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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015


PEREGRINAÇÃO NA TERRA SANTA E TURQUIA

Em Jerusalém, visita a Igreja do Túmulo vazio da Mãe de Deus 




 
 

 No Cenáculo: local da Ceia Mística e Pentecostes
   Em Belém: Gruta Natividade e Gruta do Leite















 







 VISITA A GRUTA DA ANUNCIAÇÃO EM NAZARÉ E NA CASA DE SÃO JOSÉ














EM CANÁ DA GALILÉIA OS CASAIS FIZERAM A RENOVAÇÃO DO MATRIMÔNIO




SANTA MISSA NO MONTE TABOR
















 FREI ALBERTO, BRASILEIRO FRANCISCANO QUE TRABALHA NA BASÍLICA DO MONTE TABOR
VISITA A CAPELA DA ASCENSÃO ONDE ESTA A PEDRA COM AS MARCAS SOS PÉS DE NOSSO SENHOR




 ESSE BICHANO FIGURA NAS FOTOS DA PEREGRINAÇÃO DO ANO PASSADO...ESTAVA MAIS NUTRIDO...
 NAS GRUTAS DO PATER NOSTER


VISTA DE JERUSALÉM DESDE O DOMUS FLEVITI ONDE ACONTECEU A SANTA MISSA




























 VISITA A CIDADE DE JOPE ATOS DOS APÓSTOLOS CAP. 9,35SS







 NOSSO MARAVILHOSO GUIA MOSHE (MOISÉS)

 PORTO DE JOPE, JONAS 1,3 

SANTA MISSA NO MONTE CARMELO  




 EMOCIONANTE ENCONTRO NA CIDADE DE EILABOUN DO ARQUIMANDRITA JOÃO COM DOM PIERRE MOUALLEM, ARCEBISPO EMÉRITO DE HAIFA E GALILÉIA QUE ORDENOU DIÁCONO E SACERDOTE O ARQUIMANDRITA JOÃO EM 1994










 NA PEQUENA LOCALIDADE VISITAMOS OS TÚMULOS DOS SEUS PAIS;
DOM PIERRE É NETO E FILHO DE PADRES DA NOSSA IGREJA PATRIACAL GRECO MELQUITA CATÓLICA




 DOM PIERRE CAMINHANDO EM DIREÇÃO A IGREJA ONDE SEU AVÔ E SEU PAI FORAM SACERDOTES, ONDE ELE FOI BATIZADO



 SOB O ALTAR A COMUNIDADE PREPAROU UM TÚMULO PARA SEU ILUSTRE FILHO






SANTA MISSA REALIZADA NO BARCO DURANTE A TRAVESSIA DO MAR DA GALILÉIA








































CRISTO RESSUSCITOU!!!

13 DE MAIO

"CAMINHADA COM MARIA"

Evento realizado em nossa Paróquia: Oração do Terço 

na Praça e Divina Liturgia.

Evento realizado pelas "EQUIPES DE NOSSA 

SENHORA"

Movimento de Espiritualidade Conjugal













































DE 14 A 29 DE MAIO
  ESTAREMOS EM PEREGRINAÇÃO NA TERRA SANTA E TURQUIA

COM A CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA PELO ARQUIMANDRITA JOÃO NOS SEGUINTES LUGARES:
Monte Tabor
Monte Carmelo
Durante a travessia no Lago da Galiléia
Domus Flevit- Jerusalém
Santo Sepulcro-Jerusalém
Casa de Nossa Senhora em Éfeso-Turquia
Na Igreja de São Jorge nas grutas da Capadócia-Turquia



NESTA QUARTA FEIRA DIA 29 DE ABRIL ACONTECEU EM NOSSA SEDE EPARQUIAL NA CATEDRAL NOSSA SENHORA DO PARAÍSO EM SÃO PAULO-SP A PRIMEIRA REUNIÃO DO NOSSO CLERO GRECO MELQUITA CATÓLICO NO BRASIL COM O NOVO EPARCA DOM JOSEPH GEBARA 
O ENCONTRO QUE TRANSCORREU NUM CLIMA DE FRATERNIDADE E CELEBRAÇÃO FOI CONCLUÍDO COM A DIVINA LITURGIA E ALMOÇO.
PRESIDIDO PELO NOSSO BISPO DOM JOSÉ ESTAVAM PRESENTES: O NOSSO VIGÁRIO GERAL ARQUIMANDRITA JOAQUIM, OS PÁROCOS DA CATEDRAL PE. ZIAD E PE SOUHAIL. ARQUIMANDRITA PHILIPE (FORTALEZA-CE), ARQUIMANDRITA JOÃO (JUIZ DE FORA-MG), PE. DIMITRIUS (TAUBATÉ-SP), PE. NECTARIOS (LINS-SP), PE. GEORGES MASIH (BELO HORIZONTE-MG), PE. FLÁVIO (COM. PATER NOSTER), DIÁCONOS TANUS NEMER E ANTONIO CARLOS (SÃO PAULO-SP). A ÚNICA AUSÊNCIA SENTIDA FOI DO ARQUIMANDRITA JORGE (RIO DE JANEIRO-RJ) 







A fiel Jerusalém 
canta um hino triunfal, 
celebrando, jubilosa, 
Jesus Cristo, a Luz pascal. 
A serpente é esmagada 
pelo Cristo, leão forte, 
que ressurge e chama à vida 
os cativos pela morte. 
Ele vence, refulgindo 
de grandeza e majestade. 
Ele faz de céus e terra 
uma pátria de unidade. 
Nosso canto suplicante 
pede ao Rei ressuscitado 
que receba no seu Reino 
o seu povo consagrado. 
Ó Jesus, do vosso povo 
sede o júbilo pascal. 
Dai aos novos pela graça 
a vitória triunfal. 
Glória a vós, Jesus invicto, 
sobre a morte triunfante. 
Com o Pai e o Santo Espírito 
sois luz nova e radiante.

DIA 23 DE ABRIL
FESTA DO NOSSO PADROEIRO O GLORIOSO 
MÁRTIR SÃO JORGE
Missas ás 07:00 - 09:00- 10:00 - 12:00 - 13:00 - 15:00 - 17:00 e 19:00 horas































































































































































































Feliz Aniversário!!!
S.S. o Papa Emérito Bento XVI celebra hoje dia 16 de abril 88 anos do seu natalício. 
Papa Bento celebra os 88 anos no melhor estilo bávaro (Foto: L'Osservatore Romano/Pool Photo via AP)

Dia 12 de abril- Domingo de São Tomé

Ó Cristo Deus, Tomé pôs sua mão incrédula 
no vosso lado que dá a vida, pois, quando entrastes, estando as portas fechadas, ele aclamou com os outros discípulos: És meu senhor e meu Deus!
Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia

