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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

 ANO DA MISERICÓRDIA


... o Pai das Misericórdias... (2 Cor, 1,3)
Bendito sejais Vós, Senhor, Pai que estais nos céus, porque na vossa infinita misericórdia quisestes curvar-Vos sobre a miséria do homem e nos destes Jesus, vosso Filho, nascido de mulher, nosso salvador e amigo, irmão e redentor. Obrigado, Pai bondoso, pelo dom do Ano Jubilar; fazei com que seja um tempo favorável, o ano do grande retorno à casa paterna, onde Vós, cheio de amor, esperais os filhos extraviados para lhes dar o abraço do perdão e os acolher à Vossa mesa, vestidos com roupas de festa,
A Vós, Pai, nosso eterno louvor!
Clementíssimo Pai, fazei com que no Ano Santo se fortaleça nosso amor por Vós e pelo próximo: que os discípulos de Cristo promovam a justiça e a paz; aos pobres seja anunciada a Boa Nova e a Igreja-Mãe faça sentir seu amor de predileção pelos pequeninos e pelos marginalizados.
A Vós, Pai, nosso eterno louvor!
Pai justo, fazei com este Jubileu seja ocasião propícia para que todos os católicos voltem a descobrir a alegria de viver na escuta da vossa palavra e no abandono à vossa vontade; que experimentem o valor da comunhão fraterna, partindo juntos o pão e louvando-Vos com hinos e cânticos espirituais.
A Vós, Pai, nosso eterno louvor!
Pai, rico em misericórdia, o Santo Jubileu seja tempo de abertura, de diálogo e de encontro com todos os que crêem em Cristo e com os membros de outras religiões: no vosso imenso amor, mostrai generosamente a todos a vossa misericórdia.
A Vós, Pai, nosso eterno louvor!
Deus, Pai onipotente, fazei com que todos os vossos filhos sintam que no seu caminhar para Vós, meta última do homem, os acompanha cheia de bondade a Virgem Maria, ícone do amor puro, por Vós escolhida para ser mãe de Cristo e da Igreja.
A Vós, Pai, nosso eterno louvor!
A Vós Pai da vida, princípio sem princípio, suma bondade e luz eterna, com o Filho e o Espírito Santo, honra e glória, louvor e gratidão, pelos séculos sem fim, Amém.

(Oração composta por S. João Paulo II, por ocasião do Ano Santo de 2000 anos da Natividade, segundo a carne, do Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, segundo o Arquimandrita João, seu conteúdo atual pode ser aplicado ao  Jubileu da Misericórdia)


