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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

14 de setembro


 Festa da Universal Exaltação da Cruz
No dia 14 de setembro, os cristãos do Ocidente e do Oriente se encontram para juntos exaltar a santa Cruz, uma festa que deve ligar-se à dedicação da basílica da Ressurreição, erguida sobre o sepulcro de Cristo em Jerusalém († 335), mas que, mais tarde, entre os fiéis de tradição constantinopolitana, teve como objeto a invenção da santa Cruz e a sua primeira apresentação ao povo pela imperatriz Helena, mãe de Constantino, e do bispo local São Macário. Também o ícone da festa evoca tal acontecimento: no meio está a Cruz sustentada pelo bispo de Jerusalém, à esquerda (de quem olha) estão duas figuras coroadas, protagonistas da busca e do achado da preciosa relíquia, à direita aparece a figura do miraculado e do povo.




 
 A tradição, com efeito, narra que quando foram descobertas nas escavações três cruzes, para distinguir a de Jesus Cristo das dos ladrões, foi colocado o cadáver de um homem e, ao simples contato com o madeiro que sustentou o Salvador do mundo, ele foi milagrosamente ressuscitado.








 


Nenhum dos ritos conhecidos pode disputar ao rito bizantino o lugar especialíssimo que ele reserva à Cruz, seja no calendário litúrgico, seja na literatura eclesiástica criada pelos Padres da Igreja e pelos Hinógrafos sacros, através dos séculos, para cantar e louvar as virtudes, as glórias e o inefável papel da cruz redentora.


Todas as quartas e sextas-feiras do ano são dedicadas à santa Cruz. Cantam-se, então, os seguintes tropário e kontákíon:
Tropário (1o tom).
"Salva, Senhor, vosso povo e abençoa a vossa herança; concedei às vossas Igrejas vitória sobre os inimigos e protegei, pela vossa Cruz, este povo que é vosso."
Kontákion (4º tom).
"Cristo Deus, que voluntariamente fostes levantado na Cruz, tende compaixão do vosso povo que traz o vosso nome. Alegrai, pelo vosso poder, os nossos fiéis governantes, dando-lhes a vitória sobre os inimigos: encontrem na vossa aliança uma arma de paz, um troféu invencível."
Essas duas orações são as mais importantes também na celebração do 14 de setembro. No meio da Quaresma temos outra festa dedicada à Cruz . Outras duas comemorações se fazem no dia 12 de agosto e em 7 de maio, porém a festa máxima permanece mesmo a de 14 de setembro, cuja importância é evidenciada pela sua mesma denominação: festa da Universal Exaltação da venerável e vivificante Cruz. Ela é precedida por um dia de vigília e se conclui em 21 de setembro. O próprio das Vésperas começa com estes hinos:
"A Cruz exaltada convida toda a criação a cantar hinos à paixão imaculada daquele que sobre ela foi erguido: sobre a Cruz ele levou à morte quem nos tinha dado a morte, ressuscitou os mortos e, tendo-os purificado, em sua compaixão e infinita bondade os fez dignos de viver nos céus; alegremo-nos, pois, exaltemos seu nome e magnifiquemos a sua extrema condescendência." "Erguendo os braços para o alto e pondo em fuga o tirano Amalek, Moisés te prefigurou, ó Cruz veneranda, glória dos fiéis, sustentáculo dos mártires, ornamento dos apóstolos, defesa dos justos, salvação de todos os santos. Por isso à vista da tua exaltação, a criação se alegra e exulta glorificando a Cristo, cuja extrema bondade reuniu, por teu meio, o que estava dividido."
Em muitos outros hinos da festa encontramos profundidade teológica, exultação de louvores, riqueza de referências bíblicas.





 No final, enquanto os fiéis vão beijar a Cruz, bem ornamentada, exposta sobre o proskinetáríon no meio da igreja, canta-se o hino que segue, indicado nos livros litúrgicos como obra do "imperador Leão" († 912):
"Vinde, fiéis, adoremos o madeiro vivificante: sobre ele Cristo, Rei da glória, estendeu os braços e nos reergueu para a primitiva bem-aventurança, da qual o inimigo, aliciando-nos, nos havia despojado, afastando-nos da presença de Deus. Vinde, fiéis, adoremos o madeiro graças ao qual somos julgados dignos de esmagar as cabeças dos inimigos invisíveis. Vinde, famílias de todos os povos, veneremos com nossos cânticos a Cruz do Senhor. Salve, ó Cruz, perfeita libertação do Adão decaído; em ti se glorificam os nossos piíssimos reis, pois é pelo teu poder que submetem à força o povo de Ismael. Beijando-te agora com reverência, nós, cristãos, glorificamos ao Deus que sobre ti foi pregado, clamando: Senhor, que foste crucificado sobre ela, tem piedade de nós, tu o Bom e Amigo dos homens."
Segue-se o rito, simples, mas com um significado cósmico evidente' no qual o sacerdote faz a "exaltação" da Cruz: eleva-a ao máximo que puder acima de sua cabeça e depois a abaixa até tocar o chão, em direção dos quatro pontos cardeais, pronunciando intenções de preces as quais o povo responde com insistência: Kyrie, eleíson, (= Senhor, piedade).
Conforme prescrevem os livros litúrgicos, essa invocação repete-se 100 vezes para cada uma das 4 direções.
 
Mesmo sendo uma festa do Senhor, é praxe, nas orações bizantinas, lembrar vivamente a Mãe de Deus; eis um breve hino da Ode nona do Cânon:
"Vós sois, ó Mãe de Deus, o místico jardim que sem ter sido cultivado germinou o Cristo, para o qual foi plantada a árvore vivificante da Cruz. Por isso hoje, ao exaltá-la, adoramos a ele e a vós glorificamos."
O dia 14 de setembro, mesmo quando cai num domingo, é celebrado pelo Oriente bizantino com jejum e abstinência por causa da alusão direta à paixão do Salvador. No entanto a hinografia se caracteriza pelo tom de triunfo ao apresentar a Cruz como instrumento de salvação e de vitória sobre os inimigos da Igreja e dos cristãos. Alguns elementos textuais talvez firam a nossa sensibilidade moderna, como também a referência a alguma tradição lendária, mas é preciso imergir na realidade cultural dos fiéis e observar a participação numerosa e atenta às celebrações dessa festa para entender seu valor educativo. A salvação vem da Cruz de Cristo; por isso a Igreja quer que ela seja admirada pelo olhar dos fiéis e meditada no íntimo dos que repetidamente aclamam:
"Adoramos a vossa Cruz, Senhor, e glorificamos a vossa santa ressurreição!"
NOSSA PARÓQUIA DISPÕE DE UM FRAGMENTO DA PRECIOSA E VIVIFICANTE CRUZ NA QUAL NOSSO SENHOR FOI CRUCIFICADO
SUA VENERAÇÃO SERÁ NAS DIVINAS LITURGIAS
DOMINGO ÁS 09:00 E 19:00 HORAS E NA QUARTA FEIRA ÁS 08:00 HORAS





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