Misericordiae Vultus
Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia
Francisco
Bispo de Roma
Servo dos Servos de Deus
A quantos lerem esta carta
graça, misericórdia e paz
1. Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, « rico em misericórdia » (Ef 2, 4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como « Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade » (Ex 34, 6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina. Na « plenitude do tempo » (Gl 4, 4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa,[1]Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus.
2. Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.
3. Há momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai. Foi por isso que proclamei um Jubileu Extraordinário da Misericórdia como tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes.
O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. Esta festa litúrgica indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa história. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1, 4), para que Se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. Na festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança.
No domingo seguinte, o Terceiro Domingo de Advento, abrir-se-á a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão. E em seguida será aberta a Porta Santa nas outras Basílicas Papais. Estabeleço que no mesmo domingo, em cada Igreja particular – na Catedral, que é a Igreja-Mãe para todos os fiéis, ou na Concatedral ou então numa Igreja de significado especial – se abra igualmente, durante todo o Ano Santo, uma Porta da Misericórdia. Por opção do Ordinário, a mesma poderá ser aberta também nos Santuários, meta de muitos peregrinos que frequentemente, nestes lugares sagrados, se sentem tocados no coração pela graça e encontram o caminho da conversão. Assim, cada Igreja particular estará diretamente envolvida na vivência deste Ano Santo como um momento extraordinário de graça e renovação espiritual. Portanto o Jubileu será celebrado, quer em Roma quer nas Igrejas particulares, como sinal visível da comunhão da Igreja inteira.
4. Escolhi a data de 8 de Dezembro, porque é cheia de significado na história recente da Igreja. Com efeito, abrirei a Porta Santa no cinquentenário da conclusão do Concílio Ecuménico Vaticano II. A Igreja sente a necessidade de manter vivo aquele acontecimento. Começava então, para ela, um percurso novo da sua história. Os Padres, reunidos no Concílio, tinham sentido forte, como um verdadeiro sopro do Espírito, a exigência de falar de Deus aos homens do seu tempo de modo mais compreensível. Derrubadas as muralhas que, por demasiado tempo, tinham encerrado a Igreja numa cidadela privilegiada, chegara o tempo de anunciar o Evangelho de maneira nova. Uma nova etapa na evangelização de sempre. Um novo compromisso para todos os cristãos de testemunharem, com mais entusiasmo e convicção, a sua fé. A Igreja sentia a responsabilidade de ser, no mundo, o sinal vivo do amor do Pai.
Voltam à mente aquelas palavras, cheias de significado, que São João XXIII pronunciou na abertura do Concílio para indicar a senda a seguir: « Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade. (…) A Igreja Católica, levantando por meio deste Concílio Ecuménico o facho da verdade religiosa, deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos dela separados ».[2] E, no mesmo horizonte, havia de colocar-se o Beato Paulo VI, que assim falou na conclusão do Concílio: « Desejamos notar que a religião do nosso Concílio foi, antes de mais, a caridade. (...) Aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio. (…) Uma corrente de interesse e admiração saiu do Concílio sobre o mundo atual. Rejeitaram-se os erros, como a própria caridade e verdade exigiam, mas os homens, salvaguardado sempre o preceito do respeito e do amor, foram apenas advertidos do erro. Assim se fez, para que, em vez de diagnósticos desalentadores, se dessem remédios cheios de esperança; para que o Concílio falasse ao mundo actual não com presságios funestos mas com mensagens de esperança e palavras de confiança. Não só respeitou mas também honrou os valores humanos, apoiou todas as suas iniciativas e, depois de os purificar, aprovou todos os seus esforços. (…) Uma outra coisa, julgamos digna de consideração. Toda esta riqueza doutrinal orienta-se apenas a isto: servir o homem, em todas as circunstâncias da sua vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades ».[3]
Com estes sentimentos de gratidão pelo que a Igreja recebeu e de responsabilidade quanto à tarefa que nos espera, atravessaremos a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação. O Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a obra de salvação realizada por Cristo, seja guia e apoio do povo de Deus a fim de o ajudar a contemplar o rosto da misericórdia. [4]
5. O Ano Jubilar terminará na solenidade litúrgica de Jesus Cristo, Rei do Universo, 20 de Novembro de 2016. Naquele dia, ao fechar a Porta Santa, animar-nos-ão, antes de tudo, sentimentos de gratidão e agradecimento à Santíssima Trindade por nos ter concedido este tempo extraordinário de graça. Confiaremos a vida da Igreja, a humanidade inteira e o universo imenso à Realeza de Cristo, para que derrame a sua misericórdia, como o orvalho da manhã, para a construção duma história fecunda com o compromisso de todos no futuro próximo. Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós.
6. « É próprio de Deus usar de misericórdia e, nisto, se manifesta de modo especial a sua omnipotência ».[5] Estas palavras de São Tomás de Aquino mostram como a misericórdia divina não seja, de modo algum, um sinal de fraqueza, mas antes a qualidade da omnipotência de Deus. É por isso que a liturgia, numa das suas colectas mais antigas, convida a rezar assim: « Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis…»[6] Deus permanecerá para sempre na história da humanidade como Aquele que está presente, Aquele que é próximo, providente, santo e misericordioso.
« Paciente e misericordioso » é o binómio que aparece, frequentemente, no Antigo Testamento para descrever a natureza de Deus. O facto de Ele ser misericordioso encontra um reflexo concreto em muitas ações da história da salvação, onde a sua bondade prevalece sobre o castigo e a destruição. Os Salmos, em particular, fazem sobressair esta grandeza do agir divino: « É Ele quem perdoa as tuas culpas e cura todas as tuas enfermidades. É Ele quem resgata a tua vida do túmulo e te enche de graça e ternura » (103/102, 3-4). E outro Salmo atesta, de forma ainda mais explícita, os sinais concretos da misericórdia: « O Senhor liberta os prisioneiros. O Senhor dá vista aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama o homem justo. O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva, mas entrava o caminho aos pecadores » (146/145, 7-9). E, para terminar, aqui estão outras expressões do Salmista: « [O Senhor] cura os de coração atribulado e trata-lhes as feridas. (...) O Senhor ampara os humildes, mas abate os malfeitores até ao chão » (147/146, 3.6). Em suma, a misericórdia de Deus não é uma ideia abstracta mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até ao mais íntimo das suas vísceras. É verdadeiramente caso para dizer que se trata de um amor « visceral ». Provém do íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão.
7. « Eterna é a sua misericórdia »: tal é o refrão que aparece em cada versículo do Salmo 136, ao mesmo tempo que se narra a história da revelação de Deus. Em virtude da misericórdia, todos os acontecimentos do Antigo Testamento aparecem cheios dum valor salvífico profundo. A misericórdia torna a história de Deus com Israel uma história da salvação. O facto de repetir continuamente « eterna é a sua misericórdia », como faz o Salmo, parece querer romper o círculo do espaço e do tempo para inserir tudo no mistério eterno do amor. É como se se quisesse dizer que o homem, não só na história mas também pela eternidade, estará sempre sob o olhar misericordioso do Pai. Não é por acaso que o povo de Israel tenha querido inserir este Salmo – o « grande hallel », como lhe chamam – nas festas litúrgicas mais importantes.
Antes da Paixão, Jesus rezou ao Pai com este Salmo da misericórdia. Assim o atesta o evangelista Mateus quando afirma que « depois de cantarem os salmos » (26, 30), Jesus e os discípulos saíram para o Monte das Oliveiras. Enquanto instituía a Eucaristia, como memorial perpétuo d’Ele e da sua Páscoa, Jesus colocava simbolicamente este ato supremo da Revelação sob a luz da misericórdia. No mesmo horizonte da misericórdia, viveu Ele a sua paixão e morte, ciente do grande mistério de amor que se realizaria na cruz. O facto de saber que o próprio Jesus rezou com este Salmo torna-o, para nós cristãos, ainda mais importante e compromete-nos a assumir o refrão na nossa oração de louvor diária: « eterna é a sua misericórdia ».
8. Com o olhar fixo em Jesus e no seu rosto misericordioso, podemos individuar o amor da Santíssima Trindade. A missão, que Jesus recebeu do Pai, foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. « Deus é amor » (1 Jo 4, 8.16): afirma-o, pela primeira e única vez em toda a Escritura, o evangelista João. Agora este amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. A sua pessoa não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. O seu relacionamento com as pessoas, que se abeiram d’Ele, manifesta algo de único e irrepetível. Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia. Tudo n’Ele fala de misericórdia. N’Ele, nada há que seja desprovido de compaixão.
Vendo que a multidão de pessoas que O seguia estava cansada e abatida, Jesus sentiu, no fundo do coração, uma intensa compaixão por elas (cf. Mt 9, 36). Em virtude deste amor compassivo, curou os doentes que Lhe foram apresentados (cf. Mt 14, 14) e, com poucos pães e peixes, saciou grandes multidões (cf. Mt 15, 37). Em todas as circunstâncias, o que movia Jesus era apenas a misericórdia, com a qual lia no coração dos seus interlocutores e dava resposta às necessidades mais autênticas que tinham. Quando encontrou a viúva de Naim que levava o seu único filho a sepultar, sentiu grande compaixão pela dor imensa daquela mãe em lágrimas e entregou-lhe de novo o filho, ressuscitando-o da morte (cf. Lc 7, 15). Depois de ter libertado o endemoninhado de Gerasa, confia-lhe esta missão: « Conta tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti » (Mc 5, 19). A própria vocação de Mateus se insere no horizonte da misericórdia. Ao passar diante do posto de cobrança dos impostos, os olhos de Jesus fixaram-se nos de Mateus. Era um olhar cheio de misericórdia que perdoava os pecados daquele homem e, vencendo as resistências dos outros discípulos, escolheu-o, a ele pecador e publicano, para se tornar um dos Doze. São Beda o Venerável, ao comentar esta cena do Evangelho, escreveu que Jesus olhou Mateus com amor misericordioso e escolheu-o: miserando atque eligendo.[7] Sempre me causou impressão esta frase, a ponto de a tomar para meu lema.
9. Nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a dum Pai que nunca se dá por vencido enquanto não tiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão e a misericórdia. Conhecemos estas parábolas, três em especial: as da ovelha extraviada e da moeda perdida, e a do pai com os seus dois filhos (cf. Lc 15, 1-32). Nestas parábolas, Deus é apresentado sempre cheio de alegria, sobretudo quando perdoa. Nelas, encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão.
Temos depois outra parábola da qual tiramos uma lição para o nosso estilo de vida cristã. Interpelado pela pergunta de Pedro sobre quantas vezes fosse necessário perdoar, Jesus respondeu: « Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete » (Mt 18, 22) e contou a parábola do « servo sem compaixão ». Este, convidado pelo senhor a devolver uma grande quantia, suplica-lhe de joelhos e o senhor perdoa-lhe a dívida. Mas, imediatamente depois, encontra outro servo como ele, que lhe devia poucos centésimos; este suplica-lhe de joelhos que tenha piedade, mas aquele recusa-se e fá-lo meter na prisão. Então o senhor, tendo sabido do facto, zanga-se muito e, convocando aquele servo, diz-lhe: « Não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti? » (Mt 18, 33). E Jesus concluiu: « Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração » (Mt 18, 35).
A parábola contém um ensinamento profundo para cada um de nós. Jesus declara que a misericórdia não é apenas o agir do Pai, mas torna-se o critério para individuar quem são os seus verdadeiros filhos. Em suma, somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para connosco. O perdão das ofensas torna-se a expressão mais evidente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Tantas vezes, como parece difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: « Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento » (Ef 4, 26). E sobretudo escutemos a palavra de Jesus que colocou a misericórdia como um ideal de vida e como critério de credibilidade para a nossa fé: « Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia » (Mt 5, 7) é a bem-aventurança a que devemos inspirar-nos, com particular empenho, neste Ano Santo.
Na Sagrada Escritura, como se vê, a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco. Ele não Se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstrata. Por sua própria natureza, é vida concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na atividade de todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-Se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros.
10. A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo. A Igreja « vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia ».[8] Talvez, demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia. Por um lado, a tentação de pretender sempre e só a justiça fez esquecer que esta é apenas o primeiro passo, necessário e indispensável, mas a Igreja precisa de ir mais além a fim de alcançar uma meta mais alta e significativa. Por outro lado, é triste ver como a experiência do perdão na nossa cultura vai rareando cada vez mais. Em certos momentos, até a própria palavra parece desaparecer. Todavia, sem o testemunho do perdão, resta apenas uma vida infecunda e estéril, como se se vivesse num deserto desolador. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança.
11. Não podemos esquecer o grande ensinamento que ofereceu São João Paulo II com a sua segunda encíclica, a Dives in misericordia, que então surgiu inesperada suscitando a surpresa de muitos pelo tema que era abordado. Desejo recordar especialmente dois trechos. No primeiro deles, o Santo Papa assinalava o esquecimento em que caíra o tema da misericórdia na cultura dos nossos dias: « A mentalidade contemporânea, talvez mais que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem, o qual, graças ao enorme desenvolvimento da ciência e da técnica nunca antes verificado na história, se tornou senhor da terra, a subjugou e a dominou (cf. Gn 1, 28). Um tal domínio sobre a terra, entendido por vezes unilateral e superficialmente, parece não deixar espaço para a misericórdia. (...) Por esse motivo, na hodierna situação da Igreja e do mundo, muitos homens e muitos ambientes guiados por um vivo sentido de fé, voltam-se quase espontaneamente, por assim dizer, para a misericórdia de Deus ».[9]
Além disso, São João Paulo II motivava assim a urgência de anunciar e testemunhar a misericórdia no mundo contemporâneo: « Ela é ditada pelo amor para com o homem, para com tudo o que é humano e que, segundo a intuição de grande parte dos contemporâneos, está ameaçado por um perigo imenso. O próprio mistério de Cristo (...) obriga-me igualmente a proclamar a misericórdia como amor misericordioso de Deus, revelada também no mistério de Cristo. Ele me impele ainda a apelar para esta misericórdia e a implorá-la nesta fase difícil e crítica da história da Igreja e do mundo ».[10] Tal ensinamento é hoje mais atual do que nunca e merece ser retomado neste Ano Santo. Acolhamos novamente as suas palavras: « A Igreja vive uma vida autêntica quando professa e proclama a misericórdia, o mais admirável atributo do Criador e do Redentor, e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador, das quais ela é depositária e dispensadora ».[11]
12. A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de Cristo assume o comportamento do Filho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir ninguém. No nosso tempo, em que a Igreja está comprometida na nova evangelização, o tema da misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma acção pastoral renovada. É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia.
A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia.
13. Queremos viver este Ano Jubilar à luz desta palavra do Senhor: Misericordiosos como o Pai. O evangelista refere o ensinamento de Jesus, que diz: « Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso » (Lc 6, 36). É um programa de vida tão empenhativo como rico de alegria e paz. O imperativo de Jesus é dirigido a quantos ouvem a sua voz (cf. Lc 6, 27). Portanto, para ser capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida. Deste modo, é possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida.
14. A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é viator, um peregrino que percorre uma estrada até à meta anelada. Também para chegar à Porta Santa, tanto em Roma como em cada um dos outros lugares, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há-de servir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é connosco.
O Senhor Jesus indica as etapas da peregrinação através das quais é possível atingir esta meta: « Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco » (Lc 6, 37-38). Ele começa por dizer para não julgar nem condenar. Se uma pessoa não quer incorrer no juízo de Deus, não pode tornar-se juiz do seu irmão. É que os homens, no seu juízo, limitam-se a ler a superfície, enquanto o Pai vê o íntimo. Que grande mal fazem as palavras, quando são movidas por sentimentos de ciúme e inveja! Falar mal do irmão, na sua ausência, equivale a deixá-lo mal visto, a comprometer a sua reputação e deixá-lo à mercê das murmurações. Não julgar nem condenar significa, positivamente, saber individuar o que há de bom em cada pessoa e não permitir que venha a sofrer pelo nosso juízo parcial e a nossa pretensão de saber tudo. Mas isto ainda não é suficiente para se exprimir a misericórdia. Jesus pede também para perdoar e dar. Ser instrumentos do perdão, porque primeiro o obtivemos nós de Deus. Ser generosos para com todos, sabendo que também Deus derrama a sua benevolência sobre nós com grande magnanimidade.
Misericordiosos como o Pai é, pois, o « lema » do Ano Santo. Na misericórdia, temos a prova de como Deus ama. Ele dá tudo de Si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem pedir nada em troca. Vem em nosso auxílio, quando O invocamos. É significativo que a oração diária da Igreja comece com estas palavras: « Deus, vinde em nosso auxílio! Senhor, socorrei-nos e salvai-nos » (Sal 70/69, 2). O auxílio que invocamos é já o primeiro passo da misericórdia de Deus para connosco. Ele vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos. E a ajuda d’Ele consiste em fazer-nos sentir a sua presença e proximidade. Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nós tornar-nos compassivos para com todos.
15. Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos. Neste Jubileu, a Igreja sentir-se-á chamada ainda mais a cuidar destas feridas, aliviá-las com o óleo da consolação, enfaixá-las com a misericórdia e tratá-las com a solidariedade e a atenção devidas. Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo.