Nesta terça-feira, 08 de dezembro, Festa da Imaculada Conceição de Maria, o Papa Francisco celebrou a Santa Missa na Basílica de São Pedro e abriu a Porta Santa, dando início ao Jubileu Extraordinário da Misericórdia.  Eis a homilia na íntegra:
Daqui a pouco, terei a alegria de abrir a Porta Santa da Misericórdia. Este gesto, como fiz em Bangui, simples mas altamente simbólico, realizamo-lo à luz da Palavra de Deus escutada que põe em evidência a primazia da graça. Na verdade, o tema que mais vezes aflora nestas Leituras remete para aquela frase que o anjo Gabriel dirigiu a uma jovem mulher, surpresa e turbada, indicando o mistério que a iria envolver: «Salve, ó cheia de graça» (Lc 1, 28).
Antes de mais nada, a Virgem Maria é convidada a alegrar-Se com aquilo que o Senhor realizou n’Ela. A graça de Deus envolveu-A, tornando-A digna de ser mãe de Cristo. Quando Gabriel entra na sua casa, até o mistério mais profundo, que ultrapassa toda e qualquer capacidade da razão, se torna para Ela motivo de alegria, motivo de fé, motivo de abandono à palavra que Lhe é revelada. A plenitude da graça é capaz de transformar o coração, permitindo-lhe realizar um ato tão grande que muda a história da humanidade.
A festa da Imaculada Conceição exprime a grandeza do amor divino. Deus não é apenas Aquele que perdoa o pecado, mas, em Maria, chega até a evitar a culpa original, que todo o homem traz consigo ao entrar neste mundo. É o amor de Deus que evita, antecipa e salva. O início da história do pecado no Jardim do Éden encontra solução no projecto de um amor que salva. As palavras do Gênesis levam-nos à experiência diária que descobrimos na nossa existência pessoal. Há sempre a tentação da desobediência, que se exprime no desejo de projetar a nossa vida independentemente da vontade de Deus. Esta é a inimizade que ameaça continuamente a vida dos homens, tentando contrapô-los ao desígnio de Deus. E todavia a própria história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa. O pecado só se entende sob esta luz. Se tudo permanecesse ligado ao pecado, seríamos os mais desesperados entre as criaturas. Mas não! A promessa da vitória do amor de Cristo encerra tudo na misericórdia do Pai. Sobre isto, não deixa qualquer dúvida a palavra de Deus que ouvimos. Diante de nós, temos a Virgem Imaculada como testemunha privilegiada desta promessa e do seu cumprimento.
Também este Ano Extraordinário é dom de graça. Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, Ele que nos vem ao encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia. Que grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor, diversamente, que são perdoados pela sua misericórdia (cf. Santo Agostinho, De praedestinatione sanctorum 12, 24)! E assim é verdadeiramente. Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia. Por isso, oxalá o cruzamento da Porta Santa nos faça sentir participantes deste mistério de amor, de ternura. Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma.
Hoje, aqui em Roma e em todas as dioceses do mundo, ao cruzar a Porta Santa, queremos também recordar outra porta que, há cinquenta anos, os Padres do Concílio Vaticano II escancararam ao mundo. Esta efeméride não pode lembrar apenas a riqueza dos documentos emanados, que permitem verificar até aos nossos dias o grande progresso que se realizou na fé. Mas o Concílio foi também, e primariamente, um encontro; um verdadeiro encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo. Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário. Era a retomada de um percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive: na sua cidade, na sua casa, no local de trabalho... em qualquer lugar onde houver uma pessoa, a Igreja é chamada a ir lá ter com ela, para lhe levar a alegria do Evangelho e levar a Misericórdia e o perdão de Deus. Trata-se, pois, de um impulso missionário que, depois destas décadas, retomamos com a mesma força e o mesmo entusiasmo. O Jubileu exorta-nos a esta abertura e obriga-nos a não transcurar o espírito que surgiu do Vaticano II, o do Samaritano, como recordou o Beato Paulo VI na conclusão do Concílio. Atravessar hoje a Porta Santa compromete-nos a adotar a misericórdia do bom samaritano.




Um antigo ícone de Nossa Senhora Porta da Misericórdia, do Santuário greco-católico da Transfiguração do Senhor, de Jaroslaw, sudeste da Polônia, acompanhará o rito de abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. A imagem foi designada como ícone do Ano Santo da Igreja greco-católica ucraniana.
Segundo o Embaixador da Polônia junto à Santa Sé, Piotr Nowina, ao tomar conhecimento da imagem sacra na última sexta-feira, 4, através do Pregador da Casa Pontifície, Frei Raniero Cantalamessa, o Papa Francisco expressou o desejo de tê-la presente na cerimônia de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.
Havia, no entanto, o temor de que a imagem não chegasse a tempo para a cerimônia. Com a intervenção do embaixador polonês junto às autoridades polonesas e da Igreja Greco-católica, foi possível adiantar todos os trâmites legais necessários. Assim, no domingo, 6, a imagem saiu da Polônia, devendo estar presente na celebração da terça-feira.

A imagem venerada pelos católicos de rito bizantino foi pintada em 1640. Em 1779 foi reconhecida como “milagrosa” pelo Papa Pio VI e em 1996 o enviado papal, Achille Silvestrini, colocou nela uma coroa enviada por João Paulo II. 

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