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sexta-feira, 8 de abril de 2011

QUINTO DOMINGO DA GRANDE QUARESMA


Santa Maria do Egito viveu em meados do V século e começo do VI. A sua juventude não era nada promissora. Ela tinha somente 12 anos, quando saiu de sua casa em Alexandria, e ficando livre do controle dos pais, jovem e inexperiente como era se envolveu com a vida devassa. Não havia ninguém quem podia detê-la e tinha muitos sedutores e muitas tentações em volta dela. Assim, ela passou 17 anos nesta vida que leva à perdição, até que Deus misericordioso providenciou a sua penitencia. Aconteceu isto assim: Por força das circunstancias, Maria se juntou a um grupo de peregrinos, que estavam se dirigindo para a Terra Santa. Durante a viagem no navio, a Maria não parava de seduzir os romeiros e a pecar. Ao chegar a Jerusalém, ela se juntou a um grupo de pessoas que iam para a igreja de Ressurreição. Todos os homens entravam livremente na igreja, porém a Maria foi parada por uma mão invisível e não conseguia entrar de jeito algum. Aí ela compreendeu, que Deus não deixa entrar num lugar santo por causa da sua devassidão. Ela ficou possuída de um grande temor e de um grande desejo de penitencia, e começou a pedir a Deus o perdão dos pecados, prometendo se regenerar. Ela viu logo na entrada o ícone de Nossa Senhora e começou a pedi-La interceder por ela perante Deus. Logo ela sentiu um grande alívio e entrou livremente na igreja. Chorando muito no Santo Sepulcro, ela saiu da igreja completamente transformada. Maria cumpriu a sua promessa de mudar a sua vida. Ela se retirou de Jerusalém para o deserto de Jordão e lá viveu quase meio século em solidão, rezando e jejuando. Assim, com estes atos de penitencia ela se livrou completamente de todo desejo pecaminoso e purificou o seu coração para que este se transformasse num templo do Espírito Santo. O ancião Zózimo, no mosteiro do Profeta João o Precursor, por providência de Deus, encontrou a santa Maria no deserto, quando esta já era uma anciã. Ele foi maravilhado com sua santidade e seu dom de prever as coisas. Uma vez ele viu Maria quando durante a oração ela se levantou acima da terra, levitando e, outra vez, quando ela atravessava o rio Jordão como uma terra firme. Na despedida do velho Zózimo, Maria pediu-lhe que ele voltasse dentro de um ano, para dar-lhe a comunhão. Zózimo voltou para o deserto conforme combinado e lhe deu a Santa Comunhão. Depois, após um ano voltando mais uma vez ele a encontrou morta. O velho Zózimo enterrou as santas relíquias lá mesmo no deserto e na sua tarefa lhe ajudou um leão, que com as suas garras cavou a cova para o sepultamento do corpo da justa. Santa Maria faleceu em 521. Assim, de uma grande pecadora, a santa Maria se transformou, com a ajuda de Deus, numa grande justa, numa das maiores santas e nos deixou um grande exemplo de penitencia. Ela é lembrada pela igreja em 1º de abril e no 5º domingo da Quaresma.
TROPÁRIO:
Fugindo da penumbra do pecado,
e iluminando o teu coração com a luz de penitencia,
chegaste, ó Maria gloriosa, ao Cristo.
Trouxeste contigo a sua Santíssima e Puríssima Virgem Mãe,
como a tua intercessora misericordiosa.
Assim, recebeste o perdão dos pecados
e te alegras agora com os anjos na eternidade.

No Quinto Domingo da Grande Quaresma, comemoramos nossa Mãe Venerável, Maria, a egípcia.

Este ex-prostituta que buscou a reconciliação com Cristo em lágrimas e se tornou uma andarilha do deserto, a fim de viver o seu arrependimento, é o exemplo por excelência, do pecador arrependido.

Sua história é comovente, e muito motivadora para quem está arrependido e continua a carregar o fardo do pecado.

A Igreja, no seu espírito cheio de sabedoria, coloca a memória de Santa Maria do Egito no último domingo da Grande Quaresma, para nos convidar a terminar a corrida e alcançar a meta de arrependimento sincero .

Se realmente fizemos alguns esforços sérios durante a Grande Quaresma, então nós esperamos ter alcançado o ponto de arrependimento que nos levará ao Sagrado Mistério da Confissão, antes da celebração da Paixão do Senhor e Ressurreição.

 Padre Anthony Evangelatos.

Devemos lembrar que o arrependimento e a confissão são componentes chave da vida espiritual, pois sem eles não há verdadeira vida espiritual, mas apenas tentativas escassas, na melhor das hipóteses.


Assim, a Grande Quaresma chega ao fim na semana após o Domingo de Santa Maria do Egito.


Especificamente, a Quaresma termina na sexta-feira seguinte à leitura da hora nona, imediatamente antes das Vésperas de São Lázaro, incluído no serviço dos Dons Pre Santificados.


Muitos dos nossos fiéis não percebem que o jejum de quarenta dias termina nesta sexta-feira em particular, e que a Semana Santa é separada da Grande Quaresma, e que nesta semana, temos o cumprimento de um jejum ainda mais rigoroso e solene, em comemoração dos últimos dias de nosso Senhor na terra .


Isso é importante saber, porque o foco da Grande Quaresma e o da Semana Santa são diferentes.


A Grande Quaresma é um tempo para reflexão pessoal e profunda. Todo o espírito do jejum de quarenta dias, é o de uma viagem espiritual intensa que nos traz de volta a Deus através de nossos esforços espirituais, a fim de sermos devidamente preparados para a Santa Páscoa, a maior de todas as festas.


Em contrapartida, a Semana Santa é totalmente voltada para o Senhor e Sua paixão e sepultamento, portanto, dias de rigoroso jejum.


Na Semana Santa, seguimos o Senhor durante seus últimos dias, e ouvimos seus ensinamentos finais e advertências sobre o Reino dos Céus e Sua segunda vinda gloriosa na terra para o julgamento final.


Como todos nós sabemos e experimentamos a cada ano, a escuridão da Semana Santa gradualmente dá lugar ao brilho e alegria da Ressurreição. Esta mudança é mais profundamente exemplificada no Orthros do Sábado Santo, popularmente conhecido como o Epitaphio da lamentação, celebrado na Sexta-Feira Santa.


Amados em Cristo, a nossa Igreja  está no seu melhor absoluto, por assim dizer, durante a Grande Quaresma e especialmente na Semana Santa.


Isso não quer dizer que exista algo de inferior Nela no restante do ano litúrgico, que, na realidade, é um reflexo da Santa Páscoa, que dá luz e vida a tudo que fazemos na Igreja.


É precisamente por causa da magnitude da festa da Páscoa, que tal beleza litúrgica experimentada através da hinografia e das celebrações é apresentada aos fiéis para a sua edificação espiritual.


Que todos nós possamos tirar proveito do que resta da Grande Quaresma, e, portanto, estarmos preparados para entrar na Grande Semana Santa com grande expectativa e amor por Cristo Esposo.


Este deve ser o destaque do ano para cada cristão católico que realmente ama a Igreja.


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