Não podemos escapar às palavras do Senhor, com base nas quais seremos julgados: se demos de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede; se acolhemos o estrangeiro e vestimos quem está nu; se reservamos tempo para visitar quem está doente e preso (cf. Mt 25, 31-45). De igual modo ser-nos-á perguntado se ajudamos a tirar da dúvida, que faz cair no medo e muitas vezes é fonte de solidão; se fomos capazes de vencer a ignorância em que vivem milhões de pessoas, sobretudo as crianças desprovidas da ajuda necessária para se resgatarem da pobreza; se nos detivemos junto de quem está sozinho e aflito; se perdoamos a quem nos ofende e rejeitamos todas as formas de ressentimento e ódio que levam à violência; se tivemos paciência, a exemplo de Deus que é tão paciente connosco; enfim se, na oração, confiamos ao Senhor os nossos irmãos e irmãs. Em cada um destes « mais pequeninos », está presente o próprio Cristo. A sua carne torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga ... a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós. Não esqueçamos as palavras de São João da Cruz: « Ao entardecer desta vida, examinar-nos-ão no amor ».[12]
16. No Evangelho de Lucas, encontramos outro aspecto importante para viver, com fé, o Jubileu. Conta o evangelista que Jesus voltou a Nazaré e ao sábado, como era seu costume, entrou na sinagoga. Chamaram-No para ler a Escritura e comentá-la. A passagem era aquela do profeta Isaías onde está escrito: « O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu: enviou-me para levar a boa-nova aos que sofrem, para curar os desesperados, para anunciar a libertação aos exilados e a liberdade aos prisioneiros; para proclamar um ano de misericórdia do Senhor » (61,1-2). « Um ano de misericórdia »: isto é o que o Senhor anuncia e que nós desejamos viver. Este Ano Santo traz consigo a riqueza da missão de Jesus que ressoa nas palavras do Profeta: levar uma palavra e um gesto de consolação aos pobres, anunciar a libertação a quantos são prisioneiros das novas escravidões da sociedade contemporânea, devolver a vista a quem já não consegue ver porque vive curvado sobre si mesmo, e restituir dignidade àqueles que dela se viram privados. A pregação de Jesus torna-se novamente visível nas respostas de fé que o testemunho dos cristãos é chamado a dar. Acompanhem-nos as palavras do Apóstolo: « Quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria » (Rm 12, 8).
17. A Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus. Quantas páginas da Sagrada Escritura se podem meditar, nas semanas da Quaresma, para redescobrir o rosto misericordioso do Pai! Com as palavras do profeta Miqueias, podemos também nós repetir: Vós, Senhor, sois um Deus que tira a iniquidade e perdoa o pecado, que não Se obstina na ira mas Se compraz em usar de misericórdia. Vós, Senhor, voltareis para nós e tereis compaixão do vosso povo. Apagareis as nossas iniquidades e lançareis ao fundo do mar todos os nossos pecados (cf. 7, 18-19).
As páginas do profeta Isaías poderão ser meditadas, de forma mais concreta, neste tempo de oração, jejum e caridade. « O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão. Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti. Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: “Aqui estou!” Se retirares da tua vida toda a opressão, o gesto ameaçador e o falar ofensivo, se repartires o teu pão com o faminto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na escuridão, e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio-dia. O Senhor te guiará constantemente, saciará a tua alma no árido deserto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis » (58, 6-11).
A iniciativa « 24 horas para o Senhor », que será celebrada na sexta-feira e no sábado anteriores ao IV Domingo da Quaresma, deve ser incrementada nas dioceses. Há muitas pessoas – e, em grande número, jovens – que estão a aproximar-se do sacramento da Reconciliação e que frequentemente, nesta experiência, reencontram o caminho para voltar ao Senhor, viver um momento de intensa oração e redescobrir o sentido da sua vida. Com convicção, ponhamos novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia. Será, para cada penitente, fonte de verdadeira paz interior.
Não me cansarei jamais de insistir com os confessores para que sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai. Ser confessor não se improvisa. Tornamo-nos tal quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão. Nunca esqueçamos que ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva. Cada um de nós recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos responsáveis. Nenhum de nós é senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus. Cada confessor deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo: um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens. Os confessores são chamados a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a casa e a exprimir a alegria por o ter reencontrado. Não nos cansemos de ir também ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da misericórdia do Pai que não tem limites. Não hão-de fazer perguntas impertinentes, mas como o pai da parábola interromperão o discurso preparado pelo filho pródigo, porque saberão individuar, no coração de cada penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão. Em suma, os confessores são chamados a ser sempre e por todo o lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia.
18. Na Quaresma deste Ano Santo, é minha intenção enviar os Missionários da Misericórdia. Serão um sinal da solicitude materna da Igreja pelo povo de Deus, para que entre em profundidade na riqueza deste mistério tão fundamental para a fé. Serão sacerdotes a quem darei autoridade de perdoar mesmo os pecados reservados à Sé Apostólica, para que se torne evidente a amplitude do seu mandato. Serão sobretudo sinal vivo de como o Pai acolhe a todos aqueles que andam à procura do seu perdão. Serão missionários da misericórdia, porque se farão, junto de todos, artífices dum encontro cheio de humanidade, fonte de libertação, rico de responsabilidade para superar os obstáculos e retomar a vida nova do Batismo. Na sua missão, deixar-se-ão guiar pelas palavras do Apóstolo: « Deus encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia » (Rm 11, 32). Na verdade todos, sem excluir ninguém, estão chamados a acolher o apelo à misericórdia. Os missionários vivam esta chamada, sabendo que podem fixar o olhar em Jesus, « Sumo Sacerdote misericordioso e fiel » (Hb 2, 17).
Peço aos irmãos bispos que convidem e acolham estes Missionários, para que sejam, antes de tudo, pregadores convincentes da misericórdia. Organizem-se, nas dioceses, « missões populares », de modo que estes Missionários sejam anunciadores da alegria do perdão. Seja-lhes pedido que celebrem o sacramento da Reconciliação para o povo, para que o tempo de graça, concedido neste Ano Jubilar, permita a tantos filhos afastados encontrar de novo o caminho para a casa paterna. Os pastores, especialmente durante o tempo forte da Quaresma, sejam solícitos em convidar os fiéis a aproximar-se « do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça » (Hb 4, 16).
19. Que a palavra do perdão possa chegar a todos e a chamada para experimentar a misericórdia não deixe ninguém indiferente. O meu convite à conversão dirige-se, com insistência ainda maior, àquelas pessoas que estão longe da graça de Deus pela sua conduta de vida. Penso de modo particular nos homens e mulheres que pertencem a um grupo criminoso, seja ele qual for. Para vosso bem, peço-vos que mudeis de vida. Peço-vo-lo em nome do Filho de Deus que, embora combatendo o pecado, nunca rejeitou qualquer pecador. Não caiais na terrível cilada de pensar que a vida depende do dinheiro e que, à vista dele, tudo o mais se torna desprovido de valor e dignidade. Não passa de uma ilusão. Não levamos o dinheiro connosco para o além. O dinheiro não nos dá a verdadeira felicidade. A violência usada para acumular dinheiro que transuda sangue não nos torna poderosos nem imortais. Para todos, mais cedo ou mais tarde, vem o juízo de Deus, do qual ninguém pode escapar.
O mesmo convite chegue também às pessoas fautoras ou cúmplices de corrupção. Esta praga putrefacta da sociedade é um pecado grave que brada aos céus, porque mina as próprias bases da vida pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com a sua prepotência e avidez, destrói os projectos dos fracos e esmaga os mais pobres. É um mal que se esconde nos gestos diários para se estender depois aos escândalos públicos. A corrupção é uma contumácia no pecado, que pretende substituir Deus com a ilusão do dinheiro como forma de poder. É uma obra das trevas, alimentada pela suspeita e a intriga. Corruptio optimi pessima: dizia, com razão, São Gregório Magno, querendo indicar que ninguém pode sentir-se imune desta tentação. Para a erradicar da vida pessoal e social são necessárias prudência, vigilância, lealdade, transparência, juntamente com a coragem da denúncia. Se não se combate abertamente, mais cedo ou mais tarde torna-nos cúmplices e destrói-nos a vida.
Este é o momento favorável para mudar de vida! Este é o tempo de se deixar tocar o coração. Diante do mal cometido, mesmo crimes graves, é o momento de ouvir o pranto das pessoas inocentes espoliadas dos bens, da dignidade, dos afetos, da própria vida. Permanecer no caminho do mal é fonte apenas de ilusão e tristeza. A verdadeira vida é outra coisa. Deus não se cansa de estender a mão. Está sempre disposto a ouvir, e eu também estou, tal como os meus irmãos bispos e sacerdotes. Basta acolher o convite à conversão e submeter-se à justiça, enquanto a Igreja oferece a misericórdia.
20. Neste contexto, não será inútil recordar a relação entre justiça e misericórdia. Não são dois aspectos em contraste entre si, mas duas dimensões duma única realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude do amor. A justiça é um conceito fundamental para a sociedade civil, normalmente quando se faz referimento a uma ordem jurídica através da qual se aplica a lei. Por justiça entende-se também que a cada um deve ser dado o que lhe é devido. Na Bíblia, alude-se muitas vezes à justiça divina, e a Deus como juiz. Habitualmente é entendida como a observância integral da Lei e o comportamento de todo o bom judeu conforme aos mandamentos dados por Deus. Esta visão, porém, levou não poucas vezes a cair no legalismo, mistificando o sentido original e obscurecendo o valor profundo que a justiça possui. Para superar a perspectiva legalista, seria preciso lembrar que, na Sagrada Escritura, a justiça é concebida essencialmente como um abandonar-se confiante à vontade de Deus.
Por sua vez, Jesus fala mais vezes da importância da fé que da observância da lei. É neste sentido que devemos compreender as suas palavras, quando, encontrando-Se à mesa com Mateus e outros publicanos e pecadores, disse aos fariseus que O acusavam por isso mesmo: « Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores » (Mt 9, 13). Diante da visão duma justiça como mera observância da lei, que julga dividindo as pessoas em justos e pecadores, Jesus procura mostrar o grande dom da misericórdia que busca os pecadores para lhes oferecer o perdão e a salvação. Compreende-se que Jesus, por causa desta sua visão tão libertadora e fonte de renovação, tenha sido rejeitado pelos fariseus e os doutores da lei. Estes, para ser fiéis à lei, limitavam-se a colocar pesos sobre os ombros das pessoas, anulando porém a misericórdia do Pai. O apelo à observância da lei não pode obstaculizar a atenção às necessidades que afectam a dignidade das pessoas.
A propósito, é muito significativo o apelo que Jesus faz ao texto do profeta Oseias: « Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios » (6, 6). Jesus afirma que, a partir de agora, a regra de vida dos seus discípulos deverá ser aquela que prevê o primado da misericórdia, como Ele mesmo dá testemunho partilhando a refeição com os pecadores. A misericórdia revela-se, mais uma vez, como dimensão fundamental da missão de Jesus. É um verdadeiro desafio posto aos seus interlocutores, que se contentavam com o respeito formal da lei. Jesus, pelo contrário, vai além da lei, a sua partilha da mesa com aqueles que a lei considerava pecadores permite compreender até onde chega a sua misericórdia.
Também o apóstolo Paulo fez um percurso semelhante. Antes de encontrar Cristo no caminho de Damasco, a sua vida era dedicada a servir de maneira irrepreensível a justiça da lei (cf. Fl 3, 6). A conversão a Cristo levou-o a inverter a sua visão, a ponto de afirmar na Carta aos Gálatas: « Também nós acreditámos em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da lei » (2, 16). A sua compreensão da justiça muda radicalmente: Paulo agora põe no primeiro lugar a fé, e já não a lei. Não é a observância da lei que salva, mas a fé em Jesus Cristo, que, pela sua morte e ressurreição, traz a salvação com a misericórdia que justifica. A justiça de Deus torna-se agora a libertação para quantos estão oprimidos pela escravidão do pecado e todas as suas consequências. A justiça de Deus é o seu perdão (cf. Sl 51/50, 11-16).
21. A misericórdia não é contrária à justiça, mas exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar. A experiência do profeta Oseias ajuda-nos, mostrando-nos a superação da justiça na linha da misericórdia. A época em que viveu este profeta conta-se entre as mais dramáticas da história do povo judeu. O Reino está próximo da destruição; o povo não permaneceu fiel à aliança, afastou-se de Deus e perdeu a fé dos pais. Segundo uma lógica humana, é justo que Deus pense em rejeitar o povo infiel: não observou o pacto estipulado e, consequentemente, merece a devida pena, ou seja, o exílio. Assim o atestam as palavras do profeta: « Não voltará para o Egito, mas a Assíria será o seu rei, porque recusaram converter-se » (Os 11, 5). E todavia, depois desta reação que faz apelo à justiça, o profeta muda radicalmente a sua linguagem e revela o verdadeiro rosto de Deus: « O meu coração dá voltas dentro de mim, comovem-se as minhas entranhas. Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti e não me deixo levar pela ira » (11, 8-9). Santo Agostinho, de certo modo comentando as palavras do profeta, diz: « É mais fácil que Deus contenha a ira do que a misericórdia ».[13] É mesmo assim! A ira de Deus dura um instante, ao passo que a sua misericórdia é eterna.
Se Deus Se detivesse na justiça, deixaria de ser Deus; seria como todos os homens que clamam pelo respeito da lei. A justiça por si só não é suficiente, e a experiência mostra que, limitando-se a apelar para ela, corre-se o risco de a destruir. Por isso Deus, com a misericórdia e o perdão, passa além da justiça. Isto não significa desvalorizar a justiça ou torná-la supérflua. Antes pelo contrário! Quem erra, deve descontar a pena; só que isto não é o fim, mas o início da conversão, porque se experimenta a ternura do perdão. Deus não rejeita a justiça. Ele engloba-a e supera-a num evento superior onde se experimenta o amor, que está na base duma verdadeira justiça. Devemos prestar muita atenção àquilo que escreve Paulo, para não cair no mesmo erro que o apóstolo censurava nos judeus seus contemporâneos: « Por não terem reconhecido a justiça que vem de Deus e terem procurado estabelecer a sua própria justiça, não se submeteram à justiça de Deus. É que o fim da Lei é Cristo, para que, deste modo, a justiça seja concedida a todo o que tem fé » (Rm 10, 3-4). Esta justiça de Deus é a misericórdia concedida a todos como graça, em virtude da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Portanto a Cruz de Cristo é o juízo de Deus sobre todos nós e sobre o mundo, porque nos oferece a certeza do amor e da vida nova.
22. O Jubileu inclui também o referimento à indulgência. Esta, no Ano Santo da Misericórdia, adquire uma relevância particular. O perdão de Deus para os nossos pecados não conhece limites. Na morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus torna evidente este seu amor que chega ao ponto de destruir o pecado dos homens. É possível deixar-se reconciliar com Deus através do mistério pascal e da mediação da Igreja. Por isso, Deus está sempre disponível para o perdão, não Se cansando de o oferecer de maneira sempre nova e inesperada. No entanto todos nós fazemos experiência do pecado. Sabemos que somos chamados à perfeição (cf. Mt 5, 48), mas sentimos fortemente o peso do pecado. Ao mesmo tempo que notamos o poder da graça que nos transforma, experimentamos também a força do pecado que nos condiciona. Apesar do perdão, carregamos na nossa vida as contradições que são consequência dos nossos pecados. No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado.
A Igreja vive a comunhão dos Santos. Na Eucaristia, esta comunhão, que é dom de Deus, realiza-se como união espiritual que nos une, a nós crentes, com os Santos e Beatos cujo número é incalculável (Ap 7, 4). A sua santidade vem em ajuda da nossa fragilidade, e assim a Mãe-Igreja, com a sua oração e a sua vida, é capaz de acudir à fraqueza de uns com a santidade de outros. Portanto viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente. A indulgência é experimentar a santidade da Igreja que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão.
23. A misericórdia possui uma valência que ultrapassa as fronteiras da Igreja. Ela relaciona-nos com o judaísmo e o islamismo, que a consideram um dos atributos mais marcantes de Deus. Israel foi o primeiro que recebeu esta revelação, permanecendo esta na história como o início duma riqueza incomensurável para oferecer à humanidade inteira. Como vimos, as páginas do Antigo Testamento estão permeadas de misericórdia, porque narram as obras que o Senhor realizou em favor do seu povo, nos momentos mais difíceis da sua história. O islamismo, por sua vez, coloca entre os nomes dados ao Criador o de Misericordioso e Clemente. Esta invocação aparece com frequência nos lábios dos fiéis muçulmanos, que se sentem acompanhados e sustentados pela misericórdia na sua fraqueza diária. Também eles acreditam que ninguém pode pôr limites à misericórdia divina, porque as suas portas estão sempre abertas.
Possa este Ano Jubilar, vivido na misericórdia, favorecer o encontro com estas religiões e com as outras nobres tradições religiosas; que ele nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação.
24. O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor.
Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende « de geração em geração » (Lc 1, 50). Também nós estávamos presentes naquelas palavras proféticas da Virgem Maria. Isto servir-nos-á de conforto e apoio no momento de atravessarmos a Porta Santa para experimentar os frutos da misericórdia divina.
Ao pé da cruz, Maria, juntamente com João, o discípulo do amor, é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus. O perdão supremo oferecido a quem O crucificou, mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus. Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém. Dirijamos-Lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-Lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus.
E a nossa oração estenda-se também a tantos Santos e Beatos que fizeram da misericórdia a sua missão vital. Em particular, o pensamento volta-se para a grande apóstola da Misericórdia, Santa Faustina Kowalska. Ela, que foi chamada a entrar nas profundezas da misericórdia divina, interceda por nós e nos obtenha a graça de viver e caminhar sempre no perdão de Deus e na confiança inabalável do seu amor.
25. Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca Se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar connosco a sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio. Sabe que a sua missão primeira, sobretudo numa época como a nossa cheia de grandes esperanças e fortes contradições, é a de introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo. A Igreja é chamada, em primeiro lugar, a ser verdadeira testemunha da misericórdia, professando-a e vivendo-a como o centro da Revelação de Jesus Cristo. Do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente a grande torrente da misericórdia. Esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior que seja o número daqueles que dela se abeirem. Sempre que alguém tiver necessidade poderá aceder a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim. Quanto insondável é a profundidade do mistério que encerra, tanto é inesgotável a riqueza que dela provém.
Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar. Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar: « Lembra-te, Senhor, da tua misericórdia e do teu amor, pois eles existem desde sempre » (Sl 25/24, 6).
Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Abril – véspera do II Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia – do Ano do Senhor de 2015, o terceiro de pontificado.
Francisco

