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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cardeal Sandri convida a redescobrir contribuição dos cristãos católicos melquitas

Uma Igreja de língua árabe em comunhão com o Papa

CÓRDOBA (Argentina), quarta-feira, 1° de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Temos de redescobrir a contribuição que a igreja melquita está chamada a oferecer, particularmente por ocasião do Sínodo do Oriente Médio, que será realizado no Vaticano em outubro: este é o conselho deixado pelo cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, aos bispos melquitas católicos da diáspora presentes na Argentina.(Recordemos aqui que o cardeal é argentino e estando por lá a passeio e por acaso passou onde nossos bispos estavam reunidos para a VII Assembléia dos Bispos Melquitas, que trabalham fora do Oriente; quanto as tais contribuições da Igreja Melquita a serem redescobertas, bastam lembrar daquelas que foram feitas a pouco mais de quarenta anos no Concílio Vaticano II, quando presentes nosso Patriarca Máximos V e dois bispos melquitas fizeram por toda Igreja especialmente pela Igreja latina o que quase dois mil bispos latinos não fizeram para preservar alguns aspectos da Catolicidade da Igreja)  O convite foi feito na Celebração Eucarística que aconteceu dia 31 de agosto em Córdoba, com a presença do Patriarca da Antioquia dos greco-melquitas, Sua Beatitude Gregorios III Laham; Dom Abdo Arbach, exarca apostólico dos melquitas da Argentina; e do arcebispo de Córdoba, Dom Carlos José Náñez.
A Igreja greco-católica melquita, é uma igreja oriental católica de rito bizantino (em sua variante grega), ou seja, é uma igreja particular (sui iuris) da Igreja Católica que goza de autonomia e está em plena comunhão com o Papa.( Muitos bispos e padres latinos e consequentemente uma boa parcela dos fiéis se por ignorância ou ciúme, não sei; mas para estes tudo o que não é latino não é católico)  
(Santo Padre Bento XVI e os Patriarcas Orientais Católicos; o único com o bastão é o nosso Patriarca  Melquita Gregório III)  
A Igreja melquita teve sua origem no Oriente Médio, mas hoje os católicos melquitas se dispersam também por outros continentes e são atualmente cerca de 1,5 milhão de fiéis de língua árabe. A sede do patriarca se encontra em Damasco.
O cardeal destacou que a unidade parte sempre de Cristo, mas "exige nossa pessoal conversão para a unidade. A conversão à comunhão é uma cruz cotidiana que temos de carregar para que a Igreja seja fermento da unidade para todo o gênero humano.
Após recordar que falta pouco mais de um mês para a abertura do Sínodo, o cardeal prefeito destacou que os melquitas católicos "estão muito radicados no mundo oriental, mas também ‘tradicionalmente' unidos à Sé de Pedro, à qual reconhecem a responsabilidade que lhes propicia: a da comunhão".
O purpurado convidou os bispos melquitas católicos a manterem viva a fisionomia da Igreja na diáspora, a fim de que não esqueçam de suas raízes espirituais. "Penso no esforço espiritual que foi pedido - disse - para manter a segunda e terceira geração melquita na América com autêntica identidade oriental, especialmente no âmbito da liturgia, sem deixar de adotar, ao mesmo tempo, a necessária abertura ao novo contexto eclesial e social.E por isso é urgente a renovação das pastorais familiar, juvenil e vocacional, ainda no seio de vossa Igreja." ( Estas palavras do cardeal seriam providenciais se não fossem uma lenda. No mais ele deveria voltar a Argentina e dizer isso aos bispos reunidos na próxima Assembléia do Episcopado.   Como manter esta tradição se a maioria dos fiéis melquitas mesmo onde há uma hierarquia constituída como aqui em juiz de Fora-MG, foram assumidos pela Igreja latina, que não tem nenhum critério para discernir quem é melquita de quem não é, e os receberam para o batismo e casamento, sem lhes apresentar o rito e a paróquia que lhes são próprios. Agora se eu casar ou batizar um fiel latino veja o que pode acontecer: em tão pouco tempo meu corpinho é devorado pelas chamas da nova Inquisição. Os daqui foram para lá, mas a incoerência é tão grande que os de lá não podem vir para cá.  Quanto a pastoral vocacional, os candidatos ao sacerdócio ou a vida monástica não se deram conta de que neste país do Carnaval o sucesso está em unir enrredo e fantasia. A grosso modo comparando explico: muitos olham para os nossos paramentos, a beleza da Liturgia e se entusiamam, mas na hora de estudar, conhecer e viver de acordo com as exigências da nossa rígida formação espiritual e acadêmica com mentalidade e estilo de vida próprio dos orientais; ninguém quer. Por dezoito anos digo isso como autoridade na causa: o primeiro padre brasileiro a ser ordenado na Igreja Greco Melquita Católica)      
O purpurado destacou a fraternidade com a qual o povo e a Igreja na Argentina receberam os melquitas católicos presentes no país. A solidariedade demonstrada pelos fiéis é indispensável para construir um futuro de esperança para quem abandonou a pátria em busca de segurança e dignidade material e espiritual. "Os desafios de nosso tempo - afirmou o cardeal - necessitam da solidariedade de todos os componentes da comunidade católica e dos outros cristãos, como também das outras religiões, para incidir no tecido social, que experimenta mudanças tão evidentes na própria pátria argentina." ( Inverdade cardinalícia, pra não usar a palavra mentira. Os bispos latinos da Argentina fizeram os diabos para que naquele país não fosse criada uma Eparquia (diocese) melquita e só depois de quase um século de presença melquita permitiram que nossos fiéis fossem assistidos por um  bispo (exarca apostólico) e dois padres.)
"Não quero aprofundar neste âmbito particularmente delicado - reconheceu. Mas não posso deixar de pedir à Igreja melquita e aos orientais católicos, tão convencidos do bem supremo constituído pela família - primeira célula da sociedade e da Igreja -, que continuem dando um suporte eficaz para que ela seja respeitada e para que a união do homem e da mulher, com o vínculo sagrado do matrimônio sacramental, seja defendido, especialmente quando é ferido gravemente."
O Cardeal Sandri concluiu recordando à Igreja melquita católica a vocação de se manter como ponte de comunhão entre o Oriente e o Ocidente. ( Para isso acontecer e ser de fato um bem para toda Igreja Católica, seria necessário que nos Seminários e Faculdades de Teologia se instituísse uma disciplina própria para estudar as Igreja Orientais Católicas e seus respectivos ritos, discíplina canônica e espiritualidade. Do contrário são palavras jogadas ao vento)
A oração pelo Oriente Médio e pelo sínodo foi também pedida em Altagracia, na paróquia de Nossa Senhora das Dores, onde foi celebrada a tradicional festa de Santa Rosa de Lima.

Os grifos são de minha autoria.

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