneráveis as traças deste mundo tão efêmero, escolheram sentar-se aos pés do Senhor a quem escolheram como Esposo fiel. Essas raízes escondidas trabalham não por um alimento que perece, mas como disse Nosso Senhor: “ Trabalhai pelo alimento que dura até a vida eterna”. Por fim queridas irmãs contai sempre com nossa estima e amizade. Hoje ao virem para esta Liturgia pedi que nossa comunidade paroquial greco melquita católica São Jorge aqui muito bem representada, oferecessem alguns donativos para se acostumarem com essa troca de dons; que cada qual com seu tempo, seus dons materiais e espirituais colocassem seus bens a serviço da glória de Deus, como nos recorda nosso Santo Pai São João Crisóstomo: “Deus não lhes confiou tais bens por serem melhores que os outros, mas para que fossem bons administradores em favor dos que pouco tem, no exercício de uma verdadeira caridade. Vós sois administradores, pois o unido dono de tudo é o Senhor” Querida irmã Abadessa Madre Paula agradeço de todo coração este generoso convite e maravilhosa recepção que sempre nos impressiona com tudo aquilo que é próprio do espírito beneditino; uma simplicidade que nos causa forte impressão reflexo da simplicidade de Deus que é sempre “admirável através dos seus santos”. Amém.

Entrada do Mosteiro
Capela do Mosteiro
Diante do altar os paramentos do sacerdote, que paramentou diante dos fiéis 


Entrada das religiosas




Entrada e paramentação do Arquimandrita João; a seguir momentos da Divina Liturgia.




Início da Pequena Entrada (Procissão com Santo Evangelho)


Leitura da Epístola



Proclamação do Santo Evangelho







Início da Grande Entrada (procissão com os dons)













Abadessa Madre Paula











No final da Divina Liturgia houve as orações para a deposição dos paramentos.


Arquimandrita João saúda Madre Paula

Capela do Santíssimo Sacramento

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