[1] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Dei Verbum, 4.
[2] Discurso de abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II, Gaudet Mater Ecclesia (11 de Outubro de 1962), 2-3.
[4] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 16; Const. past.Gaudium et spes, 15.
[5]Tomás de Aquino, Summa theologiae, II-II, q. 30, a. 4.
[6] Domingo XXVI do Tempo Comum. Esta colecta já aparece, no séc. VIII, entre os textos eucológios do Sacramentário Gelasiano (1198).
[7] Cf. Homilia 21: CCL 122, 149-151.
[8] Exort. ap. Evangelii gaudium, 24.
[9] João Paulo II, Carta enc. Dives in misericordia, 2.
[10] Ibid., 15.
[11] Ibid., 13.
[12] Ditos de luz e amor, 57.

[13] Enarratio in Psalmos, 76, 11.


Dia 19 de abril- Domingo das Portadoras de Aromas

 O Anjo, sentado junto do túmulo,
disse às mulheres portadoras de aromas:
«Os aromas convêm aos mortos;
Cristo, porém, mostrou-se alheio à corrupção.
Aclamai, pois: O Senhor ressuscitou
dando ao mundo a grande misericórdia!»


Grande Semana Santa

     2015
As fotos das celebrações da Grande 

Semana estão postadas abaixo de cada 

dia do programa  a seguir.

Ofício pelos Falecidos e Divina Liturgia no Sábado de Lázaro
 Ícone da Ressurreição de Lázaro e de Entrada Triunfal de Nosso Senhor em Jerusalém


 








 Os nomes dos Falecidos foram depositados diante do altar

Dia 28 de março- SÁBADO DE LÁZARO
Ofício pelos Falecidos e Divina Liturgia ás 18:30  horas- Início da Grande Semana Santa.

Início da Grande Semana Santa: nenhum outro Rito da Igreja rivaliza com esta delicadeza do Rito Bizantino ao recordar a Ressurreição de Lázaro. 
A Grande Semana inicia com uma ressurreição e culmina com outra. Em nossa Paróquia os Falecidos serão sufragados por um Ofício, seus nomes serão depositados diante do ícone da ressurreição de Lázaro e da Entrada Triunfal do Senhor em Jerusalém. 

Sábado de Lázaro

« Tendo completado o percurso dos 40 dias... nós suplicamos ver a Semana Santa da tua paixão. »
   É com essas palavras, cantadas nas vésperas da sexta-feira de Ramos, que termina a quaresma, e que entramos na comemoração anual dos sofrimentos de Cristo, de sua morte e de sua ressurreição. Ela começa no sábado de Lázaro. A festa da ressurreição de Lázaro, somada à da entrada do Senhor em Jerusalém, é chamada nos textos litúrgicos: "Prelúdio da Cruz."
É portanto no contexto da grande semana que o significado desta festa dupla fica mais claro. O tropário comum à esses dois dias nos diz:
« Ressuscitando Lázaro, o Cristo confirmou a verdade da Ressurreição Universal. »
   Aqueles que estão familiarizados com a liturgia bizantina, conhecem o caráter singular e paradoxal dos ofícios desse sábado de Lázaro. Esse sábado é celebrado como um domingo, quer dizer que se celebra aí o ofício da Ressurreição quando, normalmente, o sábado é consagrado à comemoração dos defuntos. A alegria que ressoa no ofício sublinha o tema principal: a vitória próxima de Cristo sobre o Hades. Na Bíblia, o Hades significa a morte e seu poder universal, a noite inevitável e a destruição que traga toda a vida, envenenando com suas trevas devastadoras o mundo inteiro. Mas eis que, pela ressurreição de Lázaro, "a morte começa a tremer"; é o começo de um duelo decisivo entre a vida e a morte, um duelo que nos dá a chave de todo o mistério litúrgico da Páscoa. Para a Igreja primitiva, o sábado de Lázaro era, o "anúncio da Páscoa"; de fato, esse sábado proclama e já faz aparecer a maravilhosa luz e a paz do sábado seguinte: o grande e santo Sábado, o dia do túmulo vivificante que dá a vida.
   Compreendemos logo que Lázaro, "o amigo de Jesus," personifica cada um de nós e toda a humanidade, e que Betânia, "a casa" do homem Lázaro, é o símbolo de todo o universo, habitat do homem. Todo homem foi criado amigo de Deus e chamado a esta amizade divina que consiste no conhecimento de Deus, na comunhão com ele, o compartilhar da mesma vida: "A vida estava nele, e a vida era a luz dos homens" (Jo. 1,4). E portanto este amigo bem amado de Deus, criado por amor, ei-lo destruído, aniquilado por um poder que Deus não criou: a morte. Deus é afrontado em sua obra por um poder que a destrói e torna nulo seu desígnio. A criação é apenas tristeza, lamentação, lágrimas e finalmente morte. Como é possível? Essas questões se encontram latentes no texto detalhado que João nos faz da vinda de Jesus à tumba de seu amigo. "Uma vez chegado à tumba de seu amigo," diz o evangelista, "Jesus chorou" (Jo. 11,35). Por que ele chora, uma vez que ele sabe que dentro de um instante ele ressuscitará Lázaro à vida?
   Os hinógrafos bizantinos não souberam compreender o sentido verdadeiro dessas lágrimas, atribuindo-as à sua natureza humana, uma vez que, de sua natureza divina ele detinha o poder de ressuscitar os mortos. Entretanto, a Igreja  Oriental católica e ortodoxa ensina claramente que todas as ações de Cristo são teândricas, isto é, ao mesmo tempo divinas e humanas, sendo as ações do único e mesmo Deus-Homem, o Filho de Deus encarnado. É o Homem-Deus que vemos chorar, é o Homem-Deus que fará sair Lázaro de seu túmulo. Ele chora. . . são lágrimas divinas; ele chora porque contempla o triunfo da morte e da destruição da criação saída das mãos de Deus. "Ele já cheira mal," dizem os judeus, como para impedir Jesus de se aproximar do corpo; terrível advertência que vale para todo o universo, para toda a Vida. Deus é Vida e Doador de Vida, ele chamou o homem para esta realidade divina da vida, e eis "que ele cheira mal." O mundo foi criado para refletir e proclamar a glória de Deus, e eis "que ele cheira mal!" No túmulo de Lázaro Deus encontra a morte, a realidade da antivida, da destruição e do desespero. Ele se encontra face à face com seu Inimigo que lhe arrebatou a criação, que era sua, para tornar-se o Príncipe. Nós que seguimos Jesus se aproximando do túmulo, entramos com ele na sua Hora, aquela que ele anunciou frequentemente como o apogeu e o cumprimento de toda sua obra. Neste curto versículo do Evangelho: "Jesus chorou," é a Cruz que é anunciada, sua necessidade e seu significado universal. Compreendemos agora que é porque "Jesus chorou," melhor dizendo porque ele amava seu amigo Lázaro, que ele tem o poder de o chamar à vida. A ressurreição não é a simples manifestação de um poder divino, mas antes o poder de um amor, o amor tornado poder. Deus é Amor e Amor é Vida, ele é criador de vida. . . É o Amor que chora sobre o túmulo e é o Amor também que dá a vida; lá está o sentido das lágrimas divinas de Jesus. Elas nos mostram o amor de novo à obra, recriando, resgatando e restaurando a vida humana presa das trevas: "Lázaro, sai para fora!..."
   Eis porque esse sábado de Lázaro inaugura ao mesmo tempo a cruz como supremo sacrifício de Amor, e a ressurreição como seu último triunfo:
« Cristo é para todos alegria, verdade, luz e vida, Ele é a ressurreição do mundo, n'Ele o amor apareceu para aqueles que estão na terra, imagem da ressurreição,  concedendo a todos o perdão divino. » (Kondákion do Sábado de Lázaro)


Alexander SCHMEMANN. 
Professor e teótogo ortodoxo (1921-1983) 


Ó Cristo Deus, dando-nos, antes da vossa Paixão, 
uma garantia da ressurreição geral, 
ressuscitastes Lázaro dos mortos; 
por isso, nós também, como os filhos dos hebreus, 
levamos os símbolos da vitória, clamando: 
Ó vencedor da morte, hosana nas alturas! 
Bendito o que vem em nome do Senhor!

Dia 29 de março- DOMINGO DE RAMOS. Divina Liturgia com Benção e Procissão de Ramos ás 09:00 horas. (Única celebração do dia)


Domingo de Ramos
O domingo que antecede a grande solenidade da Páscoa - dito Domingo de Ramos seja no Oriente como no Ocidente - é a primeira das três festas com data móvel que, junto às nove com data fixa, já apresentadas, completam o grupo das Doze grandes festas do ano litúrgico bizantino.
A Semana Santa na tradição constantinopolitana começa com o Sábado de Lázaro, no dia anterior ao Domingo de Ramos, cujo tropário principal é repetido em todas as Horas do domingo junto a outro, próprio do dia, que repete a aclamação dirigida a Jesus na sua entrada em Jerusalém.
2º Tropário da festa (4º tom).
"Sepultados contigo pelo batismo, Cristo nosso Deus, por tua ressurreição, nos tornamos dignos da vida imortal. Por isso a ti cantamos em alta voz: Hosana no mais alto dos céus; bendito o que vem em nome do Senhor!"
"Festa esplêndida e gloriosa" é chamada pelo Triódion bizantino e de fato pode-se notar um tom festivo e alegre em seus textos, ao passo que para os católicos romanos a Missa do dia é velada de certa tristeza com a leitura que se faz da paixão de Cristo. Na liturgia eucarística bizantina se lê o Evangelho de João (12:1-8), com o episódio de Marta e Maria e da entrada de Jesus em Jerusalém.
"Alegra-te e permanece na alegria, cidade de Sião; permanece na alegria e exulta, Igreja de Deus, pois o teu Rei se aproxima" (do oficio de Vésperas). "O Senhor Deus apareceu-nos! Celebrai juntos esta festa: vinde jubilosos, adoremos Cristo e aclamemo-lo: Bendito o que vem em nome do Senhor nosso Salvador!" (do ofício de Matinas).
Também para o Domingo de Ramos temos um testemunho da peregrina Etéria sobre como se desenvolvia, em meados do século IV, a reunião dos fiéis na basílica do Eleona no Monte das Oliveiras, e a procissão que lhe seguia, com o povo agitando ramos de palmeira ou de oliveira até ao Calvário e à basílica da Anástasis (isto é, da Ressurreição, a mesma que os católicos latinos chamam de Santo Sepulcro). A Procissão dos Ramos de Jerusalém espalhou-se em seguida por quase todas as Igrejas do Oriente e do Ocidente, mas somente poucas conservaram esse costume. Os textos litúrgicos bizantinos repetem o desenrolar-se do evento, contemplam ao mesmo tempo o fato visível e a realidade eterna, como neste breve hino que se segue.
Kontákion (6º tom).
"Nos céus assentado num trono, aqui na terra montado num jumentinho, ó Cristo Deus, acolhe os louvores dos anjos e as aclamações das crianças que gritam: Bendito és tu que vens soerguer o Adão decaído."
Não faltam aplicações para os fiéis de hoje:
"Com ramos espirituais de palmeira, com a alma purificada, aclamamos a Cristo como os meninos, com fé gritando ao Senhor em alta voz: Bendito és tu, ó Salvador! Espiritualmente te tornaste o novo Adão e vieste para salvar o Adão da antiga maldição, conforme o teu beneplácito, ó Amigo dos homens!"
Existe mais um tropário que se poderia definir de central na festa, repetido em diversos momentos no decorrer dos Ofícios:
"Hoje a graça do Espírito Santo nos reuniu. Todos, carregando a tua cruz, dizemos: Bendito o que vem no nome do Senhor! Hosana nas alturas!"
"O triunfo de Jesus na cidade santa na véspera da Páscoa é um grande mistério. Contemplando os textos bíblicos, as profecias, os evangelhos, a liturgia sempre descobre neles novas facetas. A entrada de Jesus em Jerusalém é uma teofania, na linha das antigas teofanias do Antigo Testamento. A glória de Deus entra na cidade santa (Ez. 43:4), mas humilhada na humildade do rei manso, do Cordeiro (Jo 1:29), que vem para ser imolado. Com as crianças, os discípulos, as multidões, os povos, todas as criaturas participam desse rito de entronização: as forças angélicas, os elementos cósmicos."
Durante o oficio matutino (nos países eslavos, freqüentemente antecipado para a noite anterior após as Vésperas, numa única celebração que forma a Grande vigília) o sacerdote dirige-se ao meio da nave central para benzer os ramos de palmeira ou de oliveira que, como na liturgia latina, são considerados símbolos de vitória e de ressurreição. Os fiéis aproximam-se para recebê-los das mãos dele, enquanto beijam o ícone alusivo à festa que fixa visualmente os dados da narração evangélica. No entanto o coro está cantando o cânon, repetindo, provavelmente várias vezes, o tropário que transcrevemos, com evidentes remissões ao Antigo e ao Novo Testamento.
Tropário:"O povo de Israel se dessedentou na pedra dura, aberta sob o teu comando e que fez jorrar água e tu, ó Cristo, eras essa pedra e a vida; sobre ela foi fundada a Igreja que clama: Hosana! Bendito és tu que vens!"

Ano Litúrgico Bizantino, Ir. Maria Donadeo
 Ícone da Entrada do Senhor em Jerusalém








 Ícone da Virgem da Paixão













































































Os Judeus, louvaram primeiro a Cristo Deus com ramos 
e, em seguida, prenderam-no com varapaus. 
Quanto a nós, honremo-lo sempre como benfeitor 
e com fé inabalável, clamemos: 
bendito sois Vós que viestes para fazer Adão reviver!Ó Cristo Deus, que nos céus estais sentado num trono, e na terra montado num jumentinho, 
recebestes com agrado o canto dos Anjos 
e o louvor das crianças que vos  aclamavam: 
bendito sois Vós que viestes  para fazer Adão reviver!
Dia 01 de abril- GRANDE QUARTA FEIRA SANTA. Divina Liturgia ás 19:00 horas com a Solene Benção dos Santos Óleos do Batismo, Enfermos e Penitentes. No Rito Bizantino Católico esta benção é reservada aos Sacerdotes; enquanto que a confecção do Santo "miron" Crisma é prerrogativa do Patriarca.

 Vasos com os Santos Óleos (Batismo, Enfermos e Penitentes)











 Momentos da Benção e Unção dos Fiéis 
Eis que o esposo vem no meio da noite. 
Feliz o servo que ele encontrar vigilante. 
Aquele, porém, que encontrar imprevidente, 
será considerado indigno de acompanhá-lo. 
Acautelai-vos, pois, ó minha alma, 
a fim de que não sejais entregue à morte 
e fiqueis fora das portas do Reino. 
Mas, despertai, clamando: "Santo, Santo, Santo sois Vós ó Senhor! 
Pela intercessão da Mãe de Deus, tende piedade de nós! Pequei mais que a pecadora, ó Bom Deus, 
mas não vos ofereci torrentes de lágrimas. 
Prostro-me agora, diante de Vós, adorando-vos em silêncio 
e beijando com amor vossos pés imaculados, 
a fim de que Vós, que sois o Senhor, 
perdoeis as minhas culpas, a mim que clamo: 
"Ó Salvador, tirai-me da lama de minhas ações!"
Dia 02 de abril- GRANDE QUINTA FEIRA SANTA. Divina Liturgia da Ceia Mística, Lava pés, Proclamação dos Doze Evangelhos ás 19:00 horas.


































A última vela não é apagada após a leitura do último Evangelho que narra a morte de Jesus na cruz: sua chama é guardada até o Sábado Santo para acender a Luz da Ressurreição. A morte não é a palavra final, mas a Vida.
«Recebe-me Senhor neste dia
Na vossa mística Ceia
Eu não desvendarei os mistérios aos vossos inimigos
Eu não vos darei um beijo como Judas
Mas como o ladrão arrependido eu vos confesso.
Lembrai-vos de mim Senhor no vosso Reino. Aleluia! Aleluia! Aleluia!»
Dia 03 de abril- GRANDE SEXTA FEIRA SANTA.  Ofício da Paixão-Cerimônia da descida simbólica da cruz do corpo de Nosso Senhor, embalsamamento e procissão ás 15:00 horas. (Pedimos para trazer as rosas vermelhas até ás 12:00 horas)


 Exposta no centro da igreja a Santa Cruz foi venerada pelos fiéis que ofertavam rosas vermelhas





 A última chama

 Esquife para o ícone do Crucificado



 Aqui os acólitos retiram da cruz o ícone de Jesus crucificado


















 O "Antimemsion" sobre o esquife lembra a pedra do Santo Sepulcro








 Debaixo do esquife com todos os fiéis recordamos nosso primeiro "sepultamento": o Santo Batismo. 






 




















Hoje foi pendurado no madeiro 
Aquele que pendurou a terra sobre as águas,Uma coroa de espinhos foi colocada 
sobre a cabeça do Rei dos Anjos. 
Aquele que revestiu o céu com as nuvens 
foi revestido de falsa púrpura. 
Aquele que libertou Adão, no Jordão, 
recebeu uma bofetada. 
O Esposo da Igreja foi pregado com cravos 
e o Filho da Virgem teve o lado aberto com uma lança.


Adoramos vossa Paixão, ó Cristo. Mostrai-nos pois, a vossa Ressurreição gloriosa.
Dia 04 de abril- GRANDE SÁBADO SANTO. Grande Vigília Pascal com a trasladação do epitáfio, benção do Fogo Novo e Divina Liturgia ás 19:00 horas; pedimos para trazer velas, ás 18:30





















































































































O ícone da Ressurreição enfeitado com louro, 500 molhos de louro foram distribuidos aos fiéis com um ícone




«Neste dia, o inferno lamenta-se e grita: 
teria valido mais para mim não acolher o filho de Maria, 
pois, penetrando em meus domínios, ele pôs fim ao meu poder, 
ele quebrou minhas portas de ferro, 
e aqueles a quem eu detinha desde tão longo tempo, 
sendo Deus, ele os ressuscitou.
Glória, Senhor, a vossa Cruz e a vossa Ressurreição!
Neste dia, o inferno lamenta-se e grita: 
Meu poder está destruído. 
Eu recebi um morto como um qualquer dentre os mortos, 
mas não o pude deter de modo algum 
e eu vou ser despojado por ele 
das almas de quem era o rei. 
Eu que desde longo tempo possuía os mortos, 
eis que ele os desperta a todos.
Glória, Senhor, a vossa cruz e a vossa Ressurreição!
Neste dia, o inferno lamenta-se e grita: 
Meu poder está aniquilado, 
o Pastor foi posto na Cruz e Adão levantou-se; 
eu estou despojado daqueles sobre quem eu reinava, 
eu devo entregar todos aqueles que engoli quando era forte. 
O Crucificado esvaziou todos os túmulos. 
O poderio da morte está sem forças.
Glória, Senhor, a vossa cruz e a vossa Ressurreição!»
DIA 05 DE ABRIL
GRANDE DOMINGO DA SANTA E VIVIFICANTE RESSURREIÇÃO DO NOSSO DEUS E SALVADOR JESUS CRISTO
Solene Abertura das Portas e Divina Liturgia ás 09:00 horas. (Única celebração do dia)

















 A prósfora entregue a Maria Helena da Família Arbex que por 60 anos oferece o Pão Pascal






 No final da Divina Liturgia recebemos a visita do Pe Isidoro sacerdote verbita (Congregação do Verbo Divino)



 
























Os fiéis espalharam folhas de louro por toda a igreja: Cristo o grande atleta é vencedor da morte.

































Pão e Palavra: a presença do Cristo Ressuscitado.









 

Os cânticos em árabe, grego e português dominaram a Liturgia

As companheiras de Maria Madalena,
tendo chegado antes do raiar da aurora,
e encontrando removida a pedra do túmulo,
ouviram um Anjo dizer-lhes:
Por que procurais, como a um homem
e entre os mortos, aquele que vive na luz eterna?
Vede as faixas funerárias; correi e anunciai ao mundo
que o Senhor ressuscitou, tendo vencido a morte,
pois ele é o Filho de Deus, que salva o gênero humano.
Tendo descido ao túmulo, ó imortal,
Vós destruístes o poderio dos infernos



QUINTO DOMINGO DA GRANDE QUARESMA

Santa Maria do Egito
22 de março

Queimando os pecados 





    
Tropário:
Fugindo da penumbra do pecado, e iluminando o vosso coração com a luz de penitencia, chegastes, ó Maria gloriosa, ao Cristo. Trouxestes convosco a Santíssima e Puríssima Virgem Mãe Dele, como a vossa intercessora misericordiosa. Assim, recebestes o perdão dos pecados e vos alegrastes com os anjos pela eternidade.
 
Santa Maria do Egito viveu em meados do século 5 e começo do século 6. A sua juventude não era nada promissora. Ela tinha somente 12 anos, quando saiu de sua casa em Alexandria, e ficando livre do controle dos pais, jovem e inexperiente como era, ela se envolveu com a vida devassa. Não havia ninguém quem podia detê-la, e tinha muitos sedutores e muitas tentações em volta dela. Assim, ela passou 17 anos nesta vida que leva à perdição, até que Deus misericordioso providenciou a sua penitencia.

Aconteceu isto assim: Por força das circunstancias, Maria se juntou a um grupo de peregrinos, que estavam se dirigindo para a Terra Santa. Durante a viagem no navio, a Maria não parava de seduzir os romeiros e a pecar. Ao chegar em Jerusalém, ela se juntou a um grupo de pessoas que iam para a igreja de Ressurreição.
Esta capela egípcia copta ortodoxa em Jerusalém na entrada do Santo Sepulcro é dedicada a Santa Maria Egípcia
Todos homens entravam livremente na igreja, porém a Maria foi parada por uma mão invisível e não conseguia entrar de jeito algum. Aí ela compreendeu, que Deus não deixa ela entrar num lugar santo por causa da sua devassidão.
Ela ficou possuída de um grande temor e de um grande desejo de penitencia, e começou a pedir a Deus o perdão dos pecados, prometendo se regenerar. Ela viu logo na entrada o ícone de Nossa Senhora e começou a pedi-La interceder por ela perante Deus. Logo ela sentiu um grande alívio e entrou livremente na igreja. Chorando muito no Santo Sepulcro, ela saiu da igreja completamente transformada.
Maria cumpriu a sua promessa de mudar a sua vida. Ela se retirou de Jerusalém para o deserto de Jordão e lá viveu quase meio século em solidão, rezando e jejuando. Assim, com estes atos de penitencia ela se livrou completamente de todo desejo pecaminoso e purificou o seu coração para que este se transformasse num templo do Espírito Santo.

O ancião Zossima, no mosteiro do Profeta João o Precursor, por providencia de Deus, encontrou a santa Maria no deserto, quando esta já era uma anciã. Ele foi maravilhado com a sua santidade e seu dom de prever as coisas. Uma vez ele viu a Maria, quando durante a oração ela se levantou acima da terra, levitando, e uma outra vez, quando ela atravessava o rio Jordão como uma terra firme.
Na despedida do velho Zossima, Maria pediu-lhe que ele voltasse dentro de um ano, para dar-lhe a comunhão. Zossima voltou para o deserto conforme combinado e lhe deu a Santa Comunhão. Depois, após um ano voltando mais uma vez, ele achou ela morta.
O velho Zossima enterrou as santas relíquias lá mesmo no deserto e na sua tarefa lhe ajudou um leão, que com as suas garras cavou a cova para o sepultamento do corpo da justa. Santa Maria faleceu em 521.
Assim, de uma grande pecadora, a santa Maria se transformou, com a ajuda de Deus, numa grande justa, numa das maiores santas e nos deixou um grande exemplo de penitencia. Ela é lembrada pela igreja em 1 de abril e no 5o domingo da Quaresma.

fESTA DE são josé 

(sEGUNDO O rITO rOMANO, NO RITO BIZANTINO É NO PRIMEIRO DOMINGO DEPOIS DO NATAL DO SENHOR)

Queridos irmãos e irmãs!


Celebra-se hoje, (...) , a solenidade de São José. (...) O contexto mariano do Angelus convida a deter-se hoje em veneração sobre a figura do esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria e Padroeiro da Igreja universal. Apraz-me recordar que era muito devoto de São José também o amado Papa João Paulo II, o qual lhe dedicou a Exortação apostólica Redemptoris Custos Guarda do Redentor e certamente experimentou a sua assistência na hora da morte.
A figura deste grande Santo, mesmo sendo bastante escondida, reveste na história da salvação uma importância fundamental. Antes de tudo, pertencendo ele à tribo de Judá, ligou Jesus à descendência davídica, de forma que, realizando as promessas sobre o Messias, o Filho da Virgem Maria se pôde tornar verdadeiramente “filho de David”. O Evangelho de Mateus, de modo particular, ressalta as profecias messiânicas que encontraram cumprimento mediante o papel de José: o nascimento de Jesus em Belém (2, 1-6); a sua passagem através do Egipto, onde a Sagrada Família se tinha refugiado (2, 13-15); a alcunha “Nazareno” (2, 22-23). Em tudo isto ele demonstrou-se, ao mesmo nível da esposa Maria, herdeiro autêntico da fé de Abraão: fé no Deus que guia os acontecimentos da história segundo o seu misterioso desígnio salvífico. A sua grandeza, ao mesmo nível da de Maria, sobressai ainda mais porque a sua missão se desempenhou na humildade e no escondimento da casa de Nazaré. De resto, o próprio Deus, na Pessoa do seu Filho encarnado, escolheu este caminho e este estilo a humildade e o escondimento na sua existência terrena.

O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa. Aos sacerdotes, que exercem a paternidade em relação às comunidades eclesiais, São José obtenha que amem a Igreja com afeco e dedicação total, e ampare as pessoas consagradas na sua jubilosa e fiel observância dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Proteja os trabalhadores de todo o mundo, para que contribuam com as suas várias profissões para o progresso de toda a humanidade, e ajude cada cristão a realizar com confiança e com amor a vontade de Deus, cooperando assim para o cumprimento da obra da salvação.

Papa Bento XVI
Angelus de 19 de Março de 2006

Quarto domingo da grande quaresma

15 de março

MEMÓRIA DE SÃO JOÃO CLÍMACO (escada)

DE QUE SE TRATA OS TRINTA DEGRAUS DA ESCADA DE SÃO JOÃO CLIMACO:

1º degrau: a renúncia à vida do mundo;
2º degrau: renúncia aos afetos terrenos;
3º degrau: fuga do mundo;
4º degrau: bem-aventurada e sempre louvável obediência;
5º degrau: verdadeira e sincera penitência;
6º degrau: pensamento da morte e dom de lágrimas;
7º degrau: a tristeza que produz alegria;
8º degrau: a doçura que triunfa a cólera;
9º degrau: esquecimento das injúrias;
10º degrau: fugir da maledicência, que seca a virtude da caridade;
11º degrau: amor ao silêncio, porque falar muito leva à vanglória;
12º degrau: fugir da mentira, que é ato de hipocrisia;
13º degrau: combater o enfado e a preguiça, uma vez que esta última destrói por si só todas as virtudes;
14º degrau: praticar a temperança, porque comer guloseimas é hipocrisia do estômago;
15º degrau: amor à castidade;
16º degrau: viver a pobreza, oposta à avareza;
17º degrau: não deixar o coração endurecer (isso causa a morte da alma);
18º degrau: sono e do canto público dos salmos;
19º degrau: fazer vigílias;
20º degrau: timidez pueril;
21º degrau: não praticar a vanglória;
22º degrau: fugir do orgulho;
23º degrau: fugir da blasfêmia;
24º degrau: doçura da alma, simplicidade;
25º degrau: humildade;
26º degrau: discernimento nos pensamentos;
27º degrau: vida interior e paz de alma;
28º degrau: oração, que é santa e fecunda fonte de virtudes;
29º degrau: recolhimento do espírito e repouso do corpo que lhe são necessários;
30º degrau: fé, esperança e caridade


PENSAMENTOS DE SÃO JOÃO CLÍMACO:

"O verdadeiro monge: o olhar da alma, imóvel; o sentido corporal, inabalável... uma luz que não se apaga aos olhos do coração".
"Aqueles cujo espírito aprendeu a orar, na verdade falam ao Senhor face a face, como os que falam ao ouvido do imperador; aqueles cuja boca ora, fazem lembrar os que se prostram diante do imperador, na presença de toda corte. Os que vivem no mundo são os que dirigem sua súplica ao imperador, na balbúrdia de todo povo".
"Que vossa oração ignore toda multiplicidade: uma única palavra bastou ao Publicano e ao filho pródigo para obter o perdão".
"O grande herói da sublime e perfeita oração diz: 'prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência... (1Cor14,19). As crianças pequenas não tem idéia disso: imperfeito como somos, com a qualidade também nos é necessária a quantidade. A segunda consegue para nós a primeira...".

"A solidão do corpo é a ciência e a paz da conduta e dos sentidos; a solidão da alma, a ciência dos pensamentos e um espírito inviolável. O amigo da solidão é um espírito de sentinela, valente e inflexível, sem sono, à porta do coração, para derrubar e matar os que se aproximam".
"O monge tem necessidade de grande vigilância e de um espírito isento de agitação. O cenobita tem frequentemente o apoio de um irmão; o monge, o de um anjo".
"Fechai a porta da cela a vosso corpo, a porta dos lábios às palavras, a porta interior aos sentidos".
"A obra da solidão (hesychia) é uma despreocupação total por todas as coisas razoáveis ou não".
"Basta um fio de cabelo para embaralhar a vista; basta uma simples preocupação para dissipar a solidão (hesychia), pois a solidão é despojamento dos pensamentos e renúncia às preocupações razoáveis".
"Quem possui verdadeiramente a paz, não se preocupa mais com o próprio corpo".
"Quem quer apresentar a Deus um espírito purificado, e se deixa perturbar pelas preocupações, assemelha-se a alguém que tivesse entravado fortemente as pernas e pretendesse correr".
"É grande a utilidade da leitura para esclarecer e recolher o espírito".
"Procurai vossas luzes sobre a ciência da santidade, mais nos trabalhos do que nos livros".
"Quem se sente diante de Deus, do fundo do coração, será como uma coluna imóvel durante a oração".
"O monge que vela é um pescador de pensamentos; sabe distingui-los sem dificuldade, na calma da noite, e apanhá-los".
"Nada de rebuscamento nas palavras de vossa oração: quantas vezes os balbucios simples e monótonos das crianças fazem o pai ceder!".
"Não vos entregueis a longos discursos, para que vosso espírito não se dissipe na procura das palavras. Uma única palavra do Publicano comoveu a misericórdia de Deus; uma única palavra cheia de fé salvou o Ladrão".
"A prolixidade na oração frequentemente enche o espírito de imagens e o dissipa, enquanto muitas vezes o efeito de uma única palavra (monologia) é recolhê-lo".
"Senti-vos consolados e enternecidos por uma palavra da oração? Parai nessa palavra; isso quer dizer que o nosso anjo da guarda então ora conosco".
"Nada de segurança demais, mesmo tento conseguido a pureza; mas, sim, uma grande humildade, e sentireis então maior confiança".
"Quando vos tiverdes revestido da doçura da ausência de ira, não vos será mais muito custoso libertar vosso espírito do cativeiro".
"Trabalhai para elevar o vosso pensamento, ou melhor, para recolhê-lo nas palavras de vossa oração; se a fraqueza o faz cair, levantai-o".
"O primeiro degrau da oração consiste em expulsar, por meio de um pensamento (ou uma palavra) simples e fixo (monologicamente), as sugestões, no momento mesmo em que se manifestam. O segundo, em conservar nosso pensamento unicamente no que dizemos e pensamos".
"Ressuscitados do amor pelo mundo e pelos prazeres, afastai as preocupações, despojai-vos dos pensamentos, renunciai ao corpo, uma vez que a oração nada mais é que um exílio do mundo visível e invisível".
"Não se aprende a ver; é um efeito da natureza. A beleza da oração também não se aprende através do ensinamento. Ela tem em si própria o seu mestre; Deus 'que ensina ao homem o saber' (Sl 94,10) dá a oração e abençoa os anos dos justos".
Fontes: Revista Santo do Dia, Ed. Casa Dois, S. Paulo, 2001.



TERCEIRO DOMINGO DA GRANDE QUARESMA

DOMINGO DA CRUZ (08 de março)
Os apóstolos ensinam, conforme vimos, que todas as bênçãos dessa vida e da vida futura é o resultado direto do sofrimento na cruz do Filho de Deus encarnado. Essas bênçãos não se estendem somente sobre a humanidade, mas também sobre toda a natureza e até mesmo sobre todo o universo e elas serão renovadas no dia da ressurreição geral (cf. Rom 8:18; 2Pdr 3:13). A bênção mais importante resultante da morte redentora e da ressurreição de Cristo para o ser humano é o dom de uma nova vida em Cristo e a capacidade de viver aperfeiçoando-se espiritualmente, para tornar-se semelhante a Deus. Tudo isso é citado nas Escrituras. As demais bênçãos espirituais acham-se intimamente relacionadas com a possibilidade do homem transformar-se em um novo homem ou em uma nova criação. Antes da vinda de Cristo, a humanidade era incapaz de levar uma verdadeira vida espiritual, pois ela estava prisioneira de seus desejos carnais, que eram freqüentemente desejos pecaminosos. As bênçãos da redenção de Cristo induz ao homem novos pensamentos e nova perspectiva na vida. A redenção de Cristo desmascara o vazio e a vaidade de nossa vida terrena e nos permite perceber o significado de nossa existência, ajudando-nos aproximarmos a cada passo de nossa meta e nos revelando como é alegre e maravilhosa a vida futura. A graça do Espírito Santo ajuda-nos constantemente ao caminho de nosso objetivo final. Ela substitui o sentimento de opressão e amargura que atinge o homem de maneira geral, pela sensação de leveza e de paz interior; ela substitui a sede dos prazeres infames, pela doçura do relacionamento com Deus; ela substitui o amor próprio doentio, pelo desejo nobre de praticar o bem.
DIVINA LITURGIA, VENERAÇÃO E PROCISSÃO COM A SANTA CRUZ TRAZIDA DE JERUSALÉM (MADEIRA DE OLIVEIRA REVESTIDA DE MADREPÉROLA)



































Entretanto, qualquer tipo de crescimento e aperfeiçoamento requer também esforço pessoal. Deus nos conduz, ajuda-nos e nos dá todas as ferramentas para o sucesso, porém, constância e luta são ingredientes necessários para se tornar virtuoso. Todas as dificuldades externas ou internas são denominadas pessoalmente de "cruz." Todo cristão é chamado a seguir o Senhor, carregando a cruz de sua vida. Cada cristão tem que levar sua cruz pessoal, se ele quiser participar da vitória contra o mal. A salvação consiste de duas partes: a parte objetiva já concluída por Jesus Cristo na cruz e a parte subjetiva que se baseia no esforço pessoal para se tornar um verdadeiro cristão. O próprio Senhor falou sobre esse segundo aspecto da salvação: "O que não toma a sua cruz e (não) Me segue, não é digno de Mim" (Mt 10:38).
Não há nada desolador para o cristão levar a sua cruz pessoal. Os apóstolos consolam a si próprios e aos demais, quando falam sobre o sacrifício do cristão, afirmando: "E, se (somos) filhos, também (somos) herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; mas isto, se sofremos com Ele, para ser com Ele glorificados" (Rom 8:17).

Quanto mais um cristão compartilha nos sofrimentos de Cristo, tanto mais ele compartilhará na Sua glória. Os apóstolos lembrando o infinito amor de Cristo ainda ensinavam: "Nisto conhecemos o amor de Deus: em ter dado a Sua vida por nós; igualmente nós devemos também dar a vida pelos nossos irmãos" (1João 3:16).
Algumas palavras sobre o sinal da cruz.

Antes de Cristo, a cruz era um instrumento da mais cruel punição e um símbolo de horror. Depois de Seus sofrimentos, ela tornou-se o sinal da vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte, da lembrança do amor infinito de Deus e da fonte de alegria. O Filho de Deus encarnado santificou a cruz com Seu sangue, tornou-a condutora de suas bênçãos e santidade e a transformou em fonte de inspiração dos fiéis. Isso nos convence a experiência milenar da Igreja. Por causa desses bens, o sinal da cruz tornou-se um componente essencial na vida do cristão desde os tempos apostólicos, sendo usado em todos os ofícios religiosos e em orações particulares. Por exemplo, a água é abençoada com o sinal da cruz e torna-se água benta, o pão e o vinho são abençoados com o sinal da cruz durante a liturgia e se transformam no Corpo e Sangue de Cristo. Em resumo, todos os sacramentos adquirem suas forças espirituais através do sinal da cruz e com o poder do sinal da cruz expulsa-se a força do mal. Assim como as moscas não podem suportar a chama, assim os demônios não podem suportar a presença da cruz. O sinal da cruz protege o cristão de acidentes e infortúnios e atrai a ajuda de Deus para si. Esse é o porquê, dos cristãos orientais venerarem tanto a Santa Cruz, de se abençoarem com o sinal da cruz, de usarem a cruz em seu peito e de adornarem seus lares e templos com cruzes.
Autor: Bispo Alexander (Mileant)
Tradução: N. Namestnikov

Santo e Divino Desabafo
(roxo de...deixa prá lá...)
A Santa Quaresma é também chamado de "primavera da abstinência." Neste período realmente as almas cristãs recebem novas sementes espirituais, cujos rebentos dão seus frutos durante o ano todo.
 Saindo da beleza e poesia dos textos que nos ensinam e nos inspiram a irmos de encontro com o as exigências do Tempo Quaresmal, tem coisas que em virtude da minha ignorância, que não é pouca, eu não consigo entender. Os mais próximos de mim conhecem meu obstinado vício pela leitura especialmente patrística, litúrgica e histórica....já rezei, já perguntei a outrem e até agora nada...afinal vamos ao pomo da minha discórdia:  ouvimos o tempo todo os bispos, os padres, os pregadores(moda agora na nossa Igreja )falando nas Missas, nos programas de televisão católicos, no rádio, nos jornais(que há de se dizer que todos são uma m...e os participantes meros artistas sagrados), dizendo que o Tempo da Grande Quaresma é tempo de REFLEXÃO, SILÊNCIO, PENITÊNCIA,CONVERSÃO, ABSTINÊNCIA, ORAÇÃO, MORTIFICAÇÃO, JEJUM, ESMOLA e outros recursos mais da boiolice teológica....
Pois bem, então porque pelo Brasil afora neste sábado e nos demais da Quaresma, as Paróquias estão repletas de Casamentos, Batizados, Formaturas....sem falar nas Show Missas...Ora, não estará a mesma Igreja incentivando os fiéis a irem ao encontro das baladas, do barulho, da bebedeira, da comilança, das risadas, do excesso de palavras, da moda nada modesta, e outras coisas impublicáveis...Ainda falam em conservar a Tradição, voltar as Fontes...ora: uma destas fontes da Igreja indivisa está no nosso Rito Bizantino Católico que nem sequer a MISSA pode ser celebrada nas quartas e sextas feiras da Quaresma, em virtude da sua solenidade...comungamos dos Dons consagrados no domingo anterior, não realizamos casamentos nem batizados por serem dias intensamente penitenciais, quanto mais outros eventos que induzem a dispersão ou talvez eu esteja por fora de tudo e quem manda é o costume de chamar de Quaresma os dias que estão entre a Páscoa e o Carnaval.  
   
Portanto, não desperdicem este tempo de salvação! Igual a um campo preparado durante a primavera, aceitem em vossos corações estas benéficas sementes, semeadas pela Igreja. "Eis o tempo propício, eis o dia da salvação!" assim diz o apóstolo Paulo. A igreja não obriga a ninguém, mas chama a todos para uma renovação espiritual voluntária: portanto, ouçam com atenção as suas orações e cânticos, para sentir como ressuscita a vossa alma, como começa a despertar em vós a sede de uma vida virtuosa. A Quaresma parece difícil e enfadonha somente àqueles que a cumprem sem pensar em Jesus Cristo, mas quando é cumprida em nome de Jesus, com fé e amor, aí ela se torna fácil e gratificante!

DOMINGO DAS SANTAS RELÍQUIAS 

(01 de fevereiro, 2º domingo da Grande Quaresma)

Santo Padre Papa Francisco segurando a urna com os ossos do Santo Apóstolo Pedro

Dando veneração aos santos de Deus que partiram com suas almas para o céu, a Santa Igreja ao mesmo tempo honra as relíquias ou corpos dos santos de Deus que permanecem na terra.
No Velho Testamento não havia a veneração dos corpos dos justos, pois os justos estavam ainda esperando a sua libertação. Então também a carne (dos mortos) era considerada impura.
No Novo Testamento após a Encarnação do Salvador, houve uma elevação não só do conceito do homem em Cristo, mas também do conceito do corpo como morada do Espírito Santo. O próprio Senhor, o Verbo de Deus, encarnou e tomou sobre si um corpo humano. Os Cristãos são chamados para isso: que não só suas almas mas também seus corpos, santificados pelo santo Batismo, santificados pela recepção do Puríssimo Corpo e Sangue de Cristo, possam tornar-se verdadeiros templos do Espírito Santo. "Não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós?" (1 Co 6:19). E por isso os corpos dos Cristãos que viveram uma vida justa ou tornaram-se santos pelo recebimento de uma morte em martírio, são dignos de especial veneração e honra.

A santa igreja em todos os tempos, seguindo a Sagrada Tradição, mostrou honra às santas relíquias. Essa honra tem sido expressa: a) pela reverente coleta e preservação dos remanescentes dos santos de Deus, como é sabido pelos relatos desde o segundo século, e a seguir pelos testemunhos dos tempos posteriores; b) na solene descoberta e translação de santas relíquias; c) nas construção sobre elas de igreja e altares; d) no estabelecimento de festas em memória de suas descobertas e translações; e) na peregrinação para santos túmulos, e na decoração deles; f) na regra constante da Igreja de colocar relíquias de santos mártires na dedicação de altares, ou de colocar relíquias no santo antimension sobre o qual é realizada a Divina Liturgia.
Antimension
Essa honra inteiramente natural dada ás santas relíquias e a outros remanescentes dos santos de Deus tem uma firme fundamentação no fato que Deus dignou-se a honrá-las e glorificá-las por inumeráveis sinais e milagres — algo para o que existe testemunho através do complexo da historia da Igreja. 
Relíquia de Santo Antônio de Santana (frei) Galvão
Mesmo no Velho Testamento, quando santos não eram venerados com uma glorificação especial depois da morte, houveram sinais produzidos pelos corpos dos justos. Assim, o corpo de um certo homem morto, depois de ter tocado ossos do Profeta Eliseu em seu túmulo, imediatamente voltou à vida, e o homem morto se pôs sobre seus pés (II Reis 13:21). O corpo do Profeta Elias foi elevado vivo para o céu, e seu manto, que foi deixado por ele para Eliseu, dividiu por seu toque (do manto) as águas do Jordão para o cruzamento do Rio, por Eliseu.

Olhando-se no Velho Testamento, nós lemos nos Atos dos Apóstolos que lenços e aventais do corpo do Apóstolo Paulo eram colocados sobre os doentes, e as doenças eram curadas, e espíritos malignos saiam deles (At 19:12). Os Santos Padres e professores da Igreja tem testemunhado diante de seus ouvintes e leitores os milagres ocorridos pelos remanescentes dos santos, e com freqüência eles tem chamado seus contemporâneos a serem testemunhas da verdade de suas palavras. Por exemplo, Santo Ambrósio diz em sua homilia na descoberta das relíquias de Santos Gervário e Protásio: "Vós conhecestes e até mesmo vistes muitos que foram libertados dos demônios e mais ainda aqueles que não logo tocaram as vestes dos santos que com suas mãos e foram imediatamente curados de suas doenças. Os milagres da antiguidade foram renovados desde o tempo quando através da vinda do Senhor Jesus, foi derramada sobre a abundante graça! Vós vistes muitos que foram curados como se fosse pela sombra dos santos. Quantas roupas foram passadas de mão em mão! Quantas vestes, deixadas sobre os remanescentes sagrados, e que pelo mero toque tornaram-se fonte de cura, que os que crêem pedem de cada outro! Todos tentam no mínimo um pouco tocar (as vestes), e o que toca fica curado." Testemunhos similares podem ser lidos em São Gregório o Teólogo, São Efrem, o Sírio, São João Crisóstomo, Bem Aventurado Agostinho e outros.
Relíquias de Santo Antonio de Santana Galvão, São Jorge,São Charbel e outras veneradas na Paróquia 
Já no início do segundo século já informações sobre a honra dada pelos Cristãos aos remanescestes dos santos. Assim, depois de descrever a morte por martírio de Santo Inácio Teóforo, Bispo de Alexandria, uma pessoa que testemunhou essa morte afirmou que "O que restou de seu corpo (que foi feito em pedaços pelas bestas no circo), só as partes mais firmes foram pegas e levadas para Antioquia e colocadas em linho como um inestimável tesouro da graça que habita no mártir, um tesouro deixado para a Santa Igreja." Os residentes das cidades, começando por Roma, receberam esses remanescentes em sucessão naquele; e carregaram-nos nos ombros, como São Crisóstomo mais tarde testemunhou. "para a cidade de Antioquia, louvando o vitorioso coroado e glorificando o lutador." Da mesma forma, depois na morte por martírio de São Policarpo como um tesouro mais precioso que pedras preciosas e mais puro que ouro, e os colocaram "... para a celebração do dia de seu nascimento por martírio, e para a instrução e confirmação dos futuros cristãos."
Os remanescentes dos santos (em gregos ta leipsana, em latim reliquiae, ambos significando o que foi "deixado") são reverenciados estejam ou não incorruptos pelo respeito pela vida santa ou pela morte por martírio do santo, mais ainda quando há evidentes e confirmados sinais de cura pelas orações aos santos pela intercessão deles diante de Deus. Os concílios da Igreja muitas vezes (por exemplo, o Concílio de Moscou de 1667) proibiram o reconhecimento dos que passaram como santos, pela simples incorruptibilidade de seus corpos. Mas com certeza a incorruptibilidade dos corpos dos justos é aceita como um dos sinais Divinos de sua santidade. 
Reliquia de São Pio de Pietrelcina
(Pode-se dizer que a incorruptibilidade de corpo de um morto não é garantia de santidade: podem ser dados exemplos de swamis orientais cujos corpos estavam incorruptos muitos tempos depois da morte (seja por meios naturais relacionados às suas vidas ascéticas, ou por uma imitação demoníaca) e do corpo de alguns grande santos Ortodoxos (por exemplo, São Serafim de Sarov, São Herman do Alasca) restaram só ossos. As relíquias de São Nectário de Pentápolis (morto 1920) ficaram incorruptos por muitos anos, e então rapidamente decaíram (no solo) deixando só ossos perfumados).
Notemos aqui que a palavra eslavônica moschi;: "relíquias" refere-se não só aos corpos dos santos: no eslavônico da Igreja essa palavra significa em geral os corpos que repousam assim no Rito de Sepultamento no Book of Needs nós lemos : "e pegando as relíquias do que repousou, nós saímos da Igreja" etc. A antiga palavra eslavônica moschi (da raiz mog) é aparentemente da família da palavra mogila, "túmulo." Reverenciando as santas relíquias, nós não acreditaríamos na força ou poder dos remanescentes nos santos, mas sim ma intercessão por oração dos santos cujas relíquias diante de nós levantam em nossos corações um sentimento de proximidade dos próprios santos de Deus, que uma vez usaram esses corpos.


FESTA DA ORTODOXIA
Santos Ícones


O PRIMEIRO DOMINGO DA GRANDE QUARESMA(22 fevereiro) É O DOMINGO DA ORTODOXIA.

DIVINA LITURGIA COM PROCISSÃO DOS ÍCONES
































Ele foi estabelecido como um dia memorial especial pelo Concilio de Constantinopla em 843. Ele comemora antes de tudo a vitória da Igreja sobre a heresia dos Iconoclastas: o uso e veneração dos Santos Ícones foi restaurada. Neste dia nós continuamos a cantar o tropário da Santa Imagem de Cristo: "Nós reverenciamos Tua sagrada Imagem, ó Cristo..."
Á primeira vista, pode parecer ser uma ocasião inadequada para comemorar a glória da Igreja e todos os heróis e mártires da Fé da Igreja. Não seria mais razoável fazer isto nos dias dedicados à memória dos grandes Concílios Ecumênicos ou dos Santos Padres da Igreja? A veneração do Ícone não é mais uma peça de um ritual e cerimonial externo? Um Ícone pintado não é justamente mais uma decoração, muito bonita de fato, e de diversas maneiras instrutiva, mas dificilmente um artigo de Fé? Esta é a opinião corrente, infelizmente largamente espalhada mesmo entre os próprios Ortodoxos e Católicos Orientais. E é a responsável por um pesaroso decaimento da nossa arte religiosa. Nós usualmente confundimos Ícones com "pinturas religiosas", e assim não encontramos dificuldade em usar as mais inadequadas pinturas como Ícones, mesmo nas nossas igrejas. Com excessiva freqüência nós simplesmente perdemos o significado religioso dos Santos Ícones. Nós esquecemos do verdadeiro e definitivo propósito dos Ícones.
Olhemos o testemunho de São João Damasceno — um dos primeiros e maiores defensores dos Santos Ícones na época da luta — o grande teólogo e poeta devocional da nossa Igreja. Em um de seus sermões em defesa dos Ícones ele diz: "Eu tenho visto a imagem humana de Deus e minha alma está salva". É uma afirmação forte e mobilizadora. Deus é invisível, Ele vive na luz inaproximável. Como pode um homem frágil ver ou contemplar Ele? Porém, Deus Se manifestou na carne. O Filho de Deus, Que está no seio do Pai, "desceu do céu" e "Se fez homem". Ele habitou entre os homens. Este foi o grande movimento do Amor Divino. O Pai Celestial foi movido pela miséria do homem e enviou Seu Filho porque Ele amava o mundo. "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, Que está no seio do Pai, Este o fez conhecer." (Jo. 1: 18). O Ícone de Cristo, Deus Encarnado, é um testemunho contínuo da Igreja para aquele mistério da Santa Encarnação, que é a base e substância de nossa fé e esperança. Cristo Jesus, nosso abençoado Senhor, é Deus Encarnado. Isto significa que desde a Encarnação Deus é visível. Pode-se ter agora uma verdadeira imagem de Deus. A Encarnação é uma identificação íntima e pessoal de Deus com o homem, com as necessidades e misérias do homem. O Filho de Deus "Se fez homem", como afirma o Credo, "e por nós homens e para nossa salvação". Ele tomou sobre Si os pecados do mundo, e morreu por nós pecadores na árvore da Cruz, e assim Ele fez da Cruz a árvore da vida para os fiéis. Ele Se tornou o novo e Último Adão. A Cabeça da nova e redimida humanidade. A Encarnação significa uma intervenção pessoal de Deus na vida do homem, uma intervenção do Amor e Misericórdia. O Santo Ícone de Cristo é um símbolo disto, mas muito mais do que um mero símbolo ou sinal. É também um eficiente sinal e recordação da presença em habitação de Cristo na Igreja, que é Seu Corpo. Mesmo em uma pintura comum há sempre algo da pessoa representada. Uma pintura não só nos lembra da pessoa, mas de alguma forma conduz a alguma coisa dela, isto é, "representa" a pessoa, ou seja, "torna ela presente de novo". Isto é ainda mais verdade com a sagrada Imagem de Cristo. Como os professores da Igreja nos ensinaram — especialmente São Teodoro o Estudita, outro grande confessor e defensor dos Santos Ícones — um Ícone, em certo sentido, pertence á própria personalidade de Cristo. O Senhor está lá, nas Suas "Santas Imagens".
Por isso, nem todo mundo tem permissão para fazer ou pintar um Ícone, se se tratar de verdadeiros Ícones. O pintor de Ícones deve ser um membro fiel da Igreja, e deve se preparar para sua tarefa sagrada com jejum e oração. Não se trata somente de uma questão de arte, ou de habilidade artística ou técnica. É um tipo de testemunho, uma profissão de fé. Pela mesma razão, a arte em si deve ser subordinada de todo o coração à regra da fé. Há limites para a imaginação artística. Existem certos padrões estabelecidos a serem seguidos. Em todo caso, o Ícone de Cristo deve ser executado de maneira a conduzir à verdadeira concepção de Sua pessoa, isto é, testemunhar a Sua Divindade, ainda que Encarnada. Todas estas regras foram mantidas por séculos na Igreja, e então elas foram esquecidas. Até mesmo descrentes foram autorizados a pintar ícones de Cristo nas igrejas, e assim certos ‘ícones’ modernos não são mais do que pinturas, nos mostrando somente um homem. Estas pinturas falham em ser "Ícones" em qualquer sentido próprio e verdadeiro, e cessam de ser testemunhas da Encarnação. Em tais casos, nós simplesmente "decoramos" nossas igrejas.
O uso dos Santos Ícones sempre foi uma das características mais distintivas da Igreja Ortodoxa e Católica Oriental. O Ocidente Cristão, mesmo antes do Cisma, tinha pouco entendimento desta substância dogmática e devocional da pintura de Ícones. No Ocidente ela significava simplesmente decoração. E foi sob influência ocidental que a pintura de Ícones também se deteriorou no Oriente nos tempos modernos. O decaimento da pintura de Ícones foi um sintoma do enfraquecimento da fé. A arte dos Santos Ícones não é uma matéria neutra. Ele pertence à Fé.
Não deve haver risco, nem "improvisação" na pintura de nossas igrejas. Cristo nunca está sozinho, afirma São João Damasceno. Ele está sempre com Seus santos, que são Seus amigos para sempre. Cristo é a Cabeça, e os verdadeiros fiéis são o Corpo. Nas igrejas antigas o estado completo da Igreja Triunfante estava representado pictorialmente nas paredes. De novo, isto não era simplesmente uma decoração, nem era uma simplesmente uma história contada em linhas e cores para os ignorantes e iletrados. Era mais uma visão da realidade invisível da Igreja. A companhia toda do Céu estava representada porque ela estava presente ali, apesar de invisivelmente. Nós sempre oramos na Divina Liturgia, durante a Pequena Entrada, "que os Santos Anjos entrem conosco para servirem conosco...". E nossa oração é, sem dúvida, atendida. Nós não vemos os Anjos, na verdade. Nossa visão é fraca. Mas é relatado que São Serafim costumava vê-los, pois eles estavam lá de fato. Os eleitos do Senhor os vêem e a Igreja Triunfante. Ícones são sinais desta presença. "Quando nós estamos no templo de Tua glória, nós os vemos nos Céus".
Assim, é bastante natural que no Domingo da Ortodoxia nós devamos celebrar não somente a restauração da veneração dos Ícones, mas comemorar também o glorioso corpo de testemunhas e fiéis que professaram sua fé, mesmo ao custo de sua segurança, prosperidade e a própria vida mundana. É o grande dia da Igreja. De fato, nesse dia nós celebramos a Igreja do Verbo Encarnado: nós celebramos o Amor redimidor do Pai, o Amor Crucificado do Filho, e o Companheirismo do Espírito Santo, tornados visíveis na companhia toda dos fiéis, que já entraram no Repouso Celeste, na alegria Permanente do Senhor e Mestre deles. Santos Ícones são nossas testemunhas do Reino que há de vir, e já presente.
Do Capítulo VI, "Dimensões da Redenção," da

Collected Works of Georges Florovsky, Vol. III


15 DE FEVEREIRO
DOMINGO DO PERDÃO (ou dos laticínios)
INÍCIO DA GRANDE QUARESMA

"Vós, Senhor, Orientador para a sabedoria e Doador da prudência, 
Mestre dos ignorantes e amparo dos desafortunados, 
fortalecei meu coração e dotai-o de compreensão. 
Dai-me o poder da palavra, ó Verbo do Pai, 
pois não deterei meus lábios para vos aclamar: 
"Tende piedade de mim, ó Misericordioso!"







NA FACE DE JESUS CONTEMPLAMOS O AMOR DE DEUS 




JOÃO BATISTA E MARGARIDA, DISTRIBUINDO O PÃO BENTO NO FINAL DA SANTA MISSA 

ANTES DO INÍCIO DA DIVINA LITURGIA PEDIMOS PERDÃO MUTUAMENTE ENTRE O PADRE E OS FIÉIS PARA INCIARMOS O TEMPO DA GRANDE QUARESMA COMO TEMPO DE RECONCILIAÇÃO COM DEUS E OS IRMÃOS



























DIVINA LITURGIA
DOMINGO ÁS 09:00 - 19:00
Sábado 19:00

Durante a Grande Quaresma a Liturgia dos Dons Presantificados será realizada todas as quartas-feiras ás 08:00